Paulo Lourenço –
Jornal de Notícias
Ao quarto dia de
greve dos maquinistas da CP, juntaram-se, esta manhã de quinta feira,
paralisações no Metro e Rodoviária de Lisboa. O caos instalou-se rapidamente
nas ruas da capital.
Lisboa acordou ao
som de buzinadelas contínuas e com as ruas cheias de gente a caminhar para o emprego
ou escola.
Dos transportes
públicos, apenas os autocarros da Carris estão a funcionar, mas, tal como o JN
constatou, não conseguem dar resposta ao acréscimo de utentes.
"Estou aqui há
45 minutos, já passaram vários, mas não consegui entrar em nenhum", conta
Rafaela Pereira, uma jovem da Guarda, a estudar em Lisboa, junto a uma paragem
da Carris em Entrecampos.
Às 8.30 da manha,
Entrecampos é uma das zonas mais confusas da cidade. Ali chegam comboios da
Linha de Sintra e autocarros da Rodoviária, além da interface com o Metro.
O trânsito está
completamente parado, com muitos automobilistas a descarregarem a fúria nas
buzinas, causando um ruído que torna a espera ainda mais insuportável.
No meio do caos, a
entrada para os autocarros da Carris é feita de forma perfeitamente anárquica.
Há muita gente a aproveitar a abertura das portas traseiras para largar
passageiros para entrar, empurrando quem lá esta dentro, tentando por todos
meios encontrar espaço.
Ainda assim há quem
não se conforme e aponte o dedo também aos motoristas da Carris. "Ainda
agora passou um onde cabiam seis ou sete pessoas e nem parou", diz Célia
Santos.
Ao lado, o marido,
Nuno Sampaio, lamenta o gasto extra e as horas perdidas. "Já pagámos 100
euros cada um de passe, e agora temos de pagar autocarro, e para chegar
atrasados, correndo o risco de isso nos ser descontado no ordenado",
desabafa.
O casal, residente
na Margem Sul, em Coina, deixa ainda um repto: "Se a Carris e o Metro se
vão fundir, podiam começar já a interligação e não cobrar bilhetes neste dia a
quem tem os passes".
Entre a confusão
instalada na cidade, há também muito mais gente a recorrer a bicicleta,
serpenteando entre os passeios cheios das avenidas.
No geral, a maioria
das pessoas com quem o JN falou repete as criticas dos últimos dias a greve dos
maquinistas sobretudo. "Tem direito a greve, mas não era preciso ser todos
os dias ou todos os meses", desabafa Rafaela Pereira.
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