Será
este o novo Governo PS
A
grande novidade de António Costa surge na Justiça, uma pasta que o novo
primeiro-ministro já ocupou. Francisca Van Dunem, Procuradora-geral Adjunta,
responsável pelo Ministério Público no distrito de Lisboa, vai ser a nova
responsável pela Justiça.
É
esta a lista oficial que António Costa leva ainda esta tarde a Belém, e a que a
TSF teve acesso:
Primeiro-ministro -
António Costa
Ministro
das Finanças - Mário Centeno
Ministro
Adjunto - Eduardo Cabrita
Ministro
dos Negócios Estrangeiros - Augusto Santos Silva
Ministra
da Presidência e da Modernização Administrativa - Mª Manuel Leitão Marques
Ministra
da Justiça - Francisca Van Dunem
Ministra
da Administração Interna - Constança Urbano de Sousa
Ministro
da Defesa - Azeredo Lopes
Ministro
do Planeamento e Infraestruturas - Pedro Marques
Ministro
da Economia - Manuel Caldeira Cabral
Ministro
da Trabalho, Solidariedade e Segurança Social - José António Vieira da Silva
Ministro
da Saúde - Adalberto Campos Fernandes
Ministro
da Educação - Tiago Brandão Rodrigues
Ministro
da Ciência Tecnologia e Ensino Superior - Manuel Heitor
Ministro
do Ambiente - João Pedro Matos Fernandes
Ministro
da Agricultura - Capoulas Santos
Ministra
do Mar - Ana Paula Vitorino
Ministro
da Cultura - João Soares
Secretária
de Estado Adjunta do Primeiro-ministro - Mariana Vieira da Silva
Secretário
de Estado dos Assuntos Parlamentares - Pedro Nuno Santos
Secretário
de Estado da Presidência do Conselho de Ministros - Miguel Prata Roque
É
na justiça que surge uma mudança de rumo em relação aos últimos muitos anos,
com a escolha de um magistrado do Ministério Público. Francisca Van Dunem é
Procuradora-geral Adjunta. Desde o início dos anos 90 que o ministro da Justiça
não "nascia" desse ramo da magistratura, do Ministério Público. O
último exemplo foi Laborinho Lúcio, entre 1990 e 1995, nos governo de Cavaco
Silva.
Na
Administração Interna surge outra mulher - Constança Urbano de Sousa. Membro da
Comissão Nacional do PS, passou há uns anos pela Representação Permanente de
Portugal junto da União Europeia, e teve então como pasta, precisamente, as
questões relacionadas com a justiça e a administração interna.
Na
defesa, outra surpresa. Azeredo Lopes, atual chefe de gabinete de Rui Moreira
na Câmara Municipal do Porto, e antigo responsável pela ERC - Entidade
Reguladora da Comunicação Social, fica com a coordenação das Forças Armadas.
Nos
Negócios Estrangeiros, uma cara conhecida dos últimos governos socialistas
desde os tempos de António Guterres - Augusto Santos Silva, que já foi ministro
da educação, responsável pelos Assuntos Parlamentares, e ministro da Defesa,
assume agora o controlo da diplomacia.
Outro
nome que está de regresso é Pedro Marques, antigo secretário de estado da
Segurança Social entre 2005 e 2011. Depois de uma curta passagem pelo privado -
abandonou a atividade política, renunciou ao mandato de deputado em outubro do
ano passado para se dedicar à consultadoria -, Pedro Marques regressa à
política para assumir a pasta do Planeamento e Infraestruturas, o ministério
que vai gerir os fundos europeus.
Maria
Manuel Leitão Marques vai ser a nova ministra da Presidência e da Modernização
Administrativa. A antiga coordenadora do programa Simplex vai manter essa
"pasta", ficando com responsabilidades na área da reforma da máquina
do Estado.
Eduardo
Cabrita assume funções como Ministro Adjunto do Primeiro-ministro, mas não terá
apenas a coordenação política sob a sua alçada, ficando também com o pelouro da
Igualdade. Aliás, António Costa prepara-se para reeditar um "núcleo
duro" de coordenação política muito à semelhança dos governos de António
Guterres, com Augusto Santos Silva, Vieira da Silva, Carlos César (líder
parlamentar), e Pedro Nuno Santos (secretário de estado dos Assuntos Parlamentares).
Mário
Centeno, nas finanças, não é grande surpresa, sendo que é certo que terá como
Secretário de Estado das Finanças Ricardo Mourinho Félix, que já trabalhava com
o novo ministro no Banco de Portugal. A secretaria de estado dos Assuntos
Fiscais fica entregue a um homem de confiança de Costa - Rocha Andrade,
vice-presidente do Grupo Parlamentar e membro do Secretariado Nacional do PS.
Vieira
da Silva, que chegou a ser equacionado para as finanças, vai regressar a uma
casa que conhece bem, o ministério da Segurança Social e do Trabalho. Manuel
Caldeira Cabral, na Economia é outro nome que não causa surpresas, é uma
escolha natural de António Costa.
Na
Educação, também sem surpresas, surge Tiago Brandão Rodrigues, investigador em
bioquímica e cabeça de lista do PS por Viana do Castelo. Na Ciência, a escolha
foi para Manuel Heitor, Catedrático no Instituto Superior Técnico, e antigo
secretário de estado de Mariano Gago. A Saúde fica entregue a Adalberto Campos
Fernandes, gestor hospitalar e especialista em políticas e sistemas de saúde, e
coordenador desta área no PS.
Outros
regressos à governação, de nomes socialistas, acontecem na Cultura, com João
Soares; no Mar, com Ana Paula Vitorino; e na Agricultura, com Capoulas Santos.
José
Pedro Matos Fernandes, presidente da Águas do Porto e antigo administrador dos
portos do Douro e Leixões, é o novo ministro do Ambiente.
Mariana
Vieira da Silva, vai continuar a trabalhar na esfera mais próxima de António
Costa. Depois de coordenar a redacção do programa eleitoral e do programa do
governo, fica em São Bento, como secretária de estado adjunta do PM, com
responsabilidades na área da comunicação.
Pedro
Nuno Santos, vai continuar a negociar. Um dos principais elementos da equipa de
negociadores socialistas, na maratona de encontros com Bloco e PCP a seguir às
eleições, vai assumir a secretaria de estado dos Assuntos Parlamentares, em
coordenação directa com o líder parlamentar - Carlos César -, e João Galamba. O
deputado e secretário nacional para a comunicação, vai assumir funções como
porta-voz do PS.
Paulo
Tavares - TSF