Portugal & Arredores
Bom dia, se conseguirem. Lutem por isso, pela justiça e pela liberdade, pelos direitos constitucionais contra o nazifascismo que adquiriu 'pernas para andar' e quer refundar um regime antidemocrático e opressivo, vantajoso para as elites, massacrante para as populações... A isto chama-se Golpe De Estado por mais que o disfarcem, por mais que o maquilhem.
Hoje é 28 de Maio. Essa data diz-vos alguma triste ocorrência do passado em Portugal? Golpe de Estado, 1926, Estado Novo, Salazarismo Opressivo, Asassino, Repressor, Antidemocrático, Nazifascismo, etc. Não sabem nada disso? Vão ler AQUI. Esclareçam-se. Aprendam. Não vai doer nada, antes pelo contrário. É o que vem aí na atualidade. Sofisticadamente terrível. Com argumentos fantasiosos (agora chamados de fake news). Com palavras maviosas e notórias armadilhas de substâncias nazis, fascistas, de ataques à democracia, à liberdade, à justiça, à dignidade dos povos. E mais, que se seguirmos por esse caminho e não reagirmos opondo-nos nos forçarão a enveredarmos - obrigatoriamente. Ditatorialmente.
Cuidado. Muito cuidado. Muita resistência.
E agora, a seguir vem aí o Expresso (curto). Abordagem às mulheres vítimas e aos monstros que não as respeitam. A leitura tem todo o interesse para a população em geral. As mulheres são as nossas mães. Respeitem-nas e dêem-se ao respeito.
O Curto, com votos de saúde e com a Liberdade de Pensarmos. Obrigado.
Marta Gonçalves, coordenadora de multimédia | Expresso (curto)
Ela estava a apresentar queixa. O
companheiro agrediu-a. Naquele momento, o telemóvel tocou, era a vizinha.
Atendeu a chamada e, do outro lado, dizia-lhe que a porta de casa fora
arrombada e alguém tinha entrado à força. Era ele, outra vez. Mas desta vez ela
não estava lá.
Ele não tinha a chave, nem autorização para ali entrar. Fê-lo com “o claro
intuito de lhe causar medo e inquietação”, disse a polícia, que o intercetou à
saída da casa. Ele foi detido, presente às autoridades e aplicada a medida
de coação mais gravosa, a prisão preventiva.
Este é um dos casos que caiu no meu e-mail nas últimas horas. É um dos vários
relatados nos comunicados de imprensa da PSP que, quase dia sim, dia não,
trazem descrito mais um suspeito detido, mais um relato de agressão. E, sim,
suspeito escrito no masculino, porque é certo que não são todos os homens,
mas é quase sempre um homem (78%, segundo dados do RASI - Relatório Anual de Segurança
Interna).
Mas há tantos outros casos que não chegam a detenções ou nem resultam
E veio um novo ano, um novo mês.
7 de janeiro de 2025,
Lisboa: um homem de 80 anos matou a mulher, de 72 anos. Não existiam
registos prévios de violência doméstica contra a vítima, mas vizinhos relataram
que já tinham ouvido discussões e gritos no passado.
9 de janeiro de 2025, Barreiro: um homem matou a mulher com uma tesoura,
em frente aos dois filhos do casal, de seis e 14 anos. Há três anos, ela tinha
apresentado uma queixa contra o marido, mas o processo acabou arquivado.
30 de janeiro de 2025, Sesimbra: um homem matou à facada a mulher de 43
anos e a filha dela, de 17, suicidando-se depois. Uma bebé de 16 meses, filha
do casal, foi a única sobrevivente.
E posso continuar a dar-lhe números que não são apenas dígitos mas símbolos de uma vida perdida.
700 mulheres mortas em contexto de violência doméstica
em 25 anos, desde que se tornou um crime público.
89 homicídios (um quarto de todos os homicídios
consumados no país em 2024) ocorreram em contexto de intimidade.
13% das denúncias de violência doméstica resultam em
condenações.
Para o Grupo de Peritos Independentes do Conselho da Europa sobre a
implementação da Convenção de Istambul (GREVIO) há “sanções brandas e desproporcionadas emitidas pelo
poder judicial, particularmente no que diz respeito à violência doméstica e
sexual”. E, embora seja reconhecido o progresso ao longo dos anos, são
“necessárias ações urgentes em certas áreas” de modo a cumprir plenamente a
convenção internacional que regula a prevenção e o combate à violência contra
as mulheres e a violência doméstica, ratificada por Portugal em 2013.
O GREVIO, entre outras recomendações, pede a Portugal que ponha fim, “sem
demora”, à imposição de ter de denunciar uma violação às autoridades no prazo
de seis a doze meses após o crime “como condição prévia para a abertura de um
inquérito”, assim ter uma formação inicial e contínua obrigatória para os
membros do sistema judicial sobre todas as formas de violência contra as
mulheres abrangidas pela convenção de Istambul.
Há 25 anos que a violência doméstica passou para o domínio do crime público, ou
seja, a queixa não tem de ser apresentada pela vítima, pode ser por alguma
testemunha, por uma familiar, um vizinho ou um amigo. Por isso, sim, a
responsabilidade de denunciar é também de cada um de nós.
OUTRAS NOTÍCIAS
Casas mais caras O valor mediano com que os bancos avaliaram as casas em
Portugal em abril fixou-se nos 1866 euros por metro quadrado. De acordo com os
dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados esta terça-feira,
o montante corresponde a uma subida de 19 euros (1%) face a março. E vários
especialistas, ouvidos pela Mariana Loureiro, admitem que a tendência de inflação na habitação não ficará por
aqui.
Aquecimento Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial aponta
para que as temperaturas médias globais permaneçam em níveis recordes
nos próximos cinco anos, com consequências para a economia e a sociedade:
há uma probabilidade de 70% de o aquecimento médio ser superior a
Ainda eleições Mais de 296 mil votos dos portugueses residentes no estrangeiro
começaram a ser contados em Lisboa - e podem chegar mais ainda durante
esta quarta-feira. Estes votos, que elegem dois deputados escolhidos pelos
emigrantes na Europa e outros dois Fora da Europa, vão decidir se é o PS ou o
Chega a ser o segundo partido mais votado.
Espiões Manuel Francisco Steinbruck Pereira e Adriana Carolina Costa Silva
Pereira, um casal russo que espiava para Moscovo, e que foi descoberto pelos
serviços de informações portugueses, arrendou uma casa na zona do Bonfim, no
Porto. Na verdade, chamavam-se Vladimir Aleksandrovich Danilov e Yekaterina
Leonidovna Danilova e preparavam-se para atuar com o mesmo modus
operandi usado nos últimos anos no Brasil: construir uma vida de fachada
perfeitamente legal, enquanto operavam ilegalmente para obter informações
sensíveis e partilhá-las com as 'secretas' russas. A história é contada pelo Hugo Franco.
Gaza ONU diz que Israel ultrapassou o direito à autodefesa e a
Presidente da Comissão Europeia condena a “escalada” e “uso desproporcionado da
força”. A intensificação da ofensiva em Gaza provocou a deslocação forçada
de cerca de 180 mil pessoas nos últimos dez dias, segundo a Organização
Internacional para as Migrações.
FRASES
“Temos depois esta proposta dos 5%, mas o secretário-geral, Mark Rutte, dividiu
isso em 3,5%, que será justamente de investimento na Defesa no sentido mais
clássico e tradicional do termo, e depois 1,5% em infraestruturas” - Paulo
Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros,admitindo pela primeira vez a possibilidade de haver gastos
desta magnitude em Defesa
“Há amplas provas de que [os russos] estão a preparar novas operações
ofensivas” - Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia
“Não se pode vender o Holocausto para matar outro povo, não funciona. Israel
tem usado isso para justificar o injustificável” - Omer Bartov, historiador israelita perito em genocídio e memória
PODCASTS
Expresso da Manhã Retomamos
o tema de abertura deste Expresso Curto, com mais um episódio conduzido por
Paulo Baldaia (e com a sonoplastia de João Martins), que esteve à conversa com
Frederico Moyano Marques, da APAV. A Associação de Apoio à Vítima, apesar das
críticas grupo de peritos do Conselho da Europa, salienta a evolução positiva e o aumento de condenações e
detenções por violência doméstica.
Assim vamos ter de falar de outra maneira Neste episódio
sobre suplementos multivitamínicos, Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo
Araújo Pereira teorizam sobre pesagem de seios. No fim, recordam um sketch de 2008 em que o eco repete uma coisa
diferente da que é dita. A sonoplastia deste episódio é de João Martins.
Lei da Paridade Adriana Cardoso, Maria Castello Branco e
Leonor Rosas debatem um PS sem liderança e que já se comprometeu com a
viabilização do governo PSD-CDS, assim como os desafios que os partidos têm
pela frente. Neste episódio, com a sonoplastia de Salomé Rita, refletem ainda sobre as ameaças de abrir um processo de revisão
constitucional, sobre as possíveis alterações em áreas de direitos sociais
ou do trabalho.
Perguntar Não Ofende Neste
episódio do Perguntar Não Ofende,a convidada de Daniel Oliveira é Mariana Vieira da Silva,
ex-ministra da Presidência e figura central do último governo socialista
liderado por António Costa. Com o Partido Socialista a enfrentar uma das suas
maiores crises em décadas — passando, pela primeira vez em meio século, a terceira
força política nacional —, a conversa gira em torno da surpreendente rapidez
com que o partido geriu a sucessão interna, sem debate ou reflexão estratégica.
A sonoplastia é de Gustavo Carvalho e João Martins.
O QUE ANDO A LER
“A Revolta do Homem Branco” (Livros Zigurate, 2024), Susanne Kaiser
Alimentam-se de ódio e ressentimento, vivem com a sensação de que algo lhes foi
roubado, como se para equipar direitos fosse necessário tirar de um lado para
dar a outro. Por igualdade - e aqui socorro-me do Priberam - devia entender-se
“correspondência perfeita entre as partes de um todo”. Mas não é assim.
Em “A Revolta dos Homens Brancos” mergulhamos na manosfera ou machosfera, como
preferirem chamar. É aqui, no “submundo de ressentimento masculino na
internet”, que se juntam um conjunto de “misóginos, machistas e supremacistas
ressentidos” para “recuperarem os privilégios masculinos perdidos”.
Alegadamente perdidos, deixe-me acrescentar.
Com os olhos postos em acontecimentos recentes como o assalto ao Capitólio, em
Washington, e em figuras como Donald Trump, Jordan Peterson e até Andrew Tate, a jornalista Susanne Kaiser, que já escreveu para
publicações como “Die Zeit” e “Der Spiegel” e que, nos últimos 20 anos, tem
investigado as dinâmicas de poder entre homens e mulheres nas sociedades
muçulmanas e ocidentais, faz uma reflexão sobre como, em 2025, uma parte
do mundo parece querer recuar a 1955.
O QUE ANDO A OUVIR
“O Síndico” (Folha de São Paulo e Pachorra Felitti Áudios, Livros e Filmes,
2025), Chico Felitti
Não é a primeira vez - e dificilmente será a última - que lhe sugiro um podcast
de Chico Felitti. Este é o mais recente e com um ponto de partida que
dificilmente não conseguimos identificar-nos: a gestão do condomínio de um
prédio. Ou melhor, de vários prédios, e de um síndico profissional (neste caso,
quem diz síndico, também pode dizer trafulha).
São quatro episódios sobre suspeitas de crimes,
processos e disputas judiciais, com os próprios moradores a conduzirem
investigações sobre um homem que elegeram para liderar a organização do
edifício onde vivem.
Termino o meu Expresso Curto por aqui. Obrigada por nos ler. Continue a
acompanhar-nos no Expresso, na Tribuna e na Blitz, a ouvir-nos e a ver-nos também. Não se esqueça que também estamos
sempre por aqui, ali, além e acolá.
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