domingo, 27 de outubro de 2013

Empresários portugueses continuam a acreditar em bons negócios em Angola

 


Empresários portugueses continuam a confiar que existem oportunidades para bons negócios em Angola, apesar da tensão política desencadeada há cerca de duas semanas com o anúncio pelo Presidente angolano da suspensão da construção da parceria estratégica com Portugal.
 
O optimismo foi firmado no final da 11.ª edição da Projekta By Constrói-Angola, o certame mais importante para o sector da construção, obras públicas e decoração, que decorreu entre quinta-feira e hoje na Feira Internacional de Luanda.

Rogério Moitas, da Alves Ribeiro Construções, empresa de direito angolano, de capital misto luso-angolano, disse à Lusa que não nota qualquer dificuldade ou diferença. "Não noto que haja qualquer dificuldade ou diferença. O que vejo é que continuam a surgir oportunidades de negócio. Não notámos nenhuma diferença em relação ao que se passava há dois ou três meses atrás", disse.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou no dia 15, em Luanda, a suspensão da construção da parceria estratégica com Portugal, durante o discurso sobre o estado da Nação, na Assembleia Nacional de Angola, apontando "incompreensões ao nível da cúpula e o clima político actual".

Desde então, tem havido uma série de afirmações de responsáveis dos dois países sobre esta questão. A parte portuguesa tem procurado relativizar o problema mas, na quarta-feira à noite, o chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti, em entrevista à Televisão Pública de Angola, disse que Luanda deixou de considerar prioritária a cooperação com Portugal, elegendo África do Sul, China e Brasil como alternativas. "Nós, empresários, temos de ser incólumes a estas situações, eminentemente políticas, que devem ser resolvidas a esse nível", disse.

A Projekta, evento em que estiveram presentes 550 empresas em representação de 12 países, foi a oportunidade para a Leica Geosystems lançar pela primeira vez no continente africano um equipamento de medição, com recurso a laser e imagens de alta resolução.

José Martins, responsável da empresa em Angola destacou a importância do equipamento e o papel que poderá ter no desenvolvimento dos sectores da engenharia civil, arquitectura, construção civil e das indústrias mineira, química e petrolífera. Também para este empresário o momento é bom para os negócios e, para o primeiro trimestre de 2014, o objectivo é criar uma estrutura de assistência pós-venda.

A importância de Angola foi, também, destacada por José Machado, director comercial da OmniSantos, que representou no certame a Grupel. Angola representa praticamente metade das vendas, razão por que a Grupel decidiu criar em Angola uma empresa de direito angolano, mas com totalidade do capital social português, para dar assistência no pós-venda aos equipamentos que comercializa, para os sectores das telecomunicações e produção de energia.

Quanto à tensão diplomática, José Machado considera que, existindo relações desde há centenas de anos, não será este "problema que vai beliscar" o relacionamento bilateral.

O maior pavilhão da Projekta foi o de Portugal, onde estiveram representadas 70 empresas, tendo a vinda de 60 sido da responsabilidade da Associação Industrial Portuguesa, e as restantes dez da Associação Empresarial de Portugal.

Económico - Lusa
 

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