Oficiais
de justiça, assistidos por polícias, preparam-se para agir no sentido de
dispersar os acampamentos de manifestantes instalados na sequência dos
protestos pró-democracia em
Hong Kong , sob ordem judicial, advertiu hoje o Governo.
A
número dois do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, disse hoje que não havia
"mais espaço para negociação" entre as autoridades e os manifestantes
e apelou aos contestatários para abandonarem os locais de protesto que ocupam
há mais de seis semanas na antiga colónia britânica, no âmbito da aplicação de
uma decisão da justiça que autoriza os oficiais a chamarem a polícia se as
ordens de despejo não forem respeitadas.
"A
polícia vai ficar em contacto com os requerentes" que obtiveram as ordens
de expulsão "e os oficiais", afirmou Carrie Lam, garantindo:
"Estamos a preparar-nos para agir. Penso que em breve, a polícia vai falar
com as partes envolvidas".
Carrie
Lam não precisou as ações que poderão ser realizadas nem deu uma data para que
as mesmas sejam levadas a cabo.
A
polícia também se escusou a fazer qualquer comentário sobre o assunto.
Os
manifestantes, que reclamam a introdução do sufrágio universal pleno, iniciaram
uma campanha de desobediência civil a 28 de setembro passado.
O
número de pessoas acampadas diminuiu nas últimas semanas, mas os manifestantes
continuam a ocupar três locais de protesto em Hong Kong , com
perturbações ao normal funcionamento da cidade, nomeadamente nos transportes
públicos.
"Apelo
veementemente aos manifestantes que estão nos locais ocupados (...) para que
saíam de forma voluntária e pacificamente, o mais depressa possível",
prosseguiu a Carrie Lam.
Diferentes
proprietários ou transportadores obtiveram dos tribunais ordens de despejo em
várias estradas ocupadas em Admiralty, perto da sede do Governo, e em Mong Kong , na Península
de Kowloon.
O
Supremo Tribunal autorizou na segunda-feira os polícias a ajudarem os oficiais
de justiça a executarem as ordens.
"Qualquer
agente da polícia está autorizado a prender ou expulsar qualquer pessoa
suspeita de impedir que um oficial de justiça cumpra a sua missão",
indicou o Supremo Tribunal.
As
conversações entre os manifestantes e o executivo de Hong Kong revelaram-se
infrutíferas. Nos últimos dias, os estudantes têm pedido para falar diretamente
com Pequim, mas o Governo central mantém o apoio ao Governo local, liderado por
Leung Chun-ying, também conhecido por CY Leung.
Carrie
Lam disse hoje que "não havia necessidade" de os líderes dos
estudantes irem a Pequim se o seu objetivo é repetir as reivindicações.
A
'número dois' do Governo de CY Leung acusou ainda os estudantes de não
demonstrarem "sinceridade", após as negociações com o executivo de
Hong Kong.
Hong
Kong é uma Região Administrativa Especial chinesa com elevado grau de
autonomia, à semelhança de Macau.
A
antiga colónia britânica vive a mais grave crise política desde a transição de
soberania para Pequim, em 1997.
Pequim
aprovou o princípio "uma voz, um voto", mas reserva a um comité
eleitoral, maioritariamente favorável ao Partido Comunista chinês a pré-seleção
dos candidatos, condições julgadas inaceitáveis pelo movimento pró-democracia.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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