Romana Borja-Santos - Público
O histórico
socialista Mário Soares considera que “o Governo está moribundo e ninguém o
toma a sério”, e sugere que Paulo Portas deixe de ser ministro rapidamente.
No seu espaço de
opinião semanal no Diário de Notícias, o ex-Presidente da República diz que
tanto Paulo Portas, como o CDS-PP ficaram “sem saber o que dizer e fazer”
perante o anúncio do aumento de impostos e refere um “silêncio envergonhado”.
“Portas, por mais que goste de ser ministro, e ao que parece gosta muito, não
pode continuar a sê-lo, sem perda total da sua dignidade e prestígio. Deve
demitir-se o quanto antes. As sondagens mostram o seu partido a descer, abaixo
do PCP e do Bloco de Esquerda”, acrescenta o socialista.
Para Mário Soares, “o Governo está moribundo e ninguém o toma a sério”. Mas o ex-líder socialista rejeita um cenário de eleições antecipadas, sugerindo antes uma intervenção presidencial, dando o exemplo do Presidente italiano que se “livrou” de Berlusconi e nomeou Mario Monti como primeiro-ministro. “Há momentos em que as eleições não se justificam porque não resolverão nada e podem antes complicar muito a situação”, afirma. “Aproxima-se o momento em que [Cavaco Silva] não pode continuar a fazer discursos vazios e que será obrigado a tomar decisões. A não ser que se demita também. Dada a crise profunda do Governo é ao Presidente que compete actuar, por muito que lhe custe”, lê-se na crónica de Soares.
Ainda a propósito das últimas medidas do Governo, Soares lamenta que o recuo de Passos Coelho nas mudanças na taxa social única não signifiquem que tenha “finalmente compreendido que era necessário mudar de rumo”. “Pelo contrário. Resolveu pôr o ministro das Finanças a dizer na Assembleia, com a sua voz tão peculiar, que os impostos vão aumentar imenso e em conjunto a vida dos portugueses – com destaque para a classe média – ia piorar muito. Que falta de sensibilidade política e de vergonha”, afirma. E acrescenta que “a própria troika teme, seriamente, pelo que pode acontecer ao nosso país, no plano social, dado o desespero e a violência crescente nos portugueses”.
O histórico socialista lamenta, ainda, a forma como foram conduzidas as cerimónias do 5 de Outubro, nas quais “o Presidente Cavaco Silva teve a ideia peregrina de excluir o povo da cerimónia”. “Um 5 de Outubro sem povo não faz sentido nenhum. É próprio de uma ditadura, não de um regime que ainda se diz democrático. (...) Quando os governantes (quer sejam ministros, secretários de Estado ou o Presidente da República) manifestam medo do Povo – e fogem dele – algo vai muito mal”, conclui, no mesmo jornal.
Ainda assim, Soares sublinha que “sem partidos não há democracia” e critica algumas das campanhas anti-partidárias que têm sido feitas, reforçando que os “movimentos cívicos não substituem partidos” e devem antes contribuir para melhorar a sua acção.
Para Mário Soares, “o Governo está moribundo e ninguém o toma a sério”. Mas o ex-líder socialista rejeita um cenário de eleições antecipadas, sugerindo antes uma intervenção presidencial, dando o exemplo do Presidente italiano que se “livrou” de Berlusconi e nomeou Mario Monti como primeiro-ministro. “Há momentos em que as eleições não se justificam porque não resolverão nada e podem antes complicar muito a situação”, afirma. “Aproxima-se o momento em que [Cavaco Silva] não pode continuar a fazer discursos vazios e que será obrigado a tomar decisões. A não ser que se demita também. Dada a crise profunda do Governo é ao Presidente que compete actuar, por muito que lhe custe”, lê-se na crónica de Soares.
Ainda a propósito das últimas medidas do Governo, Soares lamenta que o recuo de Passos Coelho nas mudanças na taxa social única não signifiquem que tenha “finalmente compreendido que era necessário mudar de rumo”. “Pelo contrário. Resolveu pôr o ministro das Finanças a dizer na Assembleia, com a sua voz tão peculiar, que os impostos vão aumentar imenso e em conjunto a vida dos portugueses – com destaque para a classe média – ia piorar muito. Que falta de sensibilidade política e de vergonha”, afirma. E acrescenta que “a própria troika teme, seriamente, pelo que pode acontecer ao nosso país, no plano social, dado o desespero e a violência crescente nos portugueses”.
O histórico socialista lamenta, ainda, a forma como foram conduzidas as cerimónias do 5 de Outubro, nas quais “o Presidente Cavaco Silva teve a ideia peregrina de excluir o povo da cerimónia”. “Um 5 de Outubro sem povo não faz sentido nenhum. É próprio de uma ditadura, não de um regime que ainda se diz democrático. (...) Quando os governantes (quer sejam ministros, secretários de Estado ou o Presidente da República) manifestam medo do Povo – e fogem dele – algo vai muito mal”, conclui, no mesmo jornal.
Ainda assim, Soares sublinha que “sem partidos não há democracia” e critica algumas das campanhas anti-partidárias que têm sido feitas, reforçando que os “movimentos cívicos não substituem partidos” e devem antes contribuir para melhorar a sua acção.
Sem comentários:
Enviar um comentário