O
presidente regional da Ásia e Pacífico da Heineken considerou hoje que
Timor-Leste oferece "excelente ambiente para o investimento externo",
algo evidente nas negociações para a construção da fábrica que a empresa vai
iniciar nos arredores de Dili.
"Encontrámos
um excelente ambiente para o investimento externo", disse à agência Lusa
em Dili, Roland Pirmez.
"Durante
as negociações com as autoridades locais encontrámos um ambiente muito
amigável. Fomos muito bem recebidos como investidores internacionais. O
processo é muito bem gerido, conhecemos gente muito profissional e estamos
muito contentes", afirmou.
Pirmez
falava à Lusa depois de assinar em Díli com Veneranda Martins, a secretária de
Estado timorense para o Apoio e Promoção do Setor Privado, o acordo mediante o
qual a cervejeira vai construir uma fábrica em Timor-Leste num investimento
superior a 40 milhões de dólares.
O
projeto, aprovado no ano passado pelo Governo timorense depois de apenas cerca
de um ano de negociações poderá criar até mil postos de trabalho, 200 diretos e
800 indiretos.
"Esperamos
começar a fábrica o mais rapidamente possível. E esperamos tê-la a funcionar
dentro de dois anos", disse ao referir que o break-even do investimento
será alcançado antes de 2020.
Do
lado timorense e como estímulo ao investimento, explicou, a cervejeira recebeu
incentivos fiscais e um "acordo de arrendamento da terra vantajoso e a
longo prazo".
Pirmez
explicou que o objetivo é vender especialmente para o mercado timorense, apesar
da cervejeira estar aberta a "ver oportunidades no futuro" na região
mais próxima.
Confirmou
ainda que além das marcas já produzidas pela Heineken, a unidade de Timor-Leste
pode vir a ter uma marca própria timorense.
Para
Fernando La Sama
de Araújo, vice-primeiro-ministro timorense o projeto é um exemplo de que
"Timor está a ganhar a confiança de grandes empresas" internacionais.
"Esperemos
que, com esses gestos para o futuro, consigamos deixar de falar da dependência
só no petróleo", disse.
"A
classe média está a crescer e o governo em si está a investir muito no país.
Acreditamos que o setor privado é o parceiro mais importante do Governo para o
desenvolvimento do país", considerou.
Na
sua intervenção na cerimónia de hoje, Veneranda Martins destacou o rápido
desenvolvimento que tem ocorrido em Timor-Leste, com a liderança política a
estar "empenhada em criar condições para o investimento nacional e
internacional" no país.
Para
isso, recordou, nasceu a 1 de janeiro a recém-criada Agência Especializada do
Investimento (AEI) que pretende ser "catalisadora da captação de
investimento de qualidade, para a diversificação da economia nacional e a
redução da dependência no petróleo".
"Esta
é uma ocasião histórica para o povo de Timor-Leste. Um setor privado forte em
Timor-Leste representa a criação de mais postos de trabalho e um
desenvolvimento económico mais forte", disse.
Segundo
dados da AEI, desde 2006 o Governo timorense já concedeu 163 certificados a
investidores - 110 estrangeiros, 51 nacionais e dois consórcios, um dos quais o
projeto luso-timorense para a criação do Serviço Nacional de Cadastro (SNC).
Em
causa estiveram investimentos totais de mais de 880 milhões de dólares
representando a criação de 17.541 postos de trabalho.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário