Mário
Motta, Lisboa
Mais
um rapazote dótor que afinal nem se licenciou, agora neste governo de António
Costa, como outro, o Relvas, no governo de Passos, Cavaco e Portas. E há mais?
Pelo visto e repetido há muitos destes dótores. Não é por acaso que somos levados
cada vez mais a não confiar naqueles pseudo detentores de canudos e na leva vão
também os que suaram as estopinhas para se licenciarem de facto ou para mais além
se doutorarem.
Os
gajos dos colarinhos brancos estão com a fama pelas ruas da amargura à conta de
tantos vigaristas que nos caem nos braços e nos regaços das donzelas paragonais
dos jornais depois de desmascarados. Aliás, essa de os simplesmente licenciados
se intitularem doutores e desse modo assim convencionarem e assim os
intitularem – mesmo que o sejam com honestidade – e dos parvalhotes dos plebeus
os chamarem e considerarem doutores, só vem provar que estamos sob o domínio de
uma estratégia delineada por uma elite que até pode não saber quase nada mas
que é vigarista e manipuladora mais que suficiente para convencer erradamente
que sabe muito, que é competente por via das aptidões adquiridas universitáriamente
e que teve uma vida académica esforçada quando afinal tal não corresponde à
verdade. É assim que temos por aí esses tais Chicos Espertos ou bando de sacanas para os mais avisados e que já não confiam nesta cambada que se impôs e se acoita em alguns partidos políticos e suas ramificações. Doutor é quem completa o doutoramento, não os simplesmente licenciados. Deixem-se de caganças, que nem correspondem à realidade mas que falsamente convencionaram.
Licenciado
era o meu cão enorme, dócil, honesto e amigo do peito. De uma fidelidade a toda
a prova. Tinha licença, era licenciado. Isso foi antes, na era salazarista. Mas
de alguns destes novos licenciados e/ou pseudo licenciados não se pode dizer
que possuam tais qualidades. Uns quantos até caem nos governos e seguem
descaradamente rumo político com o recheio da arrogância, da desonestidade,
da infidelidade aos que os elegeram. Decerto que existem os que escapam ao
escrutínio da comunicação social e usufruem de vidas de sucesso, com mordomias pagas por todos nós e
o mais que vier de benefícios. Tudo isso, do melhor, apesar de serem dos pés à cabeça grandes
fraudes e gente guardada pela impunidade.
A
seguir, mais um caso além Relvas e outros que tal. Trazemos o que consta na
TSF, mais completo pode encontrar no Observador, que aliás foi autor da
descoberta daquele fraudulento dótor. Mais um, entre tantos, como se estima que
assim aconteça.
Para
quem acabou de ingerir alimentos aconselha-se a que não se embrenhem demasiado
nesta triste “história”… Pode causar vómitos.
(MM / PG)
(MM / PG)
Um
gabinete por um canudo
O
antigo secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Wengorovius Meneses,
confessa à TSF que só nos últimos dias no governo soube da mentira de Nuno
Félix, um chefe de gabinete "imposto".
"A
questão das licenciaturas nunca foi uma questão decisiva para a minha
saída", assume o antigo secretário de Estado da Juventude e Desporto.
João
Wengorovius Meneses confessa que "só soube (da mentira) dois ou três dias
antes de sair que Nuno Félix não tinha uma licenciatura", isto numa altura
em que já não falava com o ministro e no momento em que Tiago Brandão Rodrigues
já tinha respondido "por mail que não aceitava a exoneração do meu chefe
de gabinete".
Uma
exoneração que João Wengorovius Meneses tinha solicitado depois de ter perdido
a confiança num chefe de gabinete escolhido pelo ministro.
"Recebi
o chefe de gabinete em boa fé", mas com o passar dos dias a relação
degradou-se e "quando comunico ao ministro a intenção de substituir o
chefe de gabinete o ministro impede-me de o fazer".
Em
declarações à TSF, o anterior secretário de Estado da Juventude e Desporto,
João Wengorovius Meneses explicou que "a razão principal para querer
substituir Nuno Félix na função de chefe de gabinete era a sua impreparação
para a função."
"Eu
não tinha total confiança politica nele e não sentia total lealdade da parte
dele, a toda a prova", sublinha.
João
Wengorovius Meneses adianta que "na reta final. Nos últimos dias que
antecederam a minha saída tomei conhecimento de aspetos que agravaram os
motivos" de desconfiança inicial. "Houve uma terceira dimensão que
foi o facto de eu tomar conhecimento que ele não tinha uma licenciatura",
como afirmava.
"Tive
conhecimento disso (da mentira) por via da minha jurista. Mas, nunca comuniquei
formalmente ao ministro o facto de Nuno Félix não ter uma ou duas
licenciaturas".
João
Wengorovius Meneses diz mesmo que pensou que o assunto estaria encerrado com o
fim das suas funções no governo, porque quando sai um governante sai todo o
gabinete, mas neste caso, o chefe de gabinete, Nuno Félix, foi reconduzido pelo
novo secretário de Estado, João Paulo Rebelo
TSF
- entrevista de Rui Silva
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