quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Portugal. Orçamento Retificativo aprovado pelo PS, com abstenção do PSD



A proposta de Orçamento Retificativo, apresentado pelo Governo para fazer face ao plano de resolução do Banif, foi aprovada, esta quarta-feira, apenas com os votos do PS e de três deputados do PSD/Madeira.

À exceção dos social-democratas Sara Madruga, Rubina Berardo e ainda de Paulo Neves, o PSD, após 45 minutos de reunião dos 89 deputados, à porta fechada na sala do Senado, decidiu abster-se.

O BE, PCP, PEV e PAN votaram contra. Um sentido de voto que também teve o CDS-PP, ex-parceiro de coligação do PSD.

Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, justificou o voto da bancada com o "grave prejuízo" que poderia representar o chumbo da proposta, alegando que os social-democratas acreditam que só assim poderá ser assegurada a "estabilidade financeira do país".

Porém, Montenegro pediu "uma auditoria externa independente (ao caso Banif) para apurar as responsabilidades de todos os envolvidos". E que o PSD usará todos os "instrumentos parlamentares para escrutinar" a solução aplicada à instituição.

O comunista Miguel Tiago defendeu que o "voto contra do PCP é um voto contra a política que salva bancos enquanto sacrifica pessoas, contras as imposições da União Europeia, que são contrárias aos interesses dos portugueses, contra o privilégio dos banqueiros, que usam e desviam o dinheiro das pessoas e chamam o Estado para pagar os seus crimes, enquanto circulam pelo país em vidas de luxo".

Para o PCP, é "inaceitável" que a intervenção agora adotada assegure a "transferência dos melhores ativos e carteira de negócios do banco para um grupo financeiro privado e estrangeiro [Santader]". "A situação que está criada no Banif confirma a necessidade de controlo público da banca que o PCP tem vindo a exigir há anos", disse Miguel Tiago.

Nuno Miguel Ropio – Jornal de Notícias – Foto: Tiago Petinga / Lusa

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