sábado, 6 de outubro de 2012

Portugal: MELHOR POVO DO MUNDO

 


José Alberto Quaresma – Expresso, opinião, em Blogues
 
Crato descobriu a profissão mais linda do mundo, a docência. Gaspar encontra agora com o melhor povo do mundo, o português. Os governantes, como dizia Tchékov, "são honestos: não mentem sem necessidade".
 
E o que é que o governo faz à profissão mais linda do mundo e ao melhor povo do mundo e arredores? Oferece as prendas mais lindas e as melhores do mundo.
 
Muitas, muitas. Não param de surpreender. Os pacotes ofertados em catadupa nem deixam respirar de alegria. Comovem. A gente ainda mal desembrulhou um pacote de austeridade e já nos caiu outro em cima.
 
O que se exilou em Bruxelas via-nos de tanga. Os seus discípulos querem-nos nus em pelota e mirrados. Estão a atacar as gorduras do Estado, perdão, do melhor povo do mundo. E muito bem. Zelam pela sua saúde. Amam-no até às lágrimas.
 
E o melhor povo do mundo deve agradecer e retribuir o amor. Tem o melhor governo do mundo. Só pode ser feliz.
 
Só falta promover o reencontro entre o melhor povo e o melhor governo do mundo. Beijinhos, abraços, festinhas, pancadinhas nas costas, palavras ternurentas e, quem sabe, casamento abençoado.
 
Como o povo é largo, e não pode entrar pelo conselho de ministros adentro para agradecer penhorado, só falta os governantes descerem à Avenida da Liberdade, ao Terreiro do Paço, à Praça de Espanha, à Praça do Império, à rua frente a S. Bento, para o maior amplexo do mundo. O amor com amor não fica a dever.
 
Crato, Gaspar, venham e tragam Passos e Portas pela mão. E mais os outros ministros todos. Nós sabemos que vocês são um pouco tímidos. Não gostam de vir à rua. Têm pudor em sair dos carros. Preferem rodear-se de homens musculados. Mas quem gosta, gosta. Tem de vencer o acanhamento.
 
Sabemos que o melhor povo do mundo cheira mal da boca e grita impropérios. Mas que Diabo!? O melhor povo do mundo também pode ter os seus pequenos defeitos. Mas ama quem o ama. Praticamente adora. E faz juras de amor. E o povo é sereno. Venham. Desçam à rua. O amor platónico na gaiola é que não é deste tempo.
 
Leia mais sobre Portugal (símbolo na barra lateral)
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana