LAS - MSF - Lusa
Maputo, 25 mai
(Lusa) - A Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, acusou hoje a
polícia de ter atacado seus seguranças na Gorongosa e que, na resposta, estes
feriram 17 polícias, "havendo receio de mortos", num incidente
registado na sexta-feira.
Num comunicado
enviado à Lusa, a Renamo contraria a versão do administrador do distrito da
Gorongosa, segundo a qual o incidente ocorreu quando um elemento da Força de
Intervenção Rápida (FIR) disparou acidentalmente a arma, numa zona perto da
base onde, desde outubro, está aquartelado o líder do partido, Afonso Dhlakama.
Paulo Majacunene
disse à Lusa que, em consequência, os homens da Renamo responderam ao disparo
"acidental", mas que "ninguém foi atingido por balas",
tendo nove polícias ficado ligeiramente feridos "pela descida precipitada
da viatura" em que seguiam.
Versão diferente
tem a Renamo que, num comunicado enviado à Lusa, acusa a polícia de ter tentado
desarmar os seus seguranças, no povoado de Vunduzi, no centro de Moçambique.
"Perante este
acto, os seguranças da Renamo resistiram, tendo os homens da FIR ido buscar
reforço no povoado de Vunduzi para atacar e desarmar. Para tal, abriram fogo
contra os seguranças da Renamo", refere o comunicado assinado pelo
porta-voz do partido, Fernando Mazanga.
O documento
acrescenta que, na impossibilidade de um contacto com o líder do partido, para
receber instruções, o comandante da força da Renamo ordenou uma reação ao
"ataque" policial.
"Dessa
resposta, resultou que a FIR entrou em debandada, numa fuga desenfreada,
levando consigo feridos em número de, até aqui, 17. Receia-se que haja mortos
entre os jovens da FIR", acrescenta o documento.
"Mais uma vez,
a Renamo é atacada fisicamente e na resposta jovens inocentes são atingidos com
gravidade, demonstrando o seu despreparo militar. O governo voltou a colocar os
filhos dos pobres para defender os interesses dos ricos enquanto os seus filhos
abocanham as riquezas do País", acrescenta o comunicado.
Na segunda-feira
está prevista uma nova ronda de negociações, em Maputo, entre o Governo e a
Renamo, para tentar ultrapassar a tensão política no país.
A Renamo contesta,
entre outras questões, a composição dos órgãos eleitorais e ameaça impedir a
realização de eleições, cujo ciclo abre com as autárquicas, a 20 de novembro, e
prossegue com presidenciais e legislativas em 2014.
Em abril, na
resposta à invasão pela polícia da sua sede em Muxúnguè, centro de Moçambique,
ex-guerrilheiros da Renamo atacaram uma esquadra naquela localidade, de que
resultou a morte de quatro polícias e de um assaltante.
Dias depois, na
mesma zona, um ataque não reivindicado contra um camião matou três pessoas e um
autocarro de passageiros foi igualmente metralhado, mas sem consequências.
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