sábado, 10 de outubro de 2015

Portugal. FRAUDES ELEITORAIS PARA ATINGIR A MAIORIA... OU O QUÊ?




Mário Motta, Lisboa

“Duas eleitoras foram impedidas de votar porque votos já tinham sido descarregados”. Conclusão de reportagem da RTP emitida ontem (9). Em certo passo da reportagem é afirmado que “Este caso, que só por si é um crime, foi apenas a ponta do iceberg no rol de irregularidades que descobrimos nestas eleições.”

O panorama pode ser de um manancial de fraudes que na maior parte dos casos são desconhecidos dos portugueses, para além das anulações de votos de emigrantes por os CTT e o Ministério dos Negócios Estrangeiros não terem cumprido adequadamente com a sua função no cumprimento da entrega dos envelopes em prazo útil e inscrito na lei eleitoral. Neste aspeto é de salientar que os serviços dos CTT desde que foram privatizados perderam qualidade e cumprimento dos prazos de entrega, para além de existirem imensos casos conhecidos de entregas de correspondência em endereços errados – esta foi uma conclusão a que o Página Global chegou.

No caso da ponta do iceberg referido na reportagem da RTP concluiu-se facilmente que existiram fraudes eleitorais. Não se pode considerar de outro modo. Ninguém vota em nome de outro cidadão eleitor sem intenção fraudulenta.

O que concluir? Quantos casos que nem chegam ao conhecimento público nem às autoridades (in)competentes existiram? Quais as intenções nos atos de fraude? Podemos supor que foi uma operação concertada na tentativa de a direita conseguir a maioria que julgava certa? Sim, podemos supor. Parece é que não podemos provar. Existem casos que foram remetidos ao Ministério Público… E sabemos muito bem como funciona o Ministério Público. Este será um caso para esquecer, como tantos outros.

Outras perguntas se impõem perante este acontecimento que  a RTP refere na reportagem com um parágrafo final, a complementar o vídeo: “No último domingo, os resultados eleitorais foram surgindo, mas ninguém soube de um acontecimento insólito passado na mesa de voto 17 da freguesia de Póvoa de Santa Iria, nas imediações de Lisboa.”

Não existisse esta reportagem e ficava tudo no segredo dos deuses fraudulentos e corruptos que adornam a política da direita portuguesa, mais concretamente o chamado “arco da governação”.

A CNE… A CNE é algo disfuncional e bolorenta que existe para ser parte integrante das verbas a ela destinada no Orçamento de Estado, depois revela-se inoperacional. Mesmo que proceda a propostas legislativas que agilize e torne mais seguro o ato de votar… é ignorada. Assemelha-se a um adorno em vaso de louça fina que comporta flores de plástico equilibradas por conteúdo de bosta em vez de terra, no centro de uma mesa de pé de galo requintada. Três pés na mesa, como três são os partidos do “arco da governação” que legislam em conformidade com as suas conveniências político-partidárias e daqueles que abundantemente os financiam.

As ligações da reportagem completa estão na prosa aqui elaborada. As perguntas são muitas, sobresaindo as principais: neste caso, fraudes eleitorais para atingir a maioria, ou o quê? Nas eleições anteriores, que elegeram Passos PM e deram a maioria à aliança de direita, também se registaram fraudes? Que garantias temos de que os nossos votos são realmente e devidamente contabilizados. As fraudes atingem que números?

Dá que pensar e verificar quão podre está o sistema em Portugal. Bem se diz que existe uma máfia que se apoderou dos principais poderes em Portugal. Qual a dimensão dessa máfia é que desconhecemos.

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