Renamo exorta
ex-guerrilheiros a juntarem-se na pressão ao Governo moçambicano
29 de Outubro de
2012, 13:45
Maputo, 29 out
(Lusa) - A Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal força
política da oposição em Moçambique, apelou hoje em Maputo aos antigos
guerrilheiros do movimento para apoiarem o partido na pressão ao Governo nas
suas reivindicações.
O presidente da
Renamo, Afonso Dhlakama, está a gerar uma onda de preocupação no país, desde
que no passado dia 17 se juntou aos antigos guerrilheiros do movimento na sua
antiga base militar, na Serra da Gorongosa, centro de Moçambique.
Dhlakama tomou essa
decisão como forma de pressionar o Governo da Frente de Libertação de
Moçambique (Frelimo) a negociar a formação de um Governo de Unidade Nacional,
que será encarregue da elaboração de uma lei eleitoral formada apenas pelos
partidos políticos com assento parlamentar e sem a presença de membros da
sociedade civil, além da despartidarização do Estado.
O líder do
principal partido da oposição exige igualmente a reintegração dos antigos
oficiais da Renamo no exército e a redistribuição justa dos rendimentos provenientes
dos recursos naturais, nomeadamente gás e carvão.
Numa comunicação a
um grupo de antigos guerrilheiros do partido na sede da Renamo em Maputo,
Ossufo Momade, chefe do Departamento de Defesa desta formação política, fez um
apelo para a solidariedade com Afonso Dhlakama nas exigências que faz ao
Governo.
"O presidente
dos moçambicanos (Afonso Dhlakama) está preocupado com o sofrimento do povo e
pretende dar uma receita para se curar a doença do país. Para tal conta com a
contribuição e participação de todos, cada um no seu canto, na sua província,
no seu distrito. Cada um deve ser útil a partir do seu lugar de trabalho e de
residência", sublinhou o chefe do Departamento de Defesa da Renamo.
Ossufo Momade
sublinhou que o partido não pretende retornar à guerra, mas irá ripostar, caso
as forças de defesa e segurança ataquem Gorongosa.
"O presidente
da Renamo, não querendo a guerra, também não quer ser atacado", enfatizou
o chefe do Departamento de Defesa.
Em declarações ao
diário de Maputo Mediafax, publicadas hoje, o porta-voz da Renamo, Fernando
Mazanga, admitiu estarem a decorrer negociações com o Governo, mas disse não
poder revelar o seu teor.
PMA // HB
Presença de
Dhlakama e de polícia de choque gera tensão na Gorongosa
29 de Outubro de
2012, 13:58
Chimoio, 29 out
(Lusa) - A presença da Força de Intervenção Rápida (FIR) da polícia de
Moçambique na Gorongosa (centro), onde se estabeleceu o líder da Renamo, Afonso
Dhlakama, "está a criar agitação", disse hoje à Lusa um popular, mas
a polícia considera a situação "normal".
"A presença em
massa da FIR é que esta a inquietar a população, que há muito tempo não vê
tanta arma em punho de militares e receia o retorno à guerra. Agora, que estou
a falar, vejo polícias armados e carros blindados" disse à Lusa, por
telefone, um residente em Vunduzi, distrito da Gorongosa, que se identificou como
Castro.
O líder da Renamo,
Afonso Dlhakama instalou-se a 15 de outubro no povoado de Sathundjira, próximo
da sua antiga base militar, no posto administrativo de Vunduzi, a 30
quilómetros da sede da Gorongosa, na serra com o mesmo nome.
Ali, o líder da
Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, está a exigir diálogo com o
Presidente Armando Guebuza para "a criação de um Governo de Unidade
Nacional".
Em declarações hoje
à Lusa, Joaquim Nido, comandante provincial da Polícia em Sofala, não confirmou
nem desmentiu o reforço da FIR no distrito de Gorongosa, afirmando não ser
prudente tecer considerações.
"A situação
(em Gorongosa) está boa e controlada. As pessoas circulam e não há perturbação
da ordem. A FIR está em todo o lugar, onde não há FIR neste país?" indagou
Joaquim Nido.
AYAC //JMR.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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