A
proposta de Orçamento Retificativo, apresentado pelo Governo para fazer face ao
plano de resolução do Banif, foi aprovada, esta quarta-feira, apenas com os
votos do PS e de três deputados do PSD/Madeira.
À
exceção dos social-democratas Sara Madruga, Rubina Berardo e ainda de Paulo
Neves, o PSD, após 45 minutos de reunião dos 89 deputados, à porta fechada na
sala do Senado, decidiu abster-se.
O
BE, PCP, PEV e PAN votaram contra. Um sentido de voto que também teve o CDS-PP,
ex-parceiro de coligação do PSD.
Luís
Montenegro, líder parlamentar do PSD, justificou o voto da bancada com o
"grave prejuízo" que poderia representar o chumbo da proposta,
alegando que os social-democratas acreditam que só assim poderá ser assegurada
a "estabilidade financeira do país".
Porém,
Montenegro pediu "uma auditoria externa independente (ao caso Banif) para
apurar as responsabilidades de todos os envolvidos". E que o PSD usará
todos os "instrumentos parlamentares para escrutinar" a solução
aplicada à instituição.
O
comunista Miguel Tiago defendeu que o "voto contra do PCP é um voto contra
a política que salva bancos enquanto sacrifica pessoas, contras as imposições
da União Europeia, que são contrárias aos interesses dos portugueses, contra o
privilégio dos banqueiros, que usam e desviam o dinheiro das pessoas e chamam o
Estado para pagar os seus crimes, enquanto circulam pelo país em vidas de
luxo".
Para
o PCP, é "inaceitável" que a intervenção agora adotada assegure a
"transferência dos melhores ativos e carteira de negócios do banco para um
grupo financeiro privado e estrangeiro [Santader]". "A situação que
está criada no Banif confirma a necessidade de controlo público da banca que o
PCP tem vindo a exigir há anos", disse Miguel Tiago.
Nuno
Miguel Ropio – Jornal de Notícias – Foto: Tiago Petinga / Lusa
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