NME – JMR - Lusa
A mortalidade da
malária em Angola está em quebra, com 5.000 mortos registados em 2012, mas a
doença mantém-se a principal causa de morte dos angolanos, disse hoje à Lusa
fonte oficial.
O coordenador do
Programa Nacional angolano de Luta contra a Malária, Filomeno Fortes, disse que
as 5.000 mortes provocadas pela malária em 2012 representam "50 por cento
de redução do peso da malária como causa de morte", face aos 10.000 mortos
anuais registados há cinco anos.
"Mas ainda
temos um longo caminho a percorrer e este ano estamos a dar prioridade à
distribuição em massa de redes mosquiteiras. Precisamos que nos próximos 12
meses, pelo menos 70 por cento da população angolana tenha acesso a uma rede
mosquiteira para prevenir-se contra a malária", disse Filomeno Fortes à
margem das jornadas científicas sobre Doenças Tropicais e Grandes Endemias,
organizadas pelo Ministério da Saúde de Angola, para assinalar os 100 anos do I
congresso internacional de medicina tropical, em 1913 em Londres.
Esta semana, o
"Relatório Social de Angola 2012", elaborado pelo Centro de Estudos e
Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, refere que a
malária continua a ser "reiteradamente das doenças mais registadas e a principal
causa de notificação de óbitos".
Segundo o estudo,
"em 2011 houve um prenúncio de abrandamento, mas em 2012 voltou a
verificar-se uma subida dos casos notificados".
Os dados do
relatório do CEIC dão conta que em 2011 foram notificados 3,5 milhões de casos,
enquanto que em 2012 o número subiu para quatro milhões.
O estudo deixa
várias indicações sobre as razões do "retrocesso no combate à
malária", como o crescimento da população a um ritmo de 2,9% ao ano, a
crescente urbanização sem condições de acolhimento dos migrantes, a falta de
meios de combate à doença ou a carência de recursos financeiros das populações
para a prevenção e tratamento da doença.
Foto: Stephen
Morrison – EPA
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