O
ex-líder da CGTP Carvalho da Silva acusou hoje o governo de estar
"absolutamente esgotado em termos de propostas para o país" tendo em
conta o Orçamento de Estado para 2015 que representa a "subjugação" a
uma política de austeridade.
"É
um Orçamento de Estado de quem está absolutamente esgotado em termos de
propostas para o país, não há nada que aponte um caminho de futuro, é um
orçamento de Estado de subjugação a uma política de austeridade que ao nível de
estruturas da União Europeia já se vai dizendo que não pode continuar
assim", afirmou à Lusa.
Carvalho
da Silva, que falava à margem de um debate sobre negociação coletiva, lembrou
que "o novo presidente da Comissão tenta meter um discurso de mais
dimensão social, mas na prática continua esta Europa dicotómica do Norte e dos
ricos que são os trabalhadores e os do sul, os mais pobres".
Sobre
o debate, organizado pelo Observatório sobre Crise e Alternativas que coordena,
explicou que objetivo é recolocar na agenda política e social o tema da
contratação coletiva "que está a ser pura e simplesmente destruída".
"É
caricato até que o relatório da OCDE, numa encomenda esquisita, reclame o esvaziamento
da negociação coletiva quando ela em Portugal é praticamente inexistente",
atirou.
Para
o sindicalista, no final do ano Portugal terá cerca de "200 mil
trabalhadores abrangidos por contratação coletiva", o que é
"absolutamente caricato, quando a organização internacional de trabalho
não se cansa de dizer que a contratação coletiva foi o instrumento de
distribuição de riqueza mais importante em todos os quadrantes do mundo na
última metade do século XX".
"Há
aqui um ataque brutal aos direitos de trabalho, inseridos nesta política louca
de austeridade que empobrece e desequilibra poderes", realçou.
Criticando
as políticas de austeridade seguidas, Carvalho da Silva sublinhou que esse sim
"é que o monstro" que o país tem de resolver.
"O
monstro é esta política que levou a todas as patifarias que provocam a falência
(...) de imensas empresas, onde vão dezenas e dezenas de milhares de milhões de
euro", disse.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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