quarta-feira, 28 de maio de 2025

CRIMES CONTRA AS MULHERES, CRIMES CONTRA A DEMOCRACIA E AS LIBERDADES

Portugal & Arredores

Bom dia, se conseguirem. Lutem por isso, pela justiça e pela liberdade, pelos direitos constitucionais contra o nazifascismo que adquiriu 'pernas para andar' e quer refundar um regime antidemocrático e opressivo, vantajoso para as elites, massacrante para as populações... A isto chama-se Golpe De Estado por mais que o disfarcem, por mais que o maquilhem.

Hoje é 28 de Maio. Essa data diz-vos alguma triste ocorrência do passado em Portugal? Golpe de Estado, 1926, Estado Novo, Salazarismo Opressivo, Asassino, Repressor, Antidemocrático, Nazifascismo, etc. Não sabem nada disso? Vão ler AQUI. Esclareçam-se. Aprendam. Não vai doer nada, antes pelo contrário. É o que vem aí na atualidade. Sofisticadamente terrível. Com argumentos fantasiosos (agora chamados de fake news). Com palavras maviosas e notórias armadilhas de substâncias nazis, fascistas, de ataques à democracia, à liberdade, à justiça, à dignidade dos povos. E mais, que se seguirmos por esse caminho e não reagirmos opondo-nos nos forçarão a enveredarmos - obrigatoriamente. Ditatorialmente.

Cuidado. Muito cuidado. Muita resistência.

E agora, a seguir vem aí o Expresso (curto). Abordagem às mulheres vítimas e aos monstros que não as respeitam. A leitura tem todo o interesse para a população em geral. As mulheres são as nossas mães. Respeitem-nas e dêem-se ao respeito.

O Curto, com votos de saúde e com a Liberdade de Pensarmos. Obrigado.

Mário Motta | Redação PG

Marta Gonçalves, coordenadora de multimédia | Expresso (curto)

Ela estava a apresentar queixa. O companheiro agrediu-a. Naquele momento, o telemóvel tocou, era a vizinha. Atendeu a chamada e, do outro lado, dizia-lhe que a porta de casa fora arrombada e alguém tinha entrado à força. Era ele, outra vez. Mas desta vez ela não estava lá.

Ele não tinha a chave, nem autorização para ali entrar. Fê-lo com “o claro intuito de lhe causar medo e inquietação”, disse a polícia, que o intercetou à saída da casa. Ele foi detido, presente às autoridades e aplicada a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva.

Este é um dos casos que caiu no meu e-mail nas últimas horas. É um dos vários relatados nos comunicados de imprensa da PSP que, quase dia sim, dia não, trazem descrito mais um suspeito detido, mais um relato de agressão. E, sim, suspeito escrito no masculino, porque é certo que não são todos os homens, mas é quase sempre um homem (78%, segundo dados do RASI - Relatório Anual de Segurança Interna).

Mas há tantos outros casos que não chegam a detenções ou nem resultam em queixa. No ano passado, uma mulher foi agredida a cada 22 minutos. E, depois, há aquelas que até chegam, mas quando isso acontece já é demasiado tarde. No ano passado, morreram 19.

E veio um novo ano, um novo mês.

7 de janeiro de 2025, Lisboa: um homem de 80 anos matou a mulher, de 72 anos. Não existiam registos prévios de violência doméstica contra a vítima, mas vizinhos relataram que já tinham ouvido discussões e gritos no passado.

9 de janeiro de 2025, Barreiro: um homem matou a mulher com uma tesoura, em frente aos dois filhos do casal, de seis e 14 anos. Há três anos, ela tinha apresentado uma queixa contra o marido, mas o processo acabou arquivado.

30 de janeiro de 2025, Sesimbra: um homem matou à facada a mulher de 43 anos e a filha dela, de 17, suicidando-se depois. Uma bebé de 16 meses, filha do casal, foi a única sobrevivente.

E posso continuar a dar-lhe números que não são apenas dígitos mas símbolos de uma vida perdida.

700 mulheres mortas em contexto de violência doméstica em 25 anos, desde que se tornou um crime público.

89 homicídios (um quarto de todos os homicídios consumados no país em 2024) ocorreram em contexto de intimidade.

13% das denúncias de violência doméstica resultam em condenações.

Para o Grupo de Peritos Independentes do Conselho da Europa sobre a implementação da Convenção de Istambul (GREVIO) há “sanções brandas e desproporcionadas emitidas pelo poder judicial, particularmente no que diz respeito à violência doméstica e sexual”. E, embora seja reconhecido o progresso ao longo dos anos, são “necessárias ações urgentes em certas áreas” de modo a cumprir plenamente a convenção internacional que regula a prevenção e o combate à violência contra as mulheres e a violência doméstica, ratificada por Portugal em 2013.

O GREVIO, entre outras recomendações, pede a Portugal que ponha fim, “sem demora”, à imposição de ter de denunciar uma violação às autoridades no prazo de seis a doze meses após o crime “como condição prévia para a abertura de um inquérito”, assim ter uma formação inicial e contínua obrigatória para os membros do sistema judicial sobre todas as formas de violência contra as mulheres abrangidas pela convenção de Istambul.

Há 25 anos que a violência doméstica passou para o domínio do crime público, ou seja, a queixa não tem de ser apresentada pela vítima, pode ser por alguma testemunha, por uma familiar, um vizinho ou um amigo. Por isso, sim, a responsabilidade de denunciar é também de cada um de nós.

OUTRAS NOTÍCIAS

Casas mais caras O valor mediano com que os bancos avaliaram as casas em Portugal em abril fixou-se nos 1866 euros por metro quadrado. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta terça-feira, o montante corresponde a uma subida de 19 euros (1%) face a março. E vários especialistas, ouvidos pela Mariana Loureiro, admitem que a tendência de inflação na habitação não ficará por aqui.

Aquecimento Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial aponta para que as temperaturas médias globais permaneçam em níveis recordes nos próximos cinco anos, com consequências para a economia e a sociedade: há uma probabilidade de 70% de o aquecimento médio ser superior a 1,5 °C no período entre 2025 e 2029, escreve a Carla Tomás.

Ainda eleições Mais de 296 mil votos dos portugueses residentes no estrangeiro começaram a ser contados em Lisboa - e podem chegar mais ainda durante esta quarta-feira. Estes votos, que elegem dois deputados escolhidos pelos emigrantes na Europa e outros dois Fora da Europa, vão decidir se é o PS ou o Chega a ser o segundo partido mais votado.

Espiões Manuel Francisco Steinbruck Pereira e Adriana Carolina Costa Silva Pereira, um casal russo que espiava para Moscovo, e que foi descoberto pelos serviços de informações portugueses, arrendou uma casa na zona do Bonfim, no Porto. Na verdade, chamavam-se Vladimir Aleksandrovich Danilov e Yekaterina Leonidovna Danilova e preparavam-se para atuar com o mesmo modus operandi usado nos últimos anos no Brasil: construir uma vida de fachada perfeitamente legal, enquanto operavam ilegalmente para obter informações sensíveis e partilhá-las com as 'secretas' russas. A história é contada pelo Hugo Franco.

Gaza ONU diz que Israel ultrapassou o direito à autodefesa e a Presidente da Comissão Europeia condena a “escalada” e “uso desproporcionado da força”. A intensificação da ofensiva em Gaza provocou a deslocação forçada de cerca de 180 mil pessoas nos últimos dez dias, segundo a Organização Internacional para as Migrações.

FRASES

“Temos depois esta proposta dos 5%, mas o secretário-geral, Mark Rutte, dividiu isso em 3,5%, que será justamente de investimento na Defesa no sentido mais clássico e tradicional do termo, e depois 1,5% em infraestruturas” - Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros,admitindo pela primeira vez a possibilidade de haver gastos desta magnitude em Defesa

“Há amplas provas de que [os russos] estão a preparar novas operações ofensivas” - Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia

“Não se pode vender o Holocausto para matar outro povo, não funciona. Israel tem usado isso para justificar o injustificável” - Omer Bartov, historiador israelita perito em genocídio e memória

PODCASTS

Expresso da Manhã Retomamos o tema de abertura deste Expresso Curto, com mais um episódio conduzido por Paulo Baldaia (e com a sonoplastia de João Martins), que esteve à conversa com Frederico Moyano Marques, da APAV. A Associação de Apoio à Vítima, apesar das críticas grupo de peritos do Conselho da Europa, salienta a evolução positiva e o aumento de condenações e detenções por violência doméstica.

Assim vamos ter de falar de outra maneira Neste episódio sobre suplementos multivitamínicos, Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira teorizam sobre pesagem de seios. No fim, recordam um sketch de 2008 em que o eco repete uma coisa diferente da que é dita. A sonoplastia deste episódio é de João Martins.

Lei da Paridade Adriana Cardoso, Maria Castello Branco e Leonor Rosas debatem um PS sem liderança e que já se comprometeu com a viabilização do governo PSD-CDS, assim como os desafios que os partidos têm pela frente. Neste episódio, com a sonoplastia de Salomé Rita, refletem ainda sobre as ameaças de abrir um processo de revisão constitucional, sobre as possíveis alterações em áreas de direitos sociais ou do trabalho.

Perguntar Não Ofende Neste episódio do Perguntar Não Ofende,a convidada de Daniel Oliveira é Mariana Vieira da Silva, ex-ministra da Presidência e figura central do último governo socialista liderado por António Costa. Com o Partido Socialista a enfrentar uma das suas maiores crises em décadas — passando, pela primeira vez em meio século, a terceira força política nacional —, a conversa gira em torno da surpreendente rapidez com que o partido geriu a sucessão interna, sem debate ou reflexão estratégica. A sonoplastia é de Gustavo Carvalho e João Martins.

O QUE ANDO A LER

“A Revolta do Homem Branco” (Livros Zigurate, 2024), Susanne Kaiser

Alimentam-se de ódio e ressentimento, vivem com a sensação de que algo lhes foi roubado, como se para equipar direitos fosse necessário tirar de um lado para dar a outro. Por igualdade - e aqui socorro-me do Priberam - devia entender-se “correspondência perfeita entre as partes de um todo”. Mas não é assim.

Em “A Revolta dos Homens Brancos” mergulhamos na manosfera ou machosfera, como preferirem chamar. É aqui, no “submundo de ressentimento masculino na internet”, que se juntam um conjunto de “misóginos, machistas e supremacistas ressentidos” para “recuperarem os privilégios masculinos perdidos”. Alegadamente perdidos, deixe-me acrescentar.

Com os olhos postos em acontecimentos recentes como o assalto ao Capitólio, em Washington, e em figuras como Donald Trump, Jordan Peterson e até Andrew Tate, a jornalista Susanne Kaiser, que já escreveu para publicações como “Die Zeit” e “Der Spiegel” e que, nos últimos 20 anos, tem investigado as dinâmicas de poder entre homens e mulheres nas sociedades muçulmanas e ocidentais, faz uma reflexão sobre como, em 2025, uma parte do mundo parece querer recuar a 1955.

O QUE ANDO A OUVIR

“O Síndico” (Folha de São Paulo e Pachorra Felitti Áudios, Livros e Filmes, 2025), Chico Felitti

Não é a primeira vez - e dificilmente será a última - que lhe sugiro um podcast de Chico Felitti. Este é o mais recente e com um ponto de partida que dificilmente não conseguimos identificar-nos: a gestão do condomínio de um prédio. Ou melhor, de vários prédios, e de um síndico profissional (neste caso, quem diz síndico, também pode dizer trafulha).

São quatro episódios sobre suspeitas de crimes, processos e disputas judiciais, com os próprios moradores a conduzirem investigações sobre um homem que elegeram para liderar a organização do edifício onde vivem.

Termino o meu Expresso Curto por aqui. Obrigada por nos ler. Continue a acompanhar-nos no Expresso, na Tribuna e na Blitz, a ouvir-nos e a ver-nos também. Não se esqueça que também estamos sempre por aquialialém e acolá.

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