sábado, 1 de novembro de 2014

Hong Kong: ASSIM NÃO DÁ





Quando o Chefe do Executivo de Hong Kong justifica a ausência de sufrágio universal, afirmando que se os pobres votassem acabava o capitalismo na ex-colónia britânica, há algo que me perturba, um desejo de revolta comparável ao dos chineses do tempo do “feudalismo” e do império.

Estará C. Y. Leong a fazer um aviso à navegação dos neo-fascistas e seus filhos que na rua não souberam atender às necessidades históricas da China, por pura ignorância e soprinhos estrangeiros? Claro que sim. Desde o tempo dos ingleses que HK é um sítio desprezível, onde a riqueza de uns significou sempre a extrema miséria de outros, onde a luz das lojas de luxo não apaga o negro da miséria que por ali se vê.

Em HK há de tudo realmente, como gostam de dizer os defensores do democratismo. Sobretudo miséria humana, gente comprada e vendida, e gente que compra e vende de aqui para acolá, sem que por isso venha algo de novo ou belo ao mundo. É o paraíso do neoliberalismo que está a destruir o mundo.

HK (exceptuando o skyline) é uma cidade horrível, sobretudo do ponto de vista dos valores: trata-se de um sítio onde as pessoas estão sempre mais preocupadas com o dinheiro do que com a própria vida. É uma cidade que tem no seu ADN o péssimo exemplo britânico, misturado com o ressaibiamento dos chineses que para ali fugiram e devotam um ódio muito especial à China.

Agora o Chefe do Executivo – um homem que é suposto ter emergido para a fortuna do negócios das classes mais desfavorecidas – vem justificar a ausência de sufrágio universal, ostentando o medo dos ricos e associando a ausência de democracia eleitoral completa à sobrevivência do capitalismo. Assim não dá.

A coisa ainda vai acabar mal.

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