Jerónimo
de Sousa comentou, esta sexta-feira, em Coimbra, atualização das pensões até
628 euros inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2016.
Segundo
o líder comunista, as medidas previstas na proposta orçamental visam
"apenas o seu descongelamento [das reformas] com valores manifestamente
insuficientes para as pensões até 628 euros", sendo que "as restantes
não terão, mais uma vez, qualquer atualização".
"Nós
pensamos que é necessário elevar os rendimentos dos reformados e dos idosos.
Estamos a trabalhar para isso, pensando que será ainda possível em 2016
concretizar tão justo objetivo, que reponha a justiça social para centenas de
milhares de reformados e pensionistas que existem no nosso país", disse
Jerónimo de Sousa, num jantar-comício em Arzila, no concelho de Coimbra, que
juntou cerca de 300 pessoas.
Na
intervenção, o secretário-geral do PCP salientou que o apoio parlamentar
permitiu ao Governo socialista, em pouco mais de 100 dias, travar a
privatização de empresas de transportes terrestres de passageiros, alterar o
regime de proteção de invalidez, revogar medidas lesivas da dignidade dos
professores e adotar formas de avaliação para a melhoria do sucesso e
aprendizagem escolar.
Jerónimo
de Sousa destacou também a reposição dos complementos de reforma para os
trabalhadores do setor empresarial do Estado, a proteção da habitação de
famílias face a penhoras decorrentes de execuções fiscais e a reposição dos
feriados que tinham sido cortados.
"Foi
também possível, ainda que de forma insuficiente, e aquém das propostas
defendidas pelo PCP, deixarem de ser aplicados cortes salariais aos
trabalhadores da administração pública, ser assegurada a redução da sobretaxa
do IRS na base da progressividade e a sua eliminação em 2017, abrir caminho
para a fixação do horário de trabalho para 35 horas para todos os trabalhadores
da função pública, independentemente do seu vínculo, e o aumento do salário
mínimo nacional fixando-o em 530 euros, ainda aquém dos 600 euros que
propomos", sublinhou.
Avanços
e progressos que, para o líder comunista, "importa valorizar e consolidar,
sem esquecer, contudo, opções de fundo associadas à política de direita, que
levaram a que o PS tenha dado continuidade a processos que, em nossa opinião,
não correspondem aos interesses nacionais", como a venda do Banif, a
concretização da privatização da CP Carga ou a redução da Taxa Social Única
(TSU), assinalou.
Jerónimo
de Sousa acusou ainda a União Europeia, a 'troika' e as agências de notação
financeira de uma "ampla operação concertada de pressão e chantagem"
sobre Portugal, para que se prossiga com uma política "de exploração,
empobrecimento e extorsão dos recursos nacionais", quando se começa a
conhecer o esboço do Orçamento do Governo socialista.
Ainda
no rescaldo das eleições presidenciais, em que o candidato Edgar Silva, apoiado
pelo PCP, obteve o pior resultado de sempre em presidenciais, o
secretário-geral dos comunistas acusou a comunicação social dominante de estar
ao serviço dos "poderosos e nunca ao serviço do partido dos trabalhadores
e da independência nacional".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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