segunda-feira, 8 de outubro de 2012

PM comanda operações ultra-secretas de navios ancorados ao largo de São Tomé

 


Abel Veiga - Téla Nón
 
A denúncia é grave e vem do Secretariado Permanente do MLSTP/PSD. Há alguns meses que todos os são-tomenses têm visto navios enormes a circularem ou a estacionarem ao largo da ilha, sem que as autoridades dessem uma explicação oficial ao público.
 
O maior partido da oposição diz que está na posse de informação que provam a denúncia que faz. «O Secretariado permanente do MLSTP/PSD está na posse de informações que dão conta da presença de navios, nas imediações da costa portuária do nosso País, efectuando operações ultra secretas, sem que as autoridades competentes tenham informações sobre os objectivos e os tipos de mercadorias transacionadas por estas embarcações» diz o MLSTP.
 
O partido da oposição, é contundente na acusação do Primeiro-ministro Patrice Trovoada como sendo o comandante das operações ultra-secretas. «O que se apurou é que trata-se de uma operação comandada diretamente pelo Primeiro-ministro e Chefe do Governo que tem estado discretamente á bordo dos respectivos navios», garante o MLSTP.
 
O MLSTP faz recordar que São Tomé e Príncipe é um micro Estado insular, vulnerável aos novos flagelos de pirataria, tráfego de estupefacientes, branqueamento de capitais, tráfego de menores, que não podem compadecer com acções governativas que facilitam o recrudescimento da criminalidade ao invés de um combate sério para persuasão destes males.
 
Para o MLSTP transparência não faz parte do vocabulário do Governo de Patrice Trovoada, e dá exemplos que comprovam o que diz. «O Governo do Sr. Patrice Trovoada insiste num modelo de Governação obscuro, despótico e prepotente furtando-se sistematicamente das obrigações exigidas por lei, de prestação de contas e de esclarecimentos aos demais órgãos de Soberania. O MLSTP/PSD tem conhecimentos que nenhum dos órgãos de Soberania tem informações de acordos bilaterais recentemente assinados com a República da Geórgia que envolveu supostas contrapartidas financeiras e que as autoridades financeiras do Pais desconhecem», precisa o MLSTP.
 
A bandeira da transparência terá sido arreada do Palácio do Governo são-tomense. O debate das questões fundamentais do país ou para prestação de contas, nunca mais tiveram lugar na Assembleia Nacional. De repente São Tomé e Príncipe, evolui para um estado em que ninguém sabe o que acontece e como acontece.
 
O MLSTP acrescenta mais exemplos para demonstrar que a governação está nublada. «Os relatórios de execução financeira não são apresentados á Assembleia Nacional, nem ao Tribunal de Contas. O envolvimento pessoal do Chefe do Governo e dos seus ministros nos casos sob a alçada da Justiça, prova a ingerência do executivo no sistema judiciário», destaca o MLSTP.
 
Há mais exemplos, que provam a morte da transparência. «A concessão de vantagens aos empresários amigos do Primeiro-ministro como é o caso da lota de peixe, um investimento que custou ao País cerca de cinco milhões de euros, entregue de maneira obscura a uma empresa, sem quaisquer formalidades, bem como de qualquer instrumento de fiscalização e controlo que se consubstancia numa violação grosseira à Lei das licitações e contratações Públicas. Embora o negócio tivesse sido alvo de um Inquérito parlamentar, até a presente, o Governo não se dignou em remeter à Assembleia Nacional as informações exigidas pelos Deputados», conclui o MLSTP.
 
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