Márcia Oliveira – i online
Renegociação do
acordo entre o Estado e a empresa, rescisões amigáveis e cortes nos ordenados
são cenários para a agência em 2013
Miguel Relvas
confirmou à comissão de trabalhadores (CT) da Lusa, na terça-feira, a intenção
do governo de cortar 30% no financiamento da empresa, que será de 10,8 milhões
de euros. Além deste valor, a agência irá receber mais 700 mil devido à
prestação de serviço à Presidência do Conselho de Ministros (PCM).
O ministro que
tutela a Comunicação Social garantiu que com este montante a empresa podia
pagar os salários e não fazer despedimentos. No entanto, o i sabe que Afonso
Camões, presidente do conselho de administração da agência noticiosa, afirmou
que com menos 30% é impossível não despedir ninguém. Acrescentando que se esta
redução se confirmar terá de haver uma renegociação do acordo entre a empresa e
o Estado, rescisões amigáveis e corte de salários.
Ao i, Afonso Camões
não fez quaisquer comentários sobre o assunto, dizendo apenas que “vai esperar
pelos números do Orçamento do Estado”, mas sublinha que “a empresa atingiu um
patamar de sustentabilidade nos últimos anos. Depois de 19 anos de défices
crónicos, atingiu um ponto de equilíbrio, que tem dado resultados e até já se
distribuíram dividendos. Este ano atingimos resultados superiores até a 3
milhões de euros”, frisa.
Segundo o presidente
do conselho de administração da agência, este valor foi conseguido “à custa de
recessão de custos, de novos produtos e novos mercados”. “A Lusa conhece bem os
problemas do país e estamos solidários com os esforços que estão a ser feitos
em todos os sectores, e não nos queremos pôr fora disso. Agora é esperar pelo
Orçamento do Estado”, refere.
Pré-aviso de greve
Os trabalhadores da Lusa decidiram na terça-feira solicitar aos sindicatos “a
emissão imediata de um pré-aviso de greve por tempo indeterminado”, numa
reacção ao corte de 30% no financiamento do contrato-programa para 2013
assumido pelo ministro da tutela.
O contrato anterior
previa um financiamento anual de 15 milhões de euros, e a administração da
agência havia apresentado, no início do ano, um plano de reestruturação que
previa uma redução de 15% no financiamento da Lusa, com a administração a
garantir à CT que não haveria lugar a despedimentos.
Além do pré-aviso
de greve, os trabalhadores da empresa convocaram para a próxima segunda-feira
uma vigília, entre as 11h e as 18h, à porta da sede da agência, “convidando a
comunicação social, nacional e estrangeira, a estar presente”. A comissão de
trabalhadores vai também realizar um novo plenário de trabalhadores na
terça-feira, “para fazer o ponto da situação e marcar datas da greve dos
trabalhadores da Lusa”.
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