Mário Motta, Lisboa
“Duas
eleitoras foram impedidas de votar porque votos já tinham sido descarregados”.
Conclusão de reportagem da RTP emitida ontem (9). Em certo passo da reportagem é
afirmado que “Este caso, que só por si é um crime, foi apenas a ponta do
iceberg no rol de irregularidades que descobrimos nestas eleições.”
O panorama pode ser de um manancial de fraudes que na maior parte dos casos são
desconhecidos dos portugueses, para além das anulações de votos de emigrantes
por os CTT e o Ministério dos Negócios Estrangeiros não terem cumprido adequadamente
com a sua função no cumprimento da entrega dos envelopes em prazo útil e
inscrito na lei eleitoral. Neste aspeto é de salientar que os serviços dos CTT
desde que foram privatizados perderam qualidade e cumprimento dos prazos de
entrega, para além de existirem imensos casos conhecidos de entregas de
correspondência em endereços errados – esta foi uma conclusão a que o Página
Global chegou.
No
caso da ponta do iceberg referido na reportagem da RTP concluiu-se facilmente
que existiram fraudes eleitorais. Não se pode considerar de outro modo. Ninguém
vota em nome de outro cidadão eleitor sem intenção fraudulenta.
O
que concluir? Quantos casos que nem chegam ao conhecimento público nem às
autoridades (in)competentes existiram? Quais as intenções nos atos de fraude?
Podemos supor que foi uma operação concertada na tentativa de a direita
conseguir a maioria que julgava certa? Sim, podemos supor. Parece é que não
podemos provar. Existem casos que foram remetidos ao Ministério Público… E
sabemos muito bem como funciona o Ministério Público. Este será um caso para
esquecer, como tantos outros.
Outras
perguntas se impõem perante este acontecimento que a RTP refere na reportagem com um parágrafo
final, a complementar o vídeo: “No último domingo, os resultados eleitorais foram
surgindo, mas ninguém soube de um acontecimento insólito passado na mesa de
voto 17 da freguesia de Póvoa de Santa Iria, nas imediações de Lisboa.”
Não
existisse esta reportagem e ficava tudo no segredo dos deuses fraudulentos e
corruptos que adornam a política da direita portuguesa, mais concretamente o
chamado “arco da governação”.
A
CNE… A CNE é algo disfuncional e bolorenta que existe para ser parte integrante
das verbas a ela destinada no Orçamento de Estado, depois revela-se
inoperacional. Mesmo que proceda a propostas legislativas que agilize e torne
mais seguro o ato de votar… é ignorada. Assemelha-se a um adorno em vaso de
louça fina que comporta flores de plástico equilibradas por conteúdo de bosta
em vez de terra, no centro de uma mesa de pé de galo requintada. Três pés na
mesa, como três são os partidos do “arco da governação” que legislam em
conformidade com as suas conveniências político-partidárias e daqueles que abundantemente
os financiam.
As
ligações da reportagem completa estão na prosa aqui elaborada. As perguntas são
muitas, sobresaindo as principais: neste caso, fraudes eleitorais para atingir
a maioria, ou o quê? Nas eleições anteriores, que elegeram Passos PM e deram a
maioria à aliança de direita, também se registaram fraudes? Que garantias temos
de que os nossos votos são realmente e devidamente contabilizados. As fraudes
atingem que números?
Dá
que pensar e verificar quão podre está o sistema em Portugal. Bem se diz que
existe uma máfia que se apoderou dos principais poderes em Portugal. Qual a
dimensão dessa máfia é que desconhecemos.
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