quarta-feira, 29 de julho de 2015

Anadarko vai pagar cerca de 163 milhões para reassentamento de famílias em Moçambique




O Governo moçambicano e a petrolífera norte-americana Anadarko assinaram hoje um acordo de 163 milhões de euros para a deslocação de cinco mil pessoas da zona onde a companhia vai construir uma fábrica de gás, no norte de Moçambique

Falando em conferência de imprensa, após a assinatura do acordo, o ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural moçambicano, Celso Correia, afirmou que o memorando de entendimento prevê a construção de casas e infraestruturas sociais na zona de reassentamento das famílias que serão retiradas da área onde a Anadarko vai construir a fábrica de gás natural liquefeito, no distrito de Palma, província de Cabo Delgado.

"O acordo define as regras de reassentamento das comunidades onde será construída a fábrica e como vão beneficiar da mesma. É mais do que um acordo de reassentamento, porque é também um acordo para o desenvolvimento das comunidades", disse Correia.

Ao abrigo do memorando, assinalou o ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, a Anadarko vai igualmente apoiar a reinserção profissional das famílias, através da criação de condições que permitam o acesso à sua fonte de sustento e programas de formação.

"Os direitos das comunidades estão salvaguardados, quem quiser continuar a fazer a pesca ou a agricultura, continuará a fazê-lo", destacou Celso Correia.

Correia qualificou o valor destinado ao programa de reassentamento robusto e um modelo para o país, enfatizando que o Governo e a Anadarko procuraram evitar os erros cometidos no desenvolvimento de projetos na indústria extrativa.

"Os projetos anteriores priorizaram primeiro o reassentamento físico e só depois passaram à implementação de projetos de desenvolvimento em prol das comunidades, o que provocou tensões", acrescentou o ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural moçambicano.

Por seu turno, o presidente da Anadarko em Moçambique, John Peffer, afirmou que a sua empresa vai despender mais de 18 mil milhões de euros no desenvolvimento do projeto da fábrica de gás natural liquefeito, como prova do compromisso de ajudar no desenvolvimento de Moçambique e das suas comunidades.

"O nosso compromisso é garantir que as comunidades beneficiem deste projeto, porque a Anadarko respeita a dimensão social das áreas em que atua, como um valor fundamental", afirmou Peffer.

O consórcio liderado pela Anadarko descobriu cerca de 75 biliões de pés cúbicos de gás natural na bacia do Rovuma, norte de Moçambique, onde o consórcio liderado pela italiana ENI também descobriu mais de 60 biliões de pés cúbicos de gás.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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