França anuncia ação
militar "imediata" na República Centro Africana
O presidente
francês, François Hollande, anunciou esta quinta-feira uma ação militar
"imediata" das forças francesas na República Centro Africana.
Numa curta
declaração transmitida na televisão, Hollande afirmou que "a intervenção
francesa será rápida" e "não será desenvolvida para demorar".
"Dada a
urgência, decidi agir imediatamente, ou seja, esta noite, em coordenação com as
forças africanas e com o apoio dos parceiros europeus", indicou o
governante, na mesma declaração, assegurando que "a França não tem outro
objetivo que não salvar vidas humanas".
O contingente
francês destacado atualmente na República Centro Africana, com 650 elementos,
será "duplicado dentro de alguns dias, se não em poucas horas", disse
Hollande, que se reuniu hoje com o conselho de defesa francês.
O chefe de Estado
francês, que afirmou estar seguro do sucesso da missão, acrescentou que o
governo "irá fornecer todas as explicações ao Parlamento na próxima
semana", comprometendo-se igualmente a informar de forma regular os
franceses.
As declarações de
Hollande ocorreram algumas horas depois de o Conselho de Segurança da ONU ter
autorizado a intervenção de forças francesas na RCA em apoio a uma força
pan-africana para restaurar a segurança na antiga colónia francesa.
A resolução,
proposta pela França e aprovada por unanimidade, autoriza os soldados franceses
na RCA a "tomarem todas as medidas necessárias para apoiar a Misca (força
africana na RCA) no cumprimento do seu mandato".
A Misca poderá agir
"por um período de 12 meses" e tem por missão "proteger os
civis, restabelecer a ordem e a segurança, estabilizar o país" e facilitar
a distribuição de ajuda humanitária.
No quadro desta
operação designada Sangrais, a França deve triplicar o seu contingente no país,
para um total de 1.200 homens, encarregados nomeadamente de garantir a
segurança do aeroporto de Bangui e das principais vias por onde passam os
comboios humanitários.
O país de 4,5
milhões de habitantes mergulhou no caos desde o golpe de Estado de março
realizado pela coligação rebelde Séléka, com origem na minoria muçulmana, que
afastou o Presidente François Bozizé.
A resolução prevê
igualmente a eventual transformação da Misca numa força de paz da ONU, que terá
de ser aprovada pelo Conselho de Segurança, devendo o secretário-geral da ONU
preparar um relatório sobre a questão nos próximos três meses.
O documento
aprovado esta quinta-feira prevê ainda a criação de uma comissão de inquérito
sobre os direitos humanos e um embargo de um ano às armas para a RCA.
A votação nas
Nações Unidas ocorreu numa altura em que a situação se degradou na capital da
RCA, Bangui, onde apesar do recolher obrigatório se registaram vários tiroteios
hoje de manhã.
Perto de 80
cadáveres com marcas de ferimentos de arma branca e de tiros foram vistos por
jornalistas da agência France Presse.
Jornal de Notícias
Tropas francesas
matam vários homens armados na República Centro Africana
As forças francesas
mataram na quinta-feira vários homens armados num incidente registado perto do
aeroporto da capital da República Centro Africana Bangui, indicou esta
sexta-feira o Estado-maior do exército francês.
"Ao amanhecer
[de quinta-feira], homens armados que estavam numa carrinha de caixa aberta
abriram fogo, por três ocasiões, contra civis e as tropas francesas. Após a
terceira vez, as forças francesas retaliaram e destruíram o veículo",
indicou um porta-voz do Estado-maior do exército francês.
Este confronto
ocorreu antes de o Conselho de Segurança da ONU ter autorizado, na quinta-feira,
a intervenção de forças francesas na RCA em apoio a uma força pan-africana para
restaurar a segurança na antiga colónia francesa.
A resolução,
proposta pela França e aprovada por unanimidade, autoriza os soldados franceses
na RCA a "tomarem todas as medidas necessárias para apoiar a Misca (força
africana na RCA) no cumprimento do seu mandato".
Poucas horas depois
da aprovação do Conselho de Segurança, o Presidente francês, François Hollande,
anunciou uma ação militar "imediata" das forças francesas na RCA.
Numa curta
declaração transmitida na televisão, Hollande afirmou que "a intervenção
francesa será rápida" e "não será desenvolvida para demorar".
A RCA, país com 4,5
milhões de habitantes, mergulhou no caos desde o golpe de Estado de março
realizado pela coligação rebelde Séléka, com origem na minoria muçulmana, que
afastou do poder o Presidente François Bozizé.
Os Médicos Sem
Fronteiras indicaram hoje, a partir de um balanço desenvolvido pela missão da
organização destacada naquele país, de que pelo menos 92 mortos e 155 feridos,
por armas brancas ou tiros, deram entrada num hospital de Bangui desde o início
de uma vaga de homicídios registada na quinta-feira na capital centro-africana.
"Hospital
comunitário: 155 feridos em dois dias, 92 mortos na morgue", indicou uma
mensagem transmitida pela missão local da organização.
A organização
não-governamental (ONG), que tem uma unidade médica e cirúrgica neste
estabelecimento hospitalar da capital, não conseguiu esclarecer se os corpos
registados na morgue eram vítimas que tinham sido mortas durante a noite ou se
eram cadáveres que tinham sido abandonados nas ruas.
Tiros esporádicos
de armas automáticas foram ouvidos durante a noite de quinta para sexta-feira
em vários bairros da capital, segundo os testemunhos de alguns habitantes
contactados pela agência France Presse.
Jornal de Notícias
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