quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Timor-Leste tem "excelente ambiente para o investimento externo" - Heineken




O presidente regional da Ásia e Pacífico da Heineken considerou hoje que Timor-Leste oferece "excelente ambiente para o investimento externo", algo evidente nas negociações para a construção da fábrica que a empresa vai iniciar nos arredores de Dili.

"Encontrámos um excelente ambiente para o investimento externo", disse à agência Lusa em Dili, Roland Pirmez.

"Durante as negociações com as autoridades locais encontrámos um ambiente muito amigável. Fomos muito bem recebidos como investidores internacionais. O processo é muito bem gerido, conhecemos gente muito profissional e estamos muito contentes", afirmou.

Pirmez falava à Lusa depois de assinar em Díli com Veneranda Martins, a secretária de Estado timorense para o Apoio e Promoção do Setor Privado, o acordo mediante o qual a cervejeira vai construir uma fábrica em Timor-Leste num investimento superior a 40 milhões de dólares.

O projeto, aprovado no ano passado pelo Governo timorense depois de apenas cerca de um ano de negociações poderá criar até mil postos de trabalho, 200 diretos e 800 indiretos.

"Esperamos começar a fábrica o mais rapidamente possível. E esperamos tê-la a funcionar dentro de dois anos", disse ao referir que o break-even do investimento será alcançado antes de 2020.

Do lado timorense e como estímulo ao investimento, explicou, a cervejeira recebeu incentivos fiscais e um "acordo de arrendamento da terra vantajoso e a longo prazo".

Pirmez explicou que o objetivo é vender especialmente para o mercado timorense, apesar da cervejeira estar aberta a "ver oportunidades no futuro" na região mais próxima.

Confirmou ainda que além das marcas já produzidas pela Heineken, a unidade de Timor-Leste pode vir a ter uma marca própria timorense.

Para Fernando La Sama de Araújo, vice-primeiro-ministro timorense o projeto é um exemplo de que "Timor está a ganhar a confiança de grandes empresas" internacionais.

"Esperemos que, com esses gestos para o futuro, consigamos deixar de falar da dependência só no petróleo", disse.

"A classe média está a crescer e o governo em si está a investir muito no país. Acreditamos que o setor privado é o parceiro mais importante do Governo para o desenvolvimento do país", considerou.

Na sua intervenção na cerimónia de hoje, Veneranda Martins destacou o rápido desenvolvimento que tem ocorrido em Timor-Leste, com a liderança política a estar "empenhada em criar condições para o investimento nacional e internacional" no país.

Para isso, recordou, nasceu a 1 de janeiro a recém-criada Agência Especializada do Investimento (AEI) que pretende ser "catalisadora da captação de investimento de qualidade, para a diversificação da economia nacional e a redução da dependência no petróleo".

"Esta é uma ocasião histórica para o povo de Timor-Leste. Um setor privado forte em Timor-Leste representa a criação de mais postos de trabalho e um desenvolvimento económico mais forte", disse.

Segundo dados da AEI, desde 2006 o Governo timorense já concedeu 163 certificados a investidores - 110 estrangeiros, 51 nacionais e dois consórcios, um dos quais o projeto luso-timorense para a criação do Serviço Nacional de Cadastro (SNC).

Em causa estiveram investimentos totais de mais de 880 milhões de dólares representando a criação de 17.541 postos de trabalho.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Sem comentários:

Mais lidas da semana