Após o Tribunal
Supremo de Justiça ter autorizado o adiamento da cerimônia de posse de Hugo
Chávez prevista para esta quinta-feira (10), centenas de milhares de
manifestantes se concentraram em Caracas para apoiar o governo bolivariano,
acompanhados por representantes de 27 países da região. O ato contou com a
presença do vice-presidente Nicolas Maduro e dos presidentes da Bolívia, Evo
Morales, do Haiti, Michel Martelly, da Nicarágua, Daniel Ortega, e do Uruguai,
José Mujica.
Página/12 - Carta Maior
Caracas - Após
o Tribunal Supremo de Justiça ter autorizado o adiamento da cerimônia de posse
prevista para esta quinta-feira (10), centenas de milhares de manifestantes se
concentraram em Caracas para apoiar o governo bolivariano, acompanhados por
representantes de 27 países da região. O presidente boliviano Evo Morales
afirmou que a saúde de seu colega venezuelano é um tema que preocupa “a todos
os povos antiimperialistas do mundo”, enquanto que o ex-mandatário paraguaio
Fernando Lugo assegurou que Chávez “pertence não só a Venezuela, mas também a
Argentina, ao Equador, ao Paraguai, ao Caribe e à toda América Latina”.
O ato de homenagem ao presidente reeleito da Venezuela, Hugo Chávez, começou
formalmente pouco depois das 14 horas de Caracas, quando o vice-presidente
Nicolas Maduro chegou ao palanque erguido em frente ao Palácio de Miraflores.
Maduro subiu ao palco junto com os presidentes da Bolívia, Evo Morales, do
Haiti, Michel Martelly, da Nicarágua, Daniel Ortega, e do Uruguai, José Mujica,
assim como os chanceleres da Argentina, Héctor Timerman, do Equador, Ricardo
Patiño, e do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, entre outras autoridades.
Após a entonação do Hino Nacional, em ritmo de capela, por parte da multidão, o
chanceler argentino Héctor Timerman abriu a lista de oradores com um breve
discurso no qual disse ser portador de uma mensagem de carinho e afeto da parte
da presidenta Cristina Fernández de Kirchner, ao mesmo tempo em que confirmou
que a mandatária argentina visitará Chávez nesta sexta-feira em Havana.
“Quem diz que o companheiro Hugo está ausente? Ele está aqui em seu povo”,
afirmou Fernando Lugo ao tomar o microfone. “A Revolução Bolivariana está em
boas mãos porque está nas mãos do povo venezuelano”, acrescentou o
ex-presidente paraguaio, destituído após um golpe institucional em junho de
2012.
Por sua parte, o boliviano Evo Morales manifestou que “neste momento Hugo
Chávez Frias está na consciência de todos os bolivianos e de todas as
bolivianas”. Ele observou que “o tema da saúde do irmão Chávez não é somente
uma preocupação do povo venezuelano, mas também do povo boliviano e de todos os
povos antiimperialistas do mundo”.
Evo fez um chamado pela “unidade na Venezuelana e na América Latina”, e
assegurou que “Chávez seguirá a frente da Revolução”. Além disso, reconheceu
sua “admiração e respeito a este povo venezuelano revolucionário, socialista e
solidário”, e recordou os cafés da manhã vividos com o líder bolivariano em
suas visitas anteriores a Caracas. “Hoje comi uma broa de milho no café da
manhã e senti que estava com Chávez”, afirmou.
O governo recebeu quarta-feira um aval legal com a decisão do Tribunal Supremo
de Justiça (TSJ), que descartou declarar a ausência temporal ou absoluta do
mandatário convalescente e disse que ainda que seja um requisito necessário,
Chávez pode fazer o juramento depois do dia 10 de janeiro diante dos
magistrados.
A sentença argumentou que Chávez tem uma licença aberta concedida pela
Assembleia Nacional, que é um presidente reeleito e, portanto, há continuidade
no mando, pelo que autorizou tanto o vice-presidente Nicolás Maduro como os
ministros do gabinete para preservar as funções de governo por um tempo que não
foi estabelecido.
Tradução: Katarina Peixoto
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