quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Angola quer que países vizinhos aumentem controlo para conter imigração ilegal




EL – VM - Lusa

Luanda, 09 jan (Lusa) - Angola vai insistir com os países vizinhos para estes aumentarem os controlos internos que ajudem a conter a imigração ilegal no seu território, disse hoje à Lusa o chefe da diplomacia angolana.

Georges Chicoti, que falava no final da cerimónia de abertura da II Reunião de Embaixadores de Angola, destacou neste caso a República Democrática do Congo (RDCongo), de onde provém a maioria dos imigrantes ilegais.

"Nós temos tentado engajar da melhor maneira possível os nossos vizinhos. É verdade que esta imigração ilegal que vem para Angola não vem toda dos países vizinhos. Uma boa parte vem da África Ocidental", salientou.

"O que temos estado a conversar é fazer com que não haja esta facilitação de acesso ao território angolano", acrescentou.

Georges Chicoti reconheceu existirem "problemas de perceção" nesta matéria.

"As outras regiões não controlam a emigração ilegal porque eles liberalizaram as suas regiões. É o caso da África Ocidental e da África Central", acentuou.

O problema aumenta, torna-se "mais difícil", nas palavras do ministro angolano, quando os imigrantes ilegais escolhem as zonas de garimpo de diamantes, junto à fronteira com a RDCongo.

"Angola vai continuar a trabalhar com os seus parceiros, para que eles os possam receber, quando nós prendemos essas pessoas. Mas também queremos que esta cooperação vá no sentido em que os países vizinhos possam controlar o acesso fácil ao território angolano", defendeu.

"É uma problemática com a qual vamos ter ainda de lidar nos próximos tempos", reconheceu.

Para Georges Chicoti, envolver as autoridades de Kinshasa é uma "questão importante".

"Nós temos a certeza que eles têm pouca capacidade de controlar este fenómeno, mas eu acho que se os dois governos se envolverem, podemos conter uma boa parte desta imigração ilegal", frisou.

Dados a que a agência Lusa teve acesso demonstram que de janeiro a novembro de 2012 foram registados 2.175 casos de violação de fronteira, que resultaram na detenção de 11.325 cidadãos de várias nacionalidades.

Registe-se que nas violações da fronteira terrestre, a maior parte (8.982) dos detidos têm nacionalidade da RDCongo, vindo em seguida malianos (141) e congoleses (134).

Nas violações da fronteira marítima, foram detidos 686 cidadãos, e a maioria (375) tem nacionalidade da República da Guiné, vindo a seguir 136 da RDCongo e 33 da Guiné-Bissau.

Mais recentemente, no período entre os dias 20 de dezembro e 05 deste mês, foram detidos 222 imigrantes ilegais, sendo 220 congoleses democráticos.

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