segunda-feira, 14 de abril de 2014

GOVERNO MOÇAMBICANO ACUSA RENAMO DE RECUSAR DESARMAMENTO




O Governo moçambicano acusou hoje a Renamo, o principal partido da oposição do país, de recusar o desarmamento do seu braço armado, considerando que "a desmilitarização" do movimento é fundamental para a paz no país.

No âmbito do Acordo Geral de Paz (AGP) de 1992, a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) desarmou a maioria da sua antiga guerrilha, mantendo ativo um contingente residual destinado à segurança dos seus líderes, mas que o partido tem usado como um meio de pressão política, como aconteceu agora na sequência do litígio à volta da lei eleitoral.

O chefe da delegação do executivo moçambicano às negociações com a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), José Pacheco, acusou o movimento de pretender evitar a "desmilitarização" da sua força, em declarações aos jornalistas, momentos antes do início de mais uma ronda negocial entre as duas partes, no âmbito dos esforços visando a restauração da estabilidade política e militar no país.

"A Renamo, pelos sinais que dá, recusa-se a ser desmilitarizada e só eles sabem porquê", afirmou José Pacheco, a propósito do impasse que prevalece nas negociações com o principal partido da oposição sobre o desarmamento da organização.

O chefe da delegação do Governo às negociações com a Renamo enfatizou que apenas o Estado moçambicano deve deter estruturas de defesa e segurança.

"Não faz sentido nenhum que um partido político tenha homens armados. As forças de defesa e segurança são monopólio do Estado", enfatizou José Pacheco.

Por seu turno, o chefe da delegação negocial da Renamo, Saimone Macuiana, manteve a posição do seu partido de que as duas partes devem entender-se primeiro sobre "o cessar-fogo", discutindo depois a questão relacionada com o desarmamento da Renamo.

"Nós viemos com abertura para tentar concluir a questão relacionada com os termos de referência dos observadores internacionais sobre o cessar-fogo", afirmou o chefe da delegação da Renamo.

Os dois lados chegaram há duas semanas a acordo sobre a presença de observadores internacionais na fiscalização do cessar-fogo, mas ainda não se entendem sobre o desarmamento do principal partido da oposição.

Apesar de o diferendo eleitoral ter sido ultrapassado com a aprovação de emendas propostas pelo principal partido da oposição, continuam a ser reportadas escaramuças entre o exército e os homens armados da Renamo, no centro do país.

Lusa, em RTP

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