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Macau, China, 17
dez (Lusa) - O vice-reitor da Universidade de Macau (UMAC), Rui Martins, disse
hoje à agência Lusa que a certificação da qualidade e a acreditação dos
programas académicos de acordo com padrões internacionais são os principais
desafios do ensino superior na Região.
Rui Martins, que
falava à margem da "Conferência sobre a garantia da qualidade do ensino
superior", sublinhou a importância da criação de um mecanismo, dado o
desenvolvimento e aumento da oferta académica na Região registados nos últimos
20 anos.
"Claro que a
Universidade de Macau e o Instituto Politécnico de Macau (IPM) já têm uma
tradição nesta área, porque os nossos programas foram quase todos reconhecidos
em Portugal, pelo ministério da Educação e com extensão à União Europeia na
década de 90. Mas todos os outros programas novos em Macau ainda não têm essa
acreditação, e isso é muito importante", afirmou.
A conferência em
Macau juntou cerca de uma dezena de universidades de Macau, Hong Kong, Taiwan e
Portugal, as quais partilharam experiências em matéria de certificação de
qualidade.
"Na China há
um centro específico para a avaliação do ensino superior; em Portugal foi
criada uma agência também de avaliação do ensino superior (...). Hong Kong
também tem uma agência de certificação de programas de ensino superior. E Macau
está na altura em que precisará de definir o que fazer nesta área", disse
Rui Martins.
O vice-reitor da
UMAC deu o exemplo de Portugal, em que "o aparecimento da agência e uma
certa autorregulação das universidades tem levado à redução do número de cursos
em geral no país", mas sublinhou que antes de suceder ou não o mesmo em
Macau é preciso primeiro definir o mecanismo a seguir.
O debate sobre a
garantia da qualidade do ensino superior coincidiu com o anúncio, feito no
domingo pelo diretor do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES), Sou Chio
Fai, de que a lei do Ensino Superior será enviada à Assembleia Legislativa no
início do ano.
O vice-reitor da
UMAC considerou importante o anúncio do Governo porque "a lei irá, em
princípio, regular este controlo de qualidade e certificação dos
programas".
"A última lei
do ensino superior foi publicada em 1991, há 20 anos, e desde então o cenário
no ensino superior em Macau mudou radicalmente, portanto, uma nova lei que
tenha em atenção este desenvolvimento é muito urgente", acrescentou.
A ilustrar os
desenvolvimentos registados no ensino superior no território, Rui Martins
recordou ainda que no início dos anos 90, havia apenas duas universidades
públicas (UMAC e IPM) e uma privada, a antiga Universidade Aberta Internacional
da Ásia, atual Universidade da Cidade de Macau.
"Neste momento
há 10, 12 instituições e, portanto, o panorama é completamente diferente",
considerou.
Depois da
Conferência sobre a garantia da qualidade do ensino superior que termina hoje,
os académicos prosseguem na terça-feira os trabalhos no Fórum dos Reitores das
Instituições de Ensino Superior da China e de Portugal.
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