PPF – JPF - Lusa
Lisboa, 07 nov
(Lusa) - Os trabalhadores da Lusa reiteraram hoje a sua preocupação com o
futuro da agência de notícias, depois de uma reunião em Lisboa com o
secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Murade Murargy.
"Continuamos
sem saber o que o Governo pretende que a Lusa seja", disse Rosária Rato,
vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) e jornalista na agência de
informação, declarando que a preocupação dos trabalhadores tem agora
"motivos acrescidos" pois a empresa "já está a ficar
desfalcada", depois de 19 trabalhadores, 15 dos quais jornalistas, terem
saído no âmbito de um programa de rescisões por mútuo acordo.
A vice-presidente
do SJ deu os exemplos de Coimbra, onde saíram três dos cinco jornalistas da
Lusa, e Berlim, onde o correspondente da agência na cidade cessou funções no
âmbito do referido programa de rescisões amigáveis.
A proposta de
Orçamento do Estado para 2013 prevê um corte de 30,9 por cento no
contrato-programa entre o Estado e a agência Lusa para 2013, redução contestada
pelos trabalhadores que já cumpriram quatro de dias de greve e realizaram
várias ações de protesto, receando a perda da qualidade do serviço e os efeitos
de uma possível revisão da rede de correspondentes e delegados.
Do encontro da
CPLP, onde estiveram representantes da Comissão de Trabalhadores, SJ e Conselho
de Redação, resultou a compreensão do secretário-executivo com a situação da
agência e as implicações para o espaço lusófono de um corte no
contrato-programa.
Murade Murargy, diz
Rosária Rato, foi "completamente sensível" aos argumentos dos
trabalhadores e prometeu levar o assunto a encontros que terá em breve,
nomeadamente com o Presidente da República, Cavaco Silva, e o secretário de
Estado dos Negócios Estrangeiros, José Cesário.
No final do
encontro, o responsável da CPLP escusou-se a comentar em detalhe o teor da
conversa, declarando que "ouviu" as preocupações e argumentos dos
trabalhadores da Lusa e será um "apoio moral" que levará o assunto a
diferentes encontros e reuniões.
O presidente do
Conselho de Administração da Lusa, Afonso Camões, é ouvido pelos deputados na
quinta-feira na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação.
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