As
erupções vulcânicas da ilha cabo-verdiana do Fogo evoluíram hoje para um
"estado crítico", obrigando ao fecho da única estrada alternativa
entre o Parque Natural e Portela, disse à Lusa Pedro Bettencourt, da Proteção
Civil de Cabo Verde.
Segundo
o diretor nacional do Gabinete de Gestão de Catástrofes do Serviço Nacional de
Proteção Civil, a lava está a avançar a uma velocidade de 20 metros por hora,
esperando-se que Portela, a principal localidade de Chã das Caldeiras, possa
ficar totalmente isolada até ao fim da noite.
Pedro
Bettencourt adiantou que a Proteção Civil avisou todos os condutores das
viaturas que ainda se encontravam em Chã das Caldeiras para "abandonarem
imediatamente" o local onde estivessem e seguirem em direção à entrada do
Parque Natural do Fogo.
Em
Portela, a maior localidade do planalto conhecido por Chã das Caldeiras e que
serve de base aos vários cones vulcânicos do Fogo, permanece apenas um
contingente militar e policial que, caso a estrada de pedra fique bloqueada
pela lava, terá de seguir a pé para norte subindo o Monte Branco e descendo
para Mosteiros.
A
Proteção Civil cabo-verdiana ordenou também aos jornalistas cabo-verdianos e
estrangeiros que abandonem imediatamente a zona de Portela e todo o trajeto ao
longo de 11
quilómetros até à entrada do parque.
Nuno
Oliveira, coordenador das operações militares e policiais em Portela,
contactado telefonicamente pela agência Lusa, disse que na povoação já não
existe qualquer viatura e que os cerca de 40 militares e polícias vão manter-se
vigilantes e estarão "prontos para pegar na mochila e seguir a pé em
direção a Mosteiros".
A
intensificação das erupções vulcânicas começou hoje de madrugada e destruiu já
cerca de duas dezenas de casas, bem como uma vasta área de terrenos agrícolas,
mas não provocou até agora quaisquer vítimas.
Foram
também destruídos a sede administrativa e o museu do Parque Natural do Fogo,
obra concluída há cerca de um ano e que custou cerca de um milhão de euros.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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