EL – VM - Lusa
Luanda, 09 jan
(Lusa) - Angola vai insistir com os países vizinhos para estes aumentarem os
controlos internos que ajudem a conter a imigração ilegal no seu território,
disse hoje à Lusa o chefe da diplomacia angolana.
Georges Chicoti,
que falava no final da cerimónia de abertura da II Reunião de Embaixadores de
Angola, destacou neste caso a República Democrática do Congo (RDCongo), de onde
provém a maioria dos imigrantes ilegais.
"Nós temos
tentado engajar da melhor maneira possível os nossos vizinhos. É verdade que
esta imigração ilegal que vem para Angola não vem toda dos países vizinhos. Uma
boa parte vem da África Ocidental", salientou.
"O que temos
estado a conversar é fazer com que não haja esta facilitação de acesso ao
território angolano", acrescentou.
Georges Chicoti
reconheceu existirem "problemas de perceção" nesta matéria.
"As outras
regiões não controlam a emigração ilegal porque eles liberalizaram as suas
regiões. É o caso da África Ocidental e da África Central", acentuou.
O problema aumenta,
torna-se "mais difícil", nas palavras do ministro angolano, quando os
imigrantes ilegais escolhem as zonas de garimpo de diamantes, junto à fronteira
com a RDCongo.
"Angola vai
continuar a trabalhar com os seus parceiros, para que eles os possam receber,
quando nós prendemos essas pessoas. Mas também queremos que esta cooperação vá
no sentido em que os países vizinhos possam controlar o acesso fácil ao
território angolano", defendeu.
"É uma
problemática com a qual vamos ter ainda de lidar nos próximos tempos",
reconheceu.
Para Georges
Chicoti, envolver as autoridades de Kinshasa é uma "questão
importante".
"Nós temos a certeza
que eles têm pouca capacidade de controlar este fenómeno, mas eu acho que se os
dois governos se envolverem, podemos conter uma boa parte desta imigração
ilegal", frisou.
Dados a que a
agência Lusa teve acesso demonstram que de janeiro a novembro de 2012 foram
registados 2.175 casos de violação de fronteira, que resultaram na detenção de
11.325 cidadãos de várias nacionalidades.
Registe-se que nas
violações da fronteira terrestre, a maior parte (8.982) dos detidos têm
nacionalidade da RDCongo, vindo em seguida malianos (141) e congoleses (134).
Nas violações da
fronteira marítima, foram detidos 686 cidadãos, e a maioria (375) tem
nacionalidade da República da Guiné, vindo a seguir 136 da RDCongo e 33 da
Guiné-Bissau.
Mais recentemente,
no período entre os dias 20 de dezembro e 05 deste mês, foram detidos 222
imigrantes ilegais, sendo 220 congoleses democráticos.
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