Sete detidos e 48
feridos nos incidentes junto ao parlamento
Lisboa, 14 nov
(Lusa) – Sete pessoas detidas pelo crime de desobediência e 48 feridos é o
balanço provisório dos confrontos hoje entre a polícia e os manifestantes junto
à Assembleia da República, segundo a PSP.
O porta-voz do
comando metropolitano de Lisboa da PSP, subcomissário Jairo Campos, fez ao
jornalistas o balanço provisório até as 20:55 do incidente ocorridos hoje, dia
de greve geral, junto ao parlamento, tendo adiantado que as pessoas detidas vão
quinta-feira a tribunal.
Jairo Campos
explicou que, antes da carga policial, os elementos do corpo de intervenção da
PSP fizeram duas advertências para os manifestantes dispersarem e estes não
abandonaram o local.
Segundo o
porta-voz, cinco pessoas foram detidas junto ao parlamento e outras duas nas
imediações.
Dos 48 feridos
ligeiros, 21 são elementos da PSP e 27 são manifestantes.
De entre os
elementos da PSP feridos dois necessitaram de tratamento hospitalar e 17
manifestantes.
Jairo Campos disse
ainda que os ferimentos dos polícias se deveram as arremesso de pedras da
calçada por parte dos manifestantes.
A PSP identificou
também várias pessoas, estando agora a polícia averiguar a sua intervenção nos
confrontos.
Questionado sobre a
ação da polícia nas próximas horas, a mesma fonte disse apenas que a PSP está
preparada para a possibilidade de ocorrerem mais distúrbios durante a noite,
não adiantando se foi decidido algum reforço policial para a AR e zona
próximas.
A PSP marcou uma
conferência de imprensa para quinta-feira às 15:00 na direção nacional em Lisboa
para fazer o balanço final dos incidentes.
CMP/APN // CC
Resposta da PSP foi
proporcional para controlar grupos organizados - OSCOT
Lisboa, 14 nov
(Lusa) - O Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo
(OSCOT) considerou hoje que a polícia agiu atempadamente e em conformidade para
controlar, em Lisboa, a violência gerada por "pequenos grupos organizados
que instigaram a violência" durante uma manifestação.
A PSP carregou hoje
sobre vários manifestantes em frente às escadarias da Assembleia da República,
depois de ter sido agredida por pedras da calçada atiradas por alguns dos
participantes de uma manifestação que se concentravam no local.
Após terem avisado
por megafone os manifestantes para dispersarem, elementos do corpo de
intervenção da PSP desceram as escadas e avançaram com bastões para os que
atiravam, há mais de uma hora, pedras da calçada contra os polícias.
Posteriormente, o
corpo de intervenção da PSP fez vários disparos no final da Avenida D. Carlos
I, para dispersar os manifestantes que ali se concentraram depois de terem sido
afastados do largo junto ao Parlamento. Nas ruas próximas da Assembleia da
República, a polícia foi obrigada a apagar vários focos de incêndios ateados a
caixotes de lixo.
Comentando à
agência Lusa os incidentes, que causaram pelo menos cinco feridos entre os
manifestantes, o porta-voz do OSCOT, Felipe Pathé Duarte, disse que a atuação
da polícia foi "proporcionada" e "atempada", para
"controlar a violência" gerada por "pequenos grupos mais ou
menos organizados" que "instigaram a violência", aproveitando a
manifestação da CGTP junto ao Parlamento durante a greve geral de hoje.
Para Felipe Pathé
Duarte, a "ação tática" usada pela PSP visou evitar que "a
violência entrasse num crescendo maior", após um "momento de
contenção que não chegou para mitigar a própria violência".
Segundo o porta-voz
do OSCOT, "todas as condições estão reunidas" em Portugal "para
que a manifestação social entre num processo de violência".
Contudo, ressalvou,
"não dá para perceber se a violência é totalmente conjuntural ou não, se
surge apenas no momento ou não", pelo que, acrescentou, "é complicado
antever se vai haver um crescendo de violência" social no país.
"A violência
gera violência, tem um efeito mimético", enfatizou, no entanto.
Felipe Pathé Duarte
realçou que, contrariamente a Portugal, a violência na Grécia, em Espanha e em
Itália é uma "violência estruturada, planeada, organizada, com
estratégicas bem definidas".
ER (APN/CMP) // SB
"Desacatos provocados por profissionais da desordem e da provocação"
- MAI
Lisboa, 14 nov
(Lusa) - O ministro da Administração Interna garantiu hoje que os desacatos
frente ao parlamento, que motivaram uma carga policial, foram provocados
"por meia dúzia de profissionais da desordem e da provocação" e
elogiou a intervenção e o profissionalismos da PSP.
Numa declaração ao
princípio da noite, Miguel Macedo sublinhou que os incidentes "nada
tiveram a ver com a manifestação da CGTP" em dia de greve geral e garantiu
que os desacatos "se deveram ao comportamento de meia dúzia de
profissionais da desordem e da provocação, que devem ser travados".
Na sua intervenção,
o ministro teceu elogios ao contigente da PSP em serviço, "pelo
profissionalismo, pela serenidade demonstrada e pela firmeza que revelou quando
foi inevitável intervir".
Interrogado sobre
se teme que atos de vandalismo e provocações à polícia se prolonguem durante a
noite de hoje, o governante preferiu não fazer "nenhuma previsão em
relação a esse tipo de situações".
"Apelo para
que, no uso dos direitos de cidadania que todos os portugueses têm, as coisas
decorram como têm decorrido até agora, com demonstrações de civismo na
esmagadora maioria das situações", rematou.
ND/ARA // NS.
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