Susete Francisco – i online
Ministros juntam-se
pela terceira vez para discutir o Orçamento. Portas quer mais cortes na despesa
e não deverá estar sozinho
O governo volta
este domingo a reunir-se para – pela terceira vez – discutir o Orçamento do
Estado para 2013. Uma reunião que promete decorrer num ambiente de alta tensão,
com Paulo Portas a levar para o encontro dos membros do executivo a exigência
que já fez publicamente na última quinta-feira, no parlamento: o CDS quer mais
cortes na despesa e menos sobrecarga fiscal sobre os contribuintes.
De acordo com
fontes centristas, o partido quer que esta discussão decorra no seio do
governo, por forma a que o Orçamento do Estado (OE) que der entrada na
Assembleia da República a 15 de Outubro contemple já cortes expressivos na
despesa, em contraponto a algum alívio fiscal face às medidas anunciadas por
Vítor Gaspar. E, a mostrar que o CDS não admite sair deste processo de mãos
vazias, os democratas-cristãos fazem questão de sublinhar que o próprio
primeiro-ministro já deu mostras de abertura nesse sentido.
Isto sem prejuízo
de o parceiro minoritário da coligação vir também a apresentar propostas no
parlamento de alteração ao OE para 2013.
Mas Paulo Portas
não deverá ser a única voz no Conselho de Ministros a criticar o caminho
traçado pelo ministro das Finanças. Tal como já sucedeu com o anúncio da subida
da TSU – o jornal “Público” noticiou então que ministros como Miguel Macedo ou
Paula Teixeira da Cruz fizeram chegar ao primeiro-ministro o seu desagrado com
a medida – o aumento da carga fiscal está longe de ser pacífico nas hostes sociais-democratas.
E Vítor Gaspar não deverá ser o único alvo da reunião do Conselho de Ministros.
“Numa altura destas, onde anda o ministro da Economia?”, questiona fonte da
maioria, criticando o apagamento “total” de Santos Pereira.
Um “bom clima” na
maioria Depois do anúncio de um “enorme aumento de impostos” ter lançado a
coligação numa nova crise, os dois parceiros de governo tentaram ontem passar
uma imagem de alguma normalidade. Presente na ilha de Malta para participar na
Cimeira “5+5”, Paulo Portas respondeu com um conciso “claro” quando questionado
pelos jornalistas sobre se a coligação tem futuro. Além do ministro dos
Negócios Estrangeiros, também Pedro Passos Coelho chegou ontem a Malta.
Em Lisboa, o
primeiro vice- -presidente dos sociais-democratas, Jorge Moreira da Silva,
defendeu, após a cerimónia de comemoração do 5 de Outubro, que “há muito ruído”
em torno da coligação, referindo que aquilo que o CDS lhe tem transmitido
“oficial e formalmente” é “total solidariedade” e “comprometimento” com as
opções do executivo.
Também o líder
parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, referiu que existe um bom clima de trabalho
na maioria, sublinhando que a estabilidade é importante para vencer as
dificuldades. “Face às circunstâncias muito difíceis em que o país se encontra,
a estabilidade política é um valor importante. Há um bom clima entre a maioria
e o governo na preparação do Orçamento do Estado”, assegurou o deputado
centrista em declarações à agência Lusa.
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