sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

REPÚBLICA CENTRO AFRICANA A FERRO E FOGO - CENTENAS DE MORTES

 


França anuncia ação militar "imediata" na República Centro Africana
 
O presidente francês, François Hollande, anunciou esta quinta-feira uma ação militar "imediata" das forças francesas na República Centro Africana.
 
Numa curta declaração transmitida na televisão, Hollande afirmou que "a intervenção francesa será rápida" e "não será desenvolvida para demorar".
 
"Dada a urgência, decidi agir imediatamente, ou seja, esta noite, em coordenação com as forças africanas e com o apoio dos parceiros europeus", indicou o governante, na mesma declaração, assegurando que "a França não tem outro objetivo que não salvar vidas humanas".
 
O contingente francês destacado atualmente na República Centro Africana, com 650 elementos, será "duplicado dentro de alguns dias, se não em poucas horas", disse Hollande, que se reuniu hoje com o conselho de defesa francês.
 
O chefe de Estado francês, que afirmou estar seguro do sucesso da missão, acrescentou que o governo "irá fornecer todas as explicações ao Parlamento na próxima semana", comprometendo-se igualmente a informar de forma regular os franceses.
 
As declarações de Hollande ocorreram algumas horas depois de o Conselho de Segurança da ONU ter autorizado a intervenção de forças francesas na RCA em apoio a uma força pan-africana para restaurar a segurança na antiga colónia francesa.
 
A resolução, proposta pela França e aprovada por unanimidade, autoriza os soldados franceses na RCA a "tomarem todas as medidas necessárias para apoiar a Misca (força africana na RCA) no cumprimento do seu mandato".
 
A Misca poderá agir "por um período de 12 meses" e tem por missão "proteger os civis, restabelecer a ordem e a segurança, estabilizar o país" e facilitar a distribuição de ajuda humanitária.
 
No quadro desta operação designada Sangrais, a França deve triplicar o seu contingente no país, para um total de 1.200 homens, encarregados nomeadamente de garantir a segurança do aeroporto de Bangui e das principais vias por onde passam os comboios humanitários.
 
O país de 4,5 milhões de habitantes mergulhou no caos desde o golpe de Estado de março realizado pela coligação rebelde Séléka, com origem na minoria muçulmana, que afastou o Presidente François Bozizé.
 
A resolução prevê igualmente a eventual transformação da Misca numa força de paz da ONU, que terá de ser aprovada pelo Conselho de Segurança, devendo o secretário-geral da ONU preparar um relatório sobre a questão nos próximos três meses.
 
O documento aprovado esta quinta-feira prevê ainda a criação de uma comissão de inquérito sobre os direitos humanos e um embargo de um ano às armas para a RCA.
 
A votação nas Nações Unidas ocorreu numa altura em que a situação se degradou na capital da RCA, Bangui, onde apesar do recolher obrigatório se registaram vários tiroteios hoje de manhã.
 
Perto de 80 cadáveres com marcas de ferimentos de arma branca e de tiros foram vistos por jornalistas da agência France Presse.
 
Jornal de Notícias
 
Tropas francesas matam vários homens armados na República Centro Africana
 
As forças francesas mataram na quinta-feira vários homens armados num incidente registado perto do aeroporto da capital da República Centro Africana Bangui, indicou esta sexta-feira o Estado-maior do exército francês.
 
"Ao amanhecer [de quinta-feira], homens armados que estavam numa carrinha de caixa aberta abriram fogo, por três ocasiões, contra civis e as tropas francesas. Após a terceira vez, as forças francesas retaliaram e destruíram o veículo", indicou um porta-voz do Estado-maior do exército francês.
 
Este confronto ocorreu antes de o Conselho de Segurança da ONU ter autorizado, na quinta-feira, a intervenção de forças francesas na RCA em apoio a uma força pan-africana para restaurar a segurança na antiga colónia francesa.
 
A resolução, proposta pela França e aprovada por unanimidade, autoriza os soldados franceses na RCA a "tomarem todas as medidas necessárias para apoiar a Misca (força africana na RCA) no cumprimento do seu mandato".
 
Poucas horas depois da aprovação do Conselho de Segurança, o Presidente francês, François Hollande, anunciou uma ação militar "imediata" das forças francesas na RCA.
 
Numa curta declaração transmitida na televisão, Hollande afirmou que "a intervenção francesa será rápida" e "não será desenvolvida para demorar".
 
A RCA, país com 4,5 milhões de habitantes, mergulhou no caos desde o golpe de Estado de março realizado pela coligação rebelde Séléka, com origem na minoria muçulmana, que afastou do poder o Presidente François Bozizé.
 
Os Médicos Sem Fronteiras indicaram hoje, a partir de um balanço desenvolvido pela missão da organização destacada naquele país, de que pelo menos 92 mortos e 155 feridos, por armas brancas ou tiros, deram entrada num hospital de Bangui desde o início de uma vaga de homicídios registada na quinta-feira na capital centro-africana.
 
"Hospital comunitário: 155 feridos em dois dias, 92 mortos na morgue", indicou uma mensagem transmitida pela missão local da organização.
 
A organização não-governamental (ONG), que tem uma unidade médica e cirúrgica neste estabelecimento hospitalar da capital, não conseguiu esclarecer se os corpos registados na morgue eram vítimas que tinham sido mortas durante a noite ou se eram cadáveres que tinham sido abandonados nas ruas.
 
Tiros esporádicos de armas automáticas foram ouvidos durante a noite de quinta para sexta-feira em vários bairros da capital, segundo os testemunhos de alguns habitantes contactados pela agência France Presse.
 
Jornal de Notícias
 

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