Guebuza apela
militantes da Frelimo para denunciarem compra de votos
02 de Outubro de
2012, 05:59
Maputo, 02 out
(Lusa) - O presidente da Frelimo, Armando Guebuza, apelou os militantes do
partido no poder em Moçambique para denunciarem "a estranha prática de
compra de votos" em eleições internas da organização, que considerou uma
"tentativa de subverter consciências".
O repto foi lançado
num curso de formação dos membros do Comité Central, em Pemba, província de
Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde no domingo terminou o X Congresso da
Frelimo, que elegeu novos órgãos do partido.
"Haverá outras
matérias relevantes ligadas à preparação e realização do nosso X Congresso que
merecem a nossa atenção. Uma destas questões prende-se com as tentativas de introduzir,
no seio da Frelimo, a estranha prática de compra de votos, a tentativa de
subverter consciências", disse Armando Guebuza.
Ex-PR moçambicano
revela "finta" a Afonso Dhlakama no impasse para rubricar Acordo
Geral de Paz
02 de Outubro de
2012, 07:16
Maputo, 02 out
(Lusa) - O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano revelou ter
"fintado" Afonso Dhlakama ao não assumir na altura a autoria dos três
últimos protocolos que provocaram impasse para a assinatura do Acordo Geral de
Paz, em 1992, exigidos pela Renamo.
Durante as
negociações, na capital italiana, Roma, que puseram termo ao conflito armado
entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e o antigo
movimento rebelde moçambicano, o líder da Resistência Nacional Moçambicana
(Renamo) exigiu esclarecimentos sobre três pontos.
A assinatura do
acordo de paz foi inicialmente marcada para o dia 01 de outubro, mas, antes, a
Renamo quis saber como seriam geridos os protocolos sobre a administração das
zonas anteriormente sob sua responsabilidade, setores de informação e da
polícia.
"É uma
proposta que veio da Renamo à última da hora e eu próprio elaborei três protocolos
e um deles era sobre a administração. Todos foram aceites pelos mediadores e
estes não chegaram a informar a contraparte da Renamo de que os protocolos eram
da nossa autoria (Governo). Se tivessem o dito, a Renamo teria rejeitado",
disse Joaquim Chissano.
A Renamo aceitou a
proposta sem questionar. Contudo, nos últimos 20 anos de paz, tem denunciado a
suposta violação do memorando assinado em Roma no que diz respeito à integração
dos seus homens na polícia.
Numa entrevista à
Rádio Moçambique, o ex-chefe de Estado moçambicano reconheceu ter havido pontos
de discórdia que provocaram sucessivos impasses, nomeadamente sobre quem
passaria a governar as "ditas zonas libertadas".
Foram estes os
pontos que levaram a que o acordo não fosse rubricado a 01 de outubro, data
inicialmente prevista para terminar com a guerra civil dos 16 anos, que se
saldou em mais de um milhão de mortos.
Hoje, Moçambique
vive diversas manifestações de conflito e muitas vezes violento, como é o caso
dos assaltos à mão armada a cidadãos, raptos, violação de mulheres, violência
doméstica e a própria pobreza, referiu.
Mas, ao tentar
debelar estes conflitos, os moçambicanos dão sinal de que todos se interessam
pela paz, acrescentou Joaquim Chissano.
"Temos que ter
em atenção outras formas de conflito e que são também difíceis de vencer e que
muitas vezes começam com o conflito individual. Cada um de nós vive com os seus
conflitos e que, às vezes, geram conflitos com outras pessoas e com
comunidades. Temos que começar por nós e depois irmos para outros, incluindo ao
mundo", disse.
A 04 de outubro de
1992, Joaquim Chissano assinou o acordo de paz com o líder da Renamo, um
processo iniciado ainda na altura do seu antecessor Samora Machel, primeiro
Presidente de Moçambique.
"Não há dúvida
nenhuma que a parte mais intensa da busca da paz, depois de todo o historial
iniciado por Machel, foi feita por mim. As novas estratégias aplicadas também
foram pensadas por mim e a própria negociação foi orientada por mim. O camarada
Armando Guebuza (atual Presidente) era o mediador principal, o chefe da
mediação, mas teve orientação e retaguarda feitas por mim", reclamou
Joaquim Chissano.
Para o alcance da
paz, as forças beligerantes e os mediadores fizeram "convergir tudo",
afirmou Chissano, assinalando que enquanto se combatia e para não deixar que a
guerra continuasse a matar gente, as partes encontraram "formas de exercer
a diplomacia para que todas as forças internacionais convergissem na busca da
paz".
O Acordo Geral de
Paz foi assinado com a forte intervenção do Governo italiano, as confissões
religiosas moçambicanas e a Comunidade italiana Sant`Egídio.
MMT //VM.
Líder da oposição
moçambicana diz que continua a sentir-se injustiçado após 20 anos de paz
02 de Outubro de
2012, 07:16
Por Luís Andrade de
Sá (Texto) e António Silva (Fotos), enviados da Agência Lusa
Nampula,
Moçambique, 02 out (Lusa) - O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que, em 1992,
assinou o acordo de paz com o ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano, disse
à Lusa não estar arrependido dessa decisão, mas queixou-se de "injustiças
e humilhações".
O Acordo Geral de
Paz para Moçambique, assinado a 04 de outubro de 1992, em Roma, sob a égide da
Comunidade de Sant'Egídio, pôs termo a 16 anos de guerra civil, entre a
Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o Governo da Frente de Libertação
de Moçambique (Frelimo), e introduziu um sistema multipartidário no país.
"Havíamos de
assinar, na mesma, porque a Frelimo, naquela altura, perdendo a guerra, estava
a aceitar todas as condições impostas pela Renamo, que eram a democracia
multipartidária, a economia de mercado, a justiça, direitos humanos, a criação
de um exército único", disse Dhlakama à Lusa, em Nampula, cidade no norte
de Moçambique, onde reside desde há dois anos.
O líder do principal
partido da oposição moçambicana defendeu que, após ter assinado o acordo,
"a Frelimo sentiu-se aliviada, porque o seu problema não era da
democracia, nem da paz, nem da justiça, mas o de escapar" à derrota
militar.
"Mas, mesmo
assim, eu não estou arrependido, só que estou preocupado porque somos atacados
militarmente até hoje, somos excluídos de tudo e espezinhados", acusou.
"Sinto-me
emocionado, 20 anos de paz a ser excluído, a ser espezinhado quando me sinto
poderoso para desfazer tudo. Então, significa que sou um líder de facto",
acrescentou.
Dhlakama considerou
que a sua postura tem evitado que Moçambique resvale para situações "como
a Somália ou os Grandes Lagos" e admitiu que essa atitude nem sempre é
compreendida no seio do seu partido.
"A própria
Renamo me acusa de estar a comer com a Frelimo: 'presidente, porque não podemos
atacar' Se calhar, está a receber biliões'. Não, fui eu, com esta mão, que
assinei o acordo", disse.
"Lembro-me
muito bem do meu discurso, e eu disse: 'jamais faremos a guerra iniciada pela
Renamo em Moçambique", concluiu.
LAS //VM.
Empresário
moçambicano acusado de raptos e homicídios libertado por falta de provas -
imprensa
02 de Outubro de
2012, 09:09
Maputo, 02 out
(Lusa) - O empresário moçambicano Bakhir Ayoob, detido há duas semanas por
suspeitas de envolvimento em raptos e assassínios de empresários no país, foi
libertado na terça-feira por falta de provas, noticia hoje o diário O País.
Segundo o jornal, a
juíza de instrução criminal do Tribunal Judicial da Província de Maputo, Helena
Mateus Kida, ordenou a libertação de Bakhir Ayoob por considerar que o mandado
que a polícia usou para a sua detenção era apenas de buscas e não de prisão.
A detenção de
Bakhir Ayoob, na sua residência em Maputo, foi acompanhada com muito interesse
na capital, porque o empresário é casado com a filha do empresário Mohamed
Bashir Suleiman, acusado em 2010 pelo Departamento do Tesouro dos Estados
Unidos de ser "barão da droga".
As autoridades
policiais moçambicanas vinham investigando Bakhir Ayoob por alegado
envolvimento no homicídio de empresários e na onda de raptos de membros da
comunidade islâmica do país.
PMA // VM.
Aumento de infeções
por HIV/SIDA nos agentes preocupa polícia na cidade moçambicana de Manica
02 de Outubro de
2012, 14:05
Chimoio,
Moçambique, 02 out (Lusa) - As baixas de agentes policiais por HIV/SIDA estão a
preocupar a polícia em Manica, centro de Moçambique, que assiste nos últimos
anos ao aumento de número de acamados na corporação, disse hoje à Lusa o
comandante provincial.
Sem avançar
números, Francisco Almeida, comandante provincial da polícia em Manica, disse
que nos últimos oito meses do ano as estatísticas apontam para um aumento de
agentes diagnosticados com o vírus, embora esteja também a crescer o número dos
que recebem assistência médica.
A Organização da
Mulher Educadora da SIDA (OMES), virada para a proteção de prostitutas, tem
vindo a acusar agentes da polícia de efetuarem cobranças de sexo e dinheiro a
prostitutas, em troca de liberdade, sobretudo a zimbabueanas, sob pena de
repreensão, facto que pode estar aliado às infeções por HIV.
"Realmente,
estamos a ressentir-nos desta pandemia (do HIV/SIDA). Temos situações que nos
preocupam na nossa província, em particular na nossa corporação", afirmou
Francisco Almeida.
Atualmente, disse,
vários agentes estão em tratamento com antirretrovirais, no âmbito da aplicação
do projeto "Ação SIDA na Polícia" para difusão das medidas de
prevenção da doença no seio da corporação e tem sido intensificada a
distribuição de preservativos entre os polícias.
"Agora temos
assistência a partir do hospital provincial e nos programas sociais da polícia
virado para os doentes", disse Francisco Almeida, que garantiu estar
igualmente a ser dada assistência às viúvas e órfãos dos agentes perecidos no
seio da corporação.
Ainda segundo a
fonte, alguns agentes estão a ser alvo de processos disciplinares e criminais,
nos últimos oito meses, por várias infrações, entre as quais extorsão, roubo,
suborno, abandono de posto, apresentação em estado de embriaguez no posto de
trabalho, entre outras.
"Apesar dos
problemas, temos vindo a registar com satisfação a resistência de suborno por
parte da corporação, sobretudo da polícia de trânsito, pois estamos preocupados
com a situação de corrupção", referiu Francisco Almeida, na abertura do
9.º Conselho Coordenador da corporação.
Estatísticas da
polícia indicam que o crime nos primeiros oito meses de 2012 reduziu em Manica,
ao cair para 236 contra 342 casos no período homólogo de 2011.
AYAC // VM.
*O título nos
Compactos de Notícias são de autoria PG
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