O secretário-geral
do PCP acusou hoje o Governo de praticar uma “política de rapina” para
“garantir aos grande grupos económicos e financeiros, aos agiotas e aos
especuladores uma substancial renda à custa da ruína do país”.
Jerónimo de Sousa
falava num comício subordinado ao tema “Derrotar o Governo, recuperar salários
e direitos roubados”, realizado na sociedade “Os Penicheiros”, no Barreiro.
O secretário-geral
comunista disse ainda que, esta semana, o Governo de Pedro Passos Coelho
apresentou mais um “sucesso” de governação: um empréstimo de 3,5 mil milhões de
euros.
“Contas feitas, o
novo compromisso, que significa um custo em juro de 50 milhões de euros por mês
que vão ser limpinhos e sem osso para o bolso dos banqueiros, dos grupos que
tiveram acesso a esse empréstimo”, disse.
Para Jerónimo de
Sousa, o empréstimo é um “escândalo”.
“Porque é um
negócio colossal para os senhores do dinheiro, 5,1% te taxas de juros temos nós
de pagar, superior aos juros da ´troika´, quando o Banco Central Europeu (BCE)
financia a banca agora a preços ainda mais baixos, a taxas de 0,25%, ou seja,
pagamos com língua de palmo 50 milhões por mês a taxas de 5,1%, enquanto a
banca vai buscar o dinheiro para investir a 0,27%”, frisou.
Para o secretário-geral
comunista, a solução do Governo será sempre a de “continuar a carregar,
continuar a carregar em cima dos trabalhadores , dos reformados com mais cortes
nos seus rendimentos, nos serviços públicos, degradar a generalidade do tecido
económico do país”.
“Nos grandes
interesses é que não tocam”, referiu.
O líder dos
comunistas considerou que não há saída para a crise com o serviço da dívida que
o país tem de pagar , uma vez que em juros são mais de sete mil milhões de
euros ao ano, disse, considerando que o atual Governo “vide de logro permanente
e tem uma política fundada na mentira e no engano”.
Lembrou, a
propósito, que o Governo “jurava” que as medidas ditas de austeridade – os
cortes nos salários, a contribuição extraordinária de solidariedade, a
sobretaxa do IRS – era temporárias, mas está a “trabalhar para as tornar
definitivas, dando mais um golpe dos mestres do embuste”.
“Manter a
exploração e empobrecer o povo é o grande objetivo deste Governo, não é
combater a situação económica, não é um problema de austeridade, o objetivo
central é aumentar a exploração e aumentar o empobrecimento do nosso povo”,
disse.
No comício
participou também, entre outros, o cabeça de lista do PCP às eleições europeias
de maio, João Ferreira.
CP // PGF – Lusa –
foto Pedro Nunes
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