quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Portugal - Arménio Carlos: "Além de tardio, acordo é insuficiente e é moeda de troca"




O líder da CGTP considera que o aumento do salário mínimo para os 505 euros não é suficiente e que vai manter no limiar da pobreza mais de 500 mil trabalhadores em Portugal. Os números reivindicados pela central sindical liderada por Arménio Carlos são bem superiores, mas não reuniram o apoio do Governo e das entidades patronais.

A CGTP foi a única entidade que, em sede de concertação social, se recusou a assinar o acordo que estipula que o Salário Mínimo Nacional (SMN) passará dos atuais 485 para os 505 euros.

Aos jornalistas, o secretário-geral da central sindical explicou os motivos, que passam não só pelo valor em causa, mas pela atitude do Executivo.

“Além de tardio, é insuficiente. Os trabalhadores já deviam estar a receber 500 euros desde janeiro de 2011. O facto de isso não ter acontecido levou a que tivessem perdido cerca de 780 euros neste período”, explicou o sindicalista.

Os “encargos com a habitação, saúde e educação, que aumentaram significativamente nos últimos quatro anos”, fazem, na sua opinião, com que o “acréscimo para lá dos 500 euros esteja longe de repor o poder de compra e corresponder às possibilidades que as empresas têm para melhorar o SMN”.

Além de considerar que tal aumento funciona, da parte do Governo, como uma “moeda de troca para os patrões voltarem a ser beneficiados pelo Estado”, Arménio Carlos entende que, com a “redução da TSU”, o Executivo encontrou uma forma de financiar os patrões para aumentar o salário mínimo.

O representante dos trabalhadores relembrou que as metas estipuladas pela CTGP vão mais além: “515 euros a partir de junho deste ano, 540 euros a partir de janeiro de 2015 e 600 euros no início de 2016”.

Goreti Pêra – Notícias ao Minuto

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