O
líder da Frelimo e Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu hoje em Maputo a
cinco partidos aliados da África Austral o reforço da cooperação económica para
garantir a sua sobrevivência política, face às ameaças impostas pela conjuntura
internacional.
"A
cooperação económica irá seguramente sustentar a nossa sobrevivência
política", afirmou Filipe Nyusi, na abertura da primeira cimeira dos
presidentes de partidos e antigos movimentos de libertação da África Austral,
entre os quais o líder do ANC (Congresso Nacional Africano) e chefe de Estado
sul-africano, Jacob Zuma, e o vice-presidente do MPLA (Movimento Popular de
Libertação de Angola), Roberto de Almeida.
Perante
estes líderes e também representantes da Zanu-PF (União Nacional Africana do
Zimbabué-Frente Patriótica), da Swapo (Organização do Povo do Sudoeste de
África), da Namíbia, e do Chama Cha Mapinduzi, da Tanzânia, Nyusi referiu que
estes antigos movimentos de libertação e atuais partidos no poder são chamados
a ativar a vigilância, que "evite que se esteja a resvalar para um outro
tipo de batalhas", quando a região se confronta com uma conjuntura
económica internacional desfavorável.
"Há
que juntos refletirmos sobre medidas económicas mais eficazes, de modo a que
não se interrompa o ciclo de crescimento dos nossos povos", afirmou o
líder da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), instando os seus pares a
influenciarem os respetivos governos no sentindo de abrirem as portas a
empresários e outros agentes económicos, "com vista a criar uma saída que
evite o sufoco que a conjuntura parece querer impor".
Para
Nyusi, se não há dúvidas sobre a irmandade e coesão político-diplomática que
une estes partidos, "também não deve haver receios das relações económicas",
insistindo que essa pode ser uma "saída airosa, se é verdade que nenhum
destes países é pobre".
Recordando
o papel dos antigos movimentos de libertação contra o colonialismo e
"apartheid", o líder da Frelimo referiu-se à "nova frente
económica" e apelou para a "inteligência coletiva" dos seus
pares e a refletirem sobre o que tem sido o seu desempenho.
"Os
nossos partidos não se igualam a pessoas, não podem nem devem envelhecer,
devem, isso sim, ser cada vez mais jovens, porque os ideais que defendemos são
necessários e tão legítimos, tanto ontem como hoje e para todo o sempre",
declarou.
Filipe
Nyusi manifestou ainda o desejo de que estes partidos continuem a partilhar
posições no contexto internacional e evitem transmitir uma imagem errada.
"Queremos
que o mundo não veja os partidos antigos movimentos libertadores como uma
ameaça, devem tomar-nos como parceiros certos, consistentes, estáveis,
visionários, que se orientam por tradições históricas e por princípios de
solidariedade e democracia", afirmou.
A
cimeira de hoje em Maputo decorre num período em que a África Austral se
confronta com a descida das cotações internacionais das matérias-primas a
descida das moedas locais face ao dólar, lançando a incerteza nas economias da
região, muitas das quais, como a moçambicana, dependentes de importações e
ajuda externa.
E
reunião foi antecedida por encontros das organizações sociais e de
secretários-gerais dos seis partidos africanos.
HB
// VM - Lusa
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