Victor Bulande
- Verdade (mz)
Depois do consenso
alcançado entre o Governo e a Renamo nas negociações que decorrem em Maputo, e
que culminaram com a revisão da legislação eleitoral, pelo Parlamento, não há
registo de ataques a viaturas civis que todos os dias cruzam a Estrada Nacional
nº1, entre o rio Save e o posto Administrativo de Muxúnguè, na província de
Sofala. Entretanto, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e a Força de
Intervenção Rápida que continuam na região criaram uma "portagem" no
troço. “Exigiram 500 meticais e disseram que podíamos seguir sem escolta.
Saímos dali e quando encontrámos o segundo posto de controlo, que dista cerca
de 100 quilómetros, exigiram-nos mais 500 meticais”, relata um cidadão que
precisa de usar com frequência, para o seu sustento, a única ligação rodoviária
entre o norte, centro e o sul de Moçambique.
O @Verdade
conversou com um cidadão que atravessou o troço na semana passada e que deplora
o ambiente que viu e o comportamento dos agentes da FIR e militares da FADM. “É
lamentável. Eles estão sempre bêbados e com armas em punho”.
“Vínhamos de Maputo
e quando cheguei à ponte sobre o rio Save a escolta já tinha partido. Eram duas
viaturas, a nossa e a de um grupo de cidadãos chineses. Exigiram 500 meticais à
outra e disseram que podíamos seguir sem escolta. Saímos dali e quando
encontrámos o segundo posto de controlo, que dista cerca de 100 quilómetros,
exigiram-nos mais 500 meticais”, relata.
Militares estão
sempre bêbados
Segundo vários
cidadãos que tem passado pelo troço Save - Muxúnguè, e vice versa, “reina uma
total anarquia naquele troço. Eles nem escondem. Dizem: dêem-nos o valor para
poderem atravessar senão vamos regar (incendiar) as vossas viaturas. Não nos
custa nada. Tudo o que acontece de mal aqui pode ser atribuído aos bandidos
armados. Eles bebem com armas em punho e apontam-nas às pessoas quando fazem
essas ameaças. Em caso de ataque, como vão reagir se estarão sob efeito do
álcool?”.
Em relação às
colunas, as nossas fontes afirma que as mesmas já não oferecem a mesma
segurança que as anteriores. Agora, com o fim dos ataques, os meios e elementos
das forças governamentais foram reduzidos para mais de metade.
“Faço sempre aquele
trajecto e agora só há uma viatura blindada que fica à frente das civis. Os
restantes elementos da Força de Intervenção Rápida, que não chegam a duas
dezenas, escondem-se em camiões. A escolta segue a alta velocidade e se
acontece algo com a sua viatura não tens como pedir socorro.”
CONFIRA OS
INCIDENTES ARMADOS QUE TEMOS REGISTADO DESDE O INÍCIO DA GUERRA
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