O
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder, acusou hoje
"outras forças" de estarem na origem dos confrontos entre elementos
da seita religiosa "Kalupeteca" e agentes da autoridade, que
terminaram com a morte de oito polícias.
Sete
destes agentes morreram na quinta-feira à tarde, na província do Huambo,
abatidos a tiro por elementos da seita - ilegal no país e que advoga o fim do
mundo em 2015 -, quando tentavam capturar o líder da mesma e após confr ontos
na província de Benguela que terminam na morte de outro agente da Polícia
Nacional.
"Os
dados até agora recolhidos permitem facilmente concluir que por detrás destes
factos estão outras forças, que pretendem criar condições para um retorno a
situações de perturbação generalizada, que não poderão ser toleradas",
lê-se num comunicado do bureau político do Comité Central do MPLA enviado hoje
à Lusa, em Luanda.
Embora
sem concretizar a acusação, o partido recorda que "estes atos
bárbaros" foram concretizados "com armas de fogo" que
"ilegalmente" estavam na posse de pessoas que "pretendem alterar
a ordem pública em Angola".
No
Huambo, a morte dos sete agentes da polícia - outros dois foram feridos
gravemente -, incluindo o comandante municipal da Caála, aconteceu em Serra Sumé , a 25
quilómetros da Caála, tendo estes sido surpreendidos por elementos da
denominada igreja "Sétimo Dia a Luz do Mundo", conhecida por queimar
livros, travar a escolarização e vacinação dos fiéis, concentrando-os em
acampamentos sem condições e reunindo centenas de pessoas.
Entretanto,
o líder da seita, Julino Kalupeteca, de 52 anos, já terá sido detido pela
Polícia Nacional, no Huambo.
Para
"estancar esse tipo de ações criminosas", o MPLA, no poder em Angola
desde 1975, exortou hoje a Polícia Nacional e "todos os órgãos de Defesa,
Segurança e de Justiça" a tomarem medidas "que conduzam à
responsabilização dos desordeiros", apelando ainda às populações "a
não segui-los, a manterem vigilância cerrada sobre eles e a denunciá-los,
quando estejam a preparar ações subversivas".
Além
do Huambo e do Bié, esta seita tem atividades conhecidas - ilegais por não
estar reconhecida - nas províncias do Cuanza Sul, Cuando Cubango e Benguela,
multiplicando-se nos últimos dias os confrontos com as autoridades e com a
população.
O
Ministério do Interior de Angola já exigiu que "os autores deste crime
hediondo" sejam "levados à barra dos tribunais" e
"exemplarmente punidos", exortando a polícia para uma "resposta
firme a todos quantos enveredem por este tipo de conduta, bem como aos
eventuais instigadores de ignóbeis ações desta natureza".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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