terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Angola. A DIPLOMACIA EM ACÇÃO



Jornal de Angola, editorial

Os angolanos são os primeiros que, em qualquer circunstância, devem colocar os interesses do país acima de quaisquer outros e, por via disso, ser os primeiros a defender a imagem e os interesses de Angola.

Desde a independência que as tentativas para desacreditar o país, levadas ao extremo com a desestabilização militar, fizeram parte do cardápio de círculos estrangeiros, não raras vezes contando com colaboradores angolanos.

Não podemos esquecer que a política externa corajosamente aplicada desde a Independência Nacional, quando as autoridades angolanas elevaram bem alto a solidariedade com os outros povos, levou o país a tornar-se um alvo a abater. 

Durante mais de três décadas os angolanos resistiram às campanhas de denegrimento as suas autoridades legítimas com uma diplomacia que não descansava na defesa da imagem e dos interesses do país. Não foi tarefa fácil, mas felizmente o patriotismo e a defesa dos interesses do país acabaram por sobrepor-se ao embuste, à mentira e a todas as outras práticas que colidem com os nossos valores, tradições e costumes.  

Em muitos fóruns, a distorção da imagem do país, da vida quotidiana e o desempenho das instituições do país, na ausência do contraditório, ficaram sempre ao sabor de sectores hostis ou de individualidades a soldo de interesses estrangeiros contrários à vontade dos angolanos.

Há dias teve lugar em Washington, capital federal dos Estados Unidos, um debate promovido pelo National Endowment for Democracy (NED), uma instituição não governamental norte-americana que se apresenta como promotora da democracia, e para o qual foram convidados individualidades angolanas.

Sob o tema “Perspectivas sobre Transparência, Direitos Humanos e Sociedade Civil”, tratou-se de um debate em que, além do moderador, o embaixador Princeton Lyman, e do subsecretário de Estado para os Assuntos Africanos, Todd Haskell, foi predominante a intervenção do embaixador itinerante António Luvualu de Carvalho.

Em muitos aspectos, tal como defendido pelo diplomata angolano, nem sempre a versão que chega às sociedades ocidentais sobre a realidade angolana ligada à transparência, direitos humanos e sociedade civil é a mais justa. É verdade que não temos um país perfeito, sendo esse um facto reconhecido pelas nossas autoridades, que se têm mostrado abertas e empenhadas para melhorar o panorama político em todos os aspectos. Mas é preciso dizer claramente que nenhuma democracia é um produto acabado, sendo igualmente verdade que não temos modelo algum perfeito em matéria de direitos humanos e muito menos em termos de sociedade civil, a começar pelos Estados Unidos. 

Numerosos exemplos demonstram o firme compromisso do Executivo angolano, com a criação de um Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, para que a situação em Angola tenha a relevância e a atenção do Estado. Outro exemplo foi a última revisão periódica junto da  Comissão de Direitos Humanos da ONU, que reconheceu os esforços feitos por Angola em matéria de Direitos Humanos, além do cumprimento voluntário de recomendações feitas por aquela importante instituição.

Sendo um país pós-conflito, que teve um rol de destruição sem precedentes e que se empenha em consolidar a paz alcançada há treze ou catorze anos, não é justo esperar que em matéria das perspectivas em debate Angola apresente um quadro perfeito, semelhante ao dos Estados Unidos ou da Europa.

O subsecretário de Estado americano para os Assuntos Africanos, Todd Haskell, disse isso mesmo e reconheceu os esforços que o Estado angolano fez ao longo dos anos, tendo saudado a liderança do Presidente José Eduardo dos Santos na região e os esforços na busca da paz e estabilidade.É importante ainda notar que o diplomata ao serviço  do Departamento de Estado salientou que muito foi feito em Angola, tendo reafirmado que os EUA vão continuar a apoiar os esforços do Executivo com iniciativas no domínio da promoção da democracia e da paz na região dos Grandes Lagos. 

No fundo, tratou-se de um debate importante em que a defesa dos interesses do Estado e a imagem de Angola foram patrioticamente defendidos, independentemente do embuste e distorções avançadas por um pseudo-activista presente. 

A diplomacia angolana está hoje melhor servida de quadros que dentro e fora de Angola estão em condições de fazer a defesa dos interesses e da imagem do país. A promoção da imagem de Angola no exterior tem de continuar a ser feita com todas as ferramentas ao dispor da diplomacia mas é fundamental que esta iniciativa parta também de cada angolano. Angola avança independentemente do que determinados sectores ou pessoas, dentro ou fora do país, pretendam fazer crer em certos círculos que são os donos da verdade sobre o que se passa no país.

Sem comentários:

Mais lidas da semana