O
primeiro-ministro garantiu hoje que as relações com Angola são boas e normais e
que não ficarão beliscadas por causa de decisões de órgãos de soberania do país
em relação aos ativistas detidos.
“As
relações são entre Estados, são normais, boas e, portando, não ficarão
beliscadas por causa de decisões de órgão de soberania de Angola”, garantiu
José Maria Neves à agência Lusa à margem do debate sobre a situação da justiça
que arrancou hoje no Parlamento cabo-verdiano.
O
chefe do Governo cabo-verdiano disse que se trata de uma questão interna,
escusando-se, por isso, a comentar.
“Tratando-se
de uma questão interna de outro país, enquanto Governo não nos cabe pronunciar
sobre esta matéria que se refere à justiça e à governação de um outro país”,
disse.
Em
relação às personalidades ligadas à cultura e ao ativismo social em Cabo Verde
que exigem, em carta aberta ao Presidente angolano, a “libertação imediata” dos
ativistas detidos desde junho em Angola, acusados de conspirar para destituir o
regime, José Maria Neves disse que são livres de expressarem a sua opinião
relativamente a esta e outras matérias.
A
carta, divulgada na rede social Facebook na página “Liberdade aos Presos
Políticos em Angola” é dirigida ao Presidente José Eduardo dos Santos, foi
assinada por duas dezenas de personalidades ligadas à cultura e ao ativismo
social em Cabo Verde.
Entre
eles está o artista de artes plásticas Tchalé Figueira, o encenador João
Branco, a musicóloga Lúcia Cardoso, o rapper Hélio Batalha, o sindicalista Maky
Silva e o movimento #mac114- mobilização de ação cívica são alguns dos
signatários do texto.
Os
15 ativistas, entre os quais o luso-angolano Luaty Beirão, em greve de fome há
36 dias, foram detidos a 20 de junho durante uma reunião semanal e acusados de
crime de rebelião e de estarem a preparar um atentado contra o Presidente de
Angola.
A
prisão preventiva dos 15 ativistas ultrapassou já os prazos previstos na
legislação angolana e é por essa razão que Luaty Beirão iniciou a greve de
fome.
Lusa,
em A Nação - ontem
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