O
secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou, este sábado, em Espinho, o
Governo PSD/CDS-PP de ter enganado os portugueses com a promessa de devolução
da sobretaxa do IRS, que apelidou de "embuste e propaganda" em plena
campanha eleitoral.
"Tal
como fizeram em 2011, tentaram [PSD/CDS-PP] outra vez enganar o povo e alguns
foram enganados com a devolução da sobretaxa do IRS. Antes das eleições quase
garantiam a devolução de cerca de 37%, mas passadas as eleições e, chegados
quase ao fim do ano, a devolução é zero", disse Jerónimo de Sousa, durante
o discurso num almoço-comício em Espinho, distrito de Aveiro.
O
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, negou na sexta-feira que tenha havido
da parte do Governo PSD/CDS-PP "qualquer intenção de manipular os
números" das previsões de devolução da sobretaxa de IRS em 2016.
Em
entrevista à RTP, Passos Coelho referiu que "o Ministério das Finanças
poderá fornecer uma explicação mais detalhada" sobre o que levou a que a
percentagem de devolução prevista por alturas da campanha eleitoral fosse de
35% e tenha vindo a diminuir, sendo agora de zero.
"Enganaram
os portugueses, que acreditaram que este Governo estava a ir no bom caminho porque
ia devolver a sobretaxa do IRS e, por isso, era preciso votar nele, mas afinal
era mentira e, agora, não ficou bem a Passos Coelho tentar responsabilizar a
ministra das Finanças. Vamos ver se a senhora da limpeza não acaba também
responsabilizada", frisou.
Segundo
o comunista, esta posição de "passa culpas" de Pedro Passos Coelho é
"inaceitável", porque ele quis "claramente" enganar os
eleitores na campanha eleitoral.
À
margem do comício, Jerónimo de Sousa, questionado pelos jornalistas sobre o
risco de a dívida da TAP ficar do lado do Estado, realçou que isso demonstra o
"quão precipitado" foi o processo da sua privatização.
"Aquilo
que nós defendemos, essa é a questão urgente, é o cancelamento do processo, no
sentido de manter a TAP pública, porque é o que melhor serve o interesse
público", sustentou.
O
secretário-geral lembrou que, mesmo em gestão, o Governo "foi a
correr" assinar o acordo de venda da TAP.
O
risco de a dívida da TAP não ser paga aos bancos ficou do lado do Estado, com
as instituições bancárias a ficarem com o poder de renacionalizar a
transportadora aérea, noticia hoje o semanário Expresso.
Citando
o documento que deu origem ao acordo entre a Parpública e os bancos, sob
despacho do Governo, que dá garantias às instituições bancárias, o Expresso
escreve que "em caso de incumprimento ou desequilíbrio financeiro, os
bancos têm o direito de obrigar a Parpúbica ('holding' do Estado que detinha a
totalidade do capital da companhia aérea) a recomprar a TAP".
Jornal
de Notícias
Sem comentários:
Enviar um comentário