… que vivem em
Angola
A marcha de apoio
ao Presidente angolano José Eduardo dos Santos, realizada hoje em Luanda,
acabou por se transformar numa enorme saudação às dezenas de milhar de
portugueses que vivem e trabalham no país.
O percurso, de
cerca 20 quilómetros e que ligou a praia do Bispo, na Chikala, ao Largo da
Independência, com regresso ao local de partida, defronte do Mausoléu onde se
encontram os restos mortais do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho
Neto, foi percorrido por uma coluna motorizada, com centenas de motas, carros e
autocarros.
Além dos vivas a
José Eduardo dos Santos foram em várias ocasiões ouvidos vivas também aos
cidadãos portugueses que vivem e trabalham em Angola.
A iniciativa partiu
da recém-criada Associação dos Amigos do Bem e da Paz, cujo presidente, Hélder
Balsa, disse à Lusa que o objetivo era manifestar apoio a José Eduardo dos
Santos e ao discurso que proferiu na passada terça-feira, no parlamento, sobre
o Estado da Nação.
Na ocasião, José
Eduardo dos considerou que "o clima político atual" da relação entre
Portugal e Angola "não aconselha à construção da parceria estratégica
antes anunciada" entre os dois países.
Na zona de
concentração da manifestação, a única referência à questão das relações
bilaterais era um grande cartaz que tinha inscrita a frase "Não queremos
ingerências nos assuntos internos do nosso país", mas o discurso de Hélder
Balsa, e sobretudo o destaque dado à presença de dois jornalistas portugueses,
os correspondentes das agências Lusa e Reuters, demonstrou que o objetivo
inicial passou a incluir o apoio aos portugueses que vivem atualmente em
Angola.
"Os
portugueses que cá estão e que cá continuam, de certa forma sentem-se
angolanos, porque abandonaram as suas casas e estão cá a dar um contributo
muito válido para o desenvolvimento do país", frisou Hélder Balsa.
O presidente da
associação concluiu enviando uma mensagem aos pelo menos 120 mil portugueses
que vivem e trabalham em Angola: "São bem-vindos todos os portugueses. O
fim da parceria estratégica não quer diz que os portugueses não são
bem-vindos".
E durante o
percurso, que decorreu sem qualquer tipo de incidentes, os cerca de 3 mil participantes,
segundo a organização, com um enorme autocarro com colunas de som a abrir o
desfile, entremeava música angolana com palavras de ordem de apoio a José
Eduardo dos Santos e aos portugueses, designadamente "Vivam os portugueses
que vêm por bem" e "Viva a paz".
RTP - Lusa
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