O
secretário-geral do PCP acusou hoje o líder do PSD de estar agarrado como lapa
ao poder, considerando ser uma fraude fazer das eleições de deputados para a
Assembleia da República uma eleição para primeiro-ministro.
"Há
dias, agarrados como lapa ao poder e em desespero de causa, mas também e
certamente com o objetivo de dar cobertura a uma qualquer manobra que
inviabilize a Constituição de um governo do PS, Passos Coelho veio defender a
revisão da Constituição e a realização das novas eleições", disse Jerónimo
de Sousa.
Num
comício na Marinha Grande, distrito de Leiria, Jerónimo de Sousa referiu que o
líder do PSD, "provocatoriamente, apelidou a solução governativa que
resulta dos compromissos entre os quatro partidos [PS, BE, PCP e PEV] que são a
maioria na Assembleia da República e representam a maioria do voto popular como
uma fraude".
"O
PCP, reafirmando que não há nenhuma razão político-institucional que possa ser
invocada para questionar esta solução governativa do PS chama a atenção que
fraude é fazer das eleições de deputados para a Assembleia da República uma
eleição para primeiro-ministro que não existe em lado nenhum", sublinhou o
responsável comunista.
O
primeiro-ministro e presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, lançou o
desafio ao PS, para que aceite fazer uma revisão constitucional extraordinária
para que rapidamente possa haver novas eleições legislativas, numa sessão
pública promovida pelo PSD e CDS-PP, na quinta-feira à noite, em Lisboa.
Na
mesma ocasião, Passos Coelho considerou que o executivo proposto pelo PS
"representa uma fraude eleitoral e um golpe político" e não deveria
"vir a nascer, nem na anormalidade" atual.
Para
Jerónimo de Sousa, "fraude é querer governar contra a vontade da maioria
dos deputados e sem respeitar a vontade da maioria que existe na Assembleia da
República, adiantando que "fraude é utilizar a inexistente e falsa regra
que o partido mais votado tem direito a governar e o direito a passar
obrigatoriamente na Assembleia da República, mesmo quando minoritário".
"O
que é a que a coligação PSD e CDS tinha para oferecer quando foi nomeado Passos
Coelho por Cavaco Silva se não uma acanhada e fragilíssima minoria? Que acordos
tinham para garantir a passagem dos seus orçamentos?", questionou o
responsável comunista, lançando outras perguntas: "Porque é que o
Presidente da República não lhe exigiu aquando da nomeação? Onde estava a sua
consistência e a sua solução duradoura?".
Para
o secretário-geral do PCP, "discordando, compreende-se que o militante do
PSD Cavaco Silva defenda os seus", mas "já não se pode aceitar que o
Presidente da República, Cavaco Silva, queira impor a outros o que não impôs
aos seus".
"Só
tem é que cumprir e fazer cumprir a Constituição e a solução governativa
alternativa que está colocada e tem decidir tomar posse nas condições e nos
critérios estabelecidos por essa maioria", defendeu.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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