segunda-feira, 18 de abril de 2016

Cultura. ISABEL NUNES EXPÕE ARTE EM CASCAIS – DE 22 DE ABRIL A 24 DE JULHO



“Madura, gestual, profunda, a pintura de Isabel Nunes texturiza os sentimentos mais autênticos do seu olhar sensível sobre o mundo e da sua relação muito particular com a tela. A sua obra está a atingir uma unicidade verdadeira e arrojada, desprovida de influências contaminantes, antes se assumindo como um caminho singular e promissor.” - Manuel Carmo - Comissário do Museu da Água de Coimbra, 2008

ISABEL NUNES

Exposição Do Ocidente ao Oriente: DIÁLOGOS

Inaugura a 22 de Abril, termina a 24 de Julho de 2016

”A cultura ultrapassa fronteiras e encurta as distâncias! Um conjunto de pinturas evocam referências da autora que nos transportam ao Oriente, à constante e longínqua permuta de valores, de saberes e de sabores, tão característicos da diáspora portuguesa. Elementos que nos remetem do quotidiano às festas e do sagrado ao profano, são sugestões que nos apresenta a pintora através de um conjunto de telas, de biombos e de instalação, convidando o espectador a vivenciar esta viagem encontrando as suas próprias referências.” – sobre a exposição de arte da autora.

Usamos em abertura a definição de Isabel Nunes pelo Comissário do Museu da Água de Coimbra, onde expôs. Diz muito de profundo sobre a arte da pintora que expõe a partir do próximo dia 22 de abril no Centro Cultural de Cascais.

Sobre a pintora

“Isabel Nunes não tem um intuito comercial, não pinta a pensar se vai vender ou não. Pinta o que lhe vai na alma”. É assim que a revista Flash expõe Isabel Nunes.

Também à Flash, Isabel Nunes confessou que “pintar é uma necessidade tão grande, está em mim. Não penso, acontece. E acontece de forma tão natural que não estabeleço horas para pintar, isso acontece ao meu ritmo biológico. Por me sentir bem e gostar dessa luz, pinto sobretudo a partir da tarde”.

Para além de estarem convidados para se maravilharem na exposição, em Cascais, deixamos aqui a possibilidade de poderem visitar o site de Isabel Nunes. O que permitirá conhecerem melhor a artista e a sua obra. Quiçá acompanhar a sua carreira evolutiva.

- Foto da pintora na revista Flash

- Veja o convite e notas adicionais no início da barra lateral do Página Global

Câmara Municipal de Cascais / Fundação D. Luís I, no âmbito da programação Bairro dos Museus. Exposição do Oriente ao Ocidente: Diálogos, de Isabel Nunes.

O VAI-E-VEM DAS CARAVELAS




Figuras: Soros, o integralismo lusitano e Agualusa… “dilatando a fé e o império” .

1 – A observação histórico-antropológica dos relacionamentos internacionais entre Portugal e Angola permitem-nos tirar muitas conclusões de ordem sócio-política, económica e financeira em época de “democracias representativas”, até pelo carácter da “representatividade” que nelas se espelha no âmbito dos impactos capitalistas neo liberais, que permite no caso português a estreita conexão entre a oligarquia nacional agenciada e o poder, ao jeito dum zelador “Bilderberg” que a nível aberto (com toda a panóplia de “medias” ao seu dispor) rege publicamente o jogo dos intervenientes, uns “tradicionais”, como os que se inscrevem no PS, no PSD e no CDS, outros espreitando a janela da alternativa, como no caso do BE… num processo similar aliás ao que acontece com a indústria portuguesa do futebol!

Esse não é um rescaldo do 25 de Abril, mas é um efectivo rescaldo do que foi conseguido pela aristocracia financeira mundial com o 25 de Novembro em Portugal, a partir do qual se imprimiram às instituições um quadro europeu de democracia burguesa, onde as oligarquias nacionais se sentem à vontade e onde à vontade se estabelecem os nexos conservadores apropriados que as têm vindo a agenciar e motivar, avassalando-as sobretudo às poderosas oligarquias britânica, alemã e francesa, sem as quais seria muito difícil a elas haverem negócios favoráveis, que providenciassem em época das grandes especulações financeiras não só muitos lucros, mas sobretudo a “financeirização” da própria economia, algo que tem a ver também com os alicerces de sustentabilidade das “correias de transmissão” para com África…

Esse foi um processo que interessou por outro lado à própria NATO, que desde a origem, tirando partido de sua geo-estratégia, havia levado a que Portugal mesmo com um governo fascista e colonial fosse membro fundador do pacto.

Foi aliás a NATO, ou países seus membros, que propiciaram ao Portugal do Estado Novo o armamento, o equipamento e os suportes de toda a ordem para que os sucessivos governos fizessem durante tanto tempo as campanhas de África e passassem ao “apartheid” sul-africano uma parte dos meios para o engenho e a arte da defesa dos seus interesses e o agenciamento de Savimbi, apesar das bastantes (mas quantas vezes insuficientes) pressões internacionais em contrário.

Como Portugal após o 25 de Novembro é contudo um país periférico mas não desprezível nos seus“bons ofícios” em relação a projectos de “correias de transmissão” histórica e antropologicamente à disposição dos mais poderosos circuitos capitalistas neo liberais, os factores disponíveis não são negligenciáveis nos relacionamentos internacionais, particularmente em relação à costa Atlântica africana e tendo Angola como o horizonte mais apetecível (sem deixar de considerar as“especialidades” de Cabo Verde, da Guiné Bissau e de São Tomé e Príncipe), algo que o neo liberalismo teve a oportunidade em traduzir no espectro bancário, nos negócios, nos relacionamentos sócio-políticos “à direita” e, como não podia deixar de ser, no espectro de relacionamentos de inteligência que “preferencialmente” se cultivou a partir do eixo da inteligência económica que se distendem até aos “nexos invisíveis” com “cobertura” da NATO.
  
2 – As imensas necessidades tecnológicas e de “know how” para que Angola avance em termos de emergência económica e num quadro de luta contra o subdesenvolvimento colocam-se de há décadas com toda a acuidade e essa é a garantia maior para o trabalho de sapa que vai sendo feito, aproveitando a paz para a instalação da terapia de choque e, com ela formatar as “novas” elites e“burilar” o estado angolano até os seus níveis mais elevados, e com eles, por via sócio-política, procurar “deep inside”, assumir as posições mais nevrálgicas dentro do próprio MPLA.

Em Lisboa, por exemplo, quer o CAP do MPLA, quer a Casa de Angola, estão a “ser tomados” por dentro por antigos simpatizantes da UNITA (e retornados próximos ao ELP e a Jaime Nogueira Pinto); eles estão a aproveitar desse “desembarque” para um novo “para Angola e em força”, indiciando objectivos próprios, com a cobertura de servirem o MPLA…

Em contraste, um caso público, crítico e singular “de rotura” (haverá regra sem excepção?) deu-se no quadro da CPLP quando Angola propôs a Guiné Equatorial para membro permanente, algo que o governo português tem tido muitas dificuldades em digerir por que atípico em relação segundo argumentam, à língua, algo de que se nutrem alguns argumentos estritamente conservadores em Portugal…

…Para Angola não é atípico numa estratégia de paz assente nos vínculos gerados a partir do petróleo e do gás em direcção ao Golfo da Guiné, tendo em conta a progressão da disseminação do caos, de há cinco anos a esta parte, depois do fim da “revolução verde” na Líbia e os aspectos históricos daquele pequeno país africano, meio continental, meio insular, que física-geograficamente envolve São Tomé e Príncipe!

São pois os processos decorrentes do 25 de Novembro em Portugal que nos relacionamentos bilaterais Portugal-Angola se têm vindo a tornar integrantes da terapia neo liberal introduzida em Angola após o choque protagonizado por Savimbi com os dez anos que durou a “guerra dos diamantes de sangue” (de 1992 a 2002), já que antes e em tempo de guerra contra o “apartheid” há toda uma história por fazer, particularmente no que diz respeito ao espectro da inteligência portuguesa e seus alinhamentos tão subtis quão discretos com o “apartheid”, como no que toca aos vínculos inscritos diligentemente nos fenómenos de desestabilização da vanguarda que constituía o Partido do Trabalho, como com os governos mais retrógrados de África, como os de Mobutu no Zaíre, de Boigny na Costa do Marfim, ou de Senghor no Senegal… “pré carré oblige”!

3 – Os vínculos de desestabilização da vanguarda PT, são por si toda uma imensa história por contar, que combinam os posicionamentos dos relacionamentos portugueses post 25 de Novembro, com a textura humana do próprio MPLA, (o núcleo duro constituído em torno da geração do Presidente Agostinho Neto e as gerações que foram engrossando as fileiras, vulneráveis a expedientes de inteligência ocidental e de assimilação, inclusive vulneráveis aos “retornados”)…

A presença da diplomacia portuguesa nos acordos de paz que foram sendo gizados para Angola pode ser entendida num quadro desses mesmos “bons ofícios” (Alvor antes do 25 de Novembro e Bicesse depois, algo que seria interessante comparar nos seus meandros e postulados), com a particularidade de em Bicesse haver a aliciante da possibilidade do incremento dos relacionamentos económicos bilaterais Portugal-Angola, algo que se tornou tão atraente para o espectro sócio-político do PSD e do CDS, quão para os nexos de inteligência que a partir daí se propiciaram aos serviços portugueses filtrados a partir do 25 de Novembro pela NATO, pelos interesses das oligarquias europeias e pela aristocracia financeira mundial.

Em Bicesse pode-se reconhecer os sinais do incremento dos “bons ofícios" do estado português post 25 de Novembro em direcção à terapia de choque, pois é a partir daí que melhor se passou a recordar quanta falta fazia a Angola os quadros que regressaram à “mãe-pátria”, retirados atabalhoadamente e com uma campanha a condizer pela ponte aérea financiada pelos norte-americanos e desde logo filtrada estrategicamente pela inteligência de Frank Charles Carlucci (“o regresso das caravelas”).

O “regresso das caravelas” possibilitou assim a sobrevivência de doutrinas e ideologias de indexação fascista, que se manifestaram de forma mais “operacional” com o ELP (em Angola e Portugal) e ainda com o FRA, ESINA e algumas franjas d FUA (em Angola), suportando hoje resíduos do saudosismo colonial que se podem observar em páginas como o SanzalAngola, algo que está a ser aproveitado em processos de tentativa de desestabilização simultânea do MPLA e de Angola como o corrente, surpreendentemente (para alguns), ao sabor das iniciativas combinadas entre sectores do PS e o BE, por um lado e a tentativa da deriva de “retornados” da UNITA para dentro do MPLA, por outro, tendo como “sinalizador” (ainda a língua) uma figura como Agualusa…

4 – Entregava-se assim aos norte-americanos a possibilidade de decidir estrategicamente sobre o“vai-e-vem das caravelas”, como sobre o carácter da “alternativa” BE (a contradição manipulada por processos subtis de ingerência em Portugal), que os relacionamentos económicos davam garantia e sustentabilidade para o resto e, entre o resto, os “novos” vínculos de inteligência que haveria que cultivar, imprescindíveis para os “novos” métodos de assimilação de que o capitalismo neo liberal tanto necessita para criar impactos afins em Angola dadas as imensas insuficiências e carências tecnológicas e de “know how”, para além das dificuldades em gerar desenvolvimento sustentável abrangente e equilibrado.

Por tabela com esse tipo de agências foi possível a aliciante da corrupção e os enlaces entre entidades corruptoras (uma parte delas portuguesas, ao nível dos relacionamentos intermédios dos executivos) e as corrompidas para dentro do estado angolano, ávidas de “cabritismo”, pois previamente a evolução das conjunturas internas em Angola propiciaram essa deriva.

De facto o colapso da vanguarda com o fim do Partido do Trabalho, o fusível que se instalou nos serviços de inteligência de Angola (quem os comandar deve ir para lá com conhecimento de causa desse risco) e o fim das gloriosas FAPLA que haviam saído vitoriosas nas batalhas contra o“apartheid” e as sequelas coloniais (e suas próprias sequelas), deixaram um espaço vazio imenso a partir do qual se instalou primeiro o choque neo liberal (instrumentalizando Savimbi entre 1992 e 2002), para depois de sua morte, aproveitando o “petróleo enquanto desenvolvimento” e as políticas de reconciliação, reconstrução nacional e reinserção social (segundo as iniciativas da administração de George W Bush para África e os fundamentos iniciais do laboratório AFRICOM, por um lado, por outro da evolução conjuntural interna), se instalar a terapia neo liberal afeiçoada às “correias de transmissão” a partir da plataforma portuguesa post 25 de Novembro.

5 – A “open society” de George Soros só poderia progredir e chegar à manipulação contraditória que se está a assistir em Angola, graças aos “bons ofícios” da plataforma portuguesa providencialmente instalada face às inadiáveis dificuldades que o país tinha de enfrentar, não sendo nesse âmbito de estranhar os laços, por tabela e por exemplo, entre Ana Gomes, o BE e os “revus”, com papeis bem definidos na aplicação “providencial” da doutrina oportuna de Gene Sharp, algo que tem também a ver com a repescagem das linhas ultra conservadoras entre elas a dos saudosismos dos “retornados”.

É também George Soros que “providenciou” entre outros a “fuga” tão oportuna em função da evolução da conjuntura internacional e interna de muitos países, (desde a Rússia a Angola, passando pelo Brasil), dos “Panama Papers”, algo que tem a ver com a instalação propositada da desestabilização em vários países do mundo e também no MPLA e em Angola.

Ele próprio dono de “offshores”, Soros pode decidir que listas fazer sair e que listas se manterão em segredo… conforme o “diktat” das conveniências e interesses dos grandes patrões da aristocracia financeira mundial.

O fenómeno de corrupção-assimilação dentro do estado angolano, (quando entre os maiores corruptores se podem contar entidades portuguesas, inclusive no quadro dos fenómenos inerentes à banca de feição neo liberal que rege também uma parte substancial da vida portuguesa ao ponto de ser parte integrante e indispensável para as “políticas de austeridade”), sendo um processo lógico eminentemente económico e financeiro, deu origem ao contraditório da manipulação, ou seja o surgimento lógico duma oposição sócio-política difusa, que não se coíbe no socorro à doutrina aliciadora de Gene Sharp, tal a sua pressa em assumir a “alternância democrática” que apregoa e faz mover uma parte da juventude, mesmo sabendo quão as “revoluções coloridas” e as“primaveras árabes” são choques neoliberais e não “golpes suaves” que utilizam a candura energética da massas juvenis para abrir caminho aos seus inconfessáveis fins!

Uma análise antropológica das distintas espécies comportamentais humanas componentes dessas duas esferas de manipulação e ingerência, a da corrupção por um lado e a dos seguidores de Gene Sharp por outro, em Portugal e em Angola, permitiria avaliar quão o processo português post 25 de Novembro se acoplou ao processo de “portas abertas” imposto a Angola no âmbito da terapia de choque e as “correias de transmissão” se tornaram em processos “novos” de assimilação dirigidos à tentativa de formatação das “novas” elites angolanas, em grande parte aliás responsáveis pelo quadro de alienações que se assiste em Angola até nas televisões públicas do estado angolano.

A entidade portuguesa modelada em Portugal sob o peso da austeridade com algumas notáveis e compreensíveis excepções, tornou-se assim numa entidade subserviente e parasitária no quadro dos impactos capitalistas neo liberais dirigidos para dentro de Angola em função das necessidades urgentes de ordem tecnológica e de “know how” e isso serve para justificar na profundidade o “vai-e-vem das caravelas”!...

6 – Por outro lado, esses vínculos possibilitam o afã da inteligência ocidental com contribuição dos serviços portugueses que minam muito dos laços económicos e comerciais, bem como “o mundo”dos negócios e dos bancos, que preenchem o vazio deixado com o contínuo enfraquecimento dos serviços de inteligência angolanos que nos dez primeiros anos de independência haviam garantido a soberania com um inusitado rigor, obstáculo insuportável para a “abertura de portas” que sobreveio depois de 1985…

É cada vez mais evidente que todo esse processo se distende também por dentro do MPLA podendo-se constatar a instalação progressiva de expedientes humanos indexados aos impactos do capitalismo neo liberal, procurando marginalizar paulatinamente, com maior ou menor grau de consciência disso, muitos outros membros que antes estiveram vinculados a expedientes anteriores que vigoraram na década primeira da independência, particularmente aqueles com maior e mais responsável rigor e sentido crítico, assumidos mesmo nas situações com que se depararam em tempo de guerra e de agressão a Angola

Rigor e sentido de responsabilidade patriótica, assim como falta de capacidade de análise e de crítica, vão-se tornando cada vez mais dispensáveis por parte de algumas dessas correntes“ascendentes”, ainda que hajam outros animados de espírito construtivo e chamem a atenção para o desencadear de extensivos fenómenos que em cheio vão atingindo a vida do país e do próprio MPLA, uma parte crítica deles por dentro do miolo das instituições...

Portugal. O BANCO QUE TIRA O PECADO DO MUNDO



João Quadros – Negócios, opinião

António Costa (com o apoio do Presidente Marcelo) avançou com a proposta de criação de um veículo financeiro para albergar o crédito malparado da banca, um SPV (Special Purpose Vehicle).

Claro que o nome não pegou. Dar nome pomposo, ali entre o SUV e um todo-o-terreno, a um veículo que na realidade é uma carroça com estrume, já não resulta. Daí que todos lhe chamem o Banco Mau.

Na realidade - Banco Mau - é um pleonasmo e um eufemismo. É um banco que acumula figuras de estilo. Mas para poder haver algum sentido nisto, proponho a criação de um Banco Péssimo, porque maus são todos os outros.

Não vão faltar banqueiros com provas dadas para gerir um Banco Péssimo. Um Banco Péssimo deve ser gerido segundo a lógica da família Addams: quanto pior melhor.

- "Desejo-te uma terrível tarde com o contabilista, querido."

- "Sabes bem que não há pior banqueiro do que eu, querida."

Assim de memória temos Rendeiro, que anda pela TVI a dar conselhos financeiros e a escrever coisas num blogue. Temos Salgado, que até já pode sair de casa. Temos muito boa gente do BPN. Todos menos Carlos Costa. O governador do Banco de Portugal ia querer dar bom nome ao Banco Péssimo. Vinha para os jornais dizer que a situação do Banco Péssimo era boa e isso ia estragar a reputação do banco.

Não sei se o estimado leitor sente o mesmo que eu quando oiço falar em bancos maus para enfiar o lixo dos disparates dos bancos "bons". O que eu sinto é uma comichão onde não posso coçar. O jeito que me dava poder fazer uma Vida Má , onde enfiava toda a porcaria que dá cabo da minha vida. Uma Universidade Má , onde todos os alunos podiam depositar as cadeiras onde tiveram negativas e seguir com a sua vida de estudante. Ou um IRS Mau... as possibilidades são infinitas. Tanta coisa boa Má se podia fazer.

Bem vistas as coisas, chamar Banco Mau ao Banco Mau é talvez a maior injustiça que se pode fazer. É como chamar o Enviado Bera de Deus a Jesus Cristo. O Banco Mau vai percorrer a via sacra e ser crucificado para limpar de pecados os Bancos Bons. Para os salvar deles próprios. O nome apropriado era - o Banco Que Tira o Pecado Do Mundo.

Criar um banco mau para enfiar os erros dos bancos bons parece-me pôr mais uma rede debaixo de onde já havia várias redes. O trapezista fica cada vez mais confiante. Arrisca números de alto risco porque não corre riscos. Se não for o banco mau hão-de ser as pessoas boas a salvá-lo. De uma forma ou de outra, dele será o paraíso. 

TOP 5 - Banco meiguinho

1. Moody's diz que ajuda do FMI a Angola é positiva e será de pelo menos 500 milhões - Para os portugueses que foram para Angola é um grande "déjà vu". Agora o FMI também vai ser chamado pelas lojas de marca da Avenida da Liberdade.

2. "Lacerda Machado, o amigo da adolescência que trabalha na sombra de Costa" - Já percebi que o problema dos nossos PM são os amigos de adolescência.

3. Novo Banco transferiu milhares de euros por engano para ex-clientes e recuperação não é automática - Nunca é. Os lesados do BES que o digam.

4. Sócrates já pode viajar para o estrangeiro - Más notícias para Santos Silva, que é quem paga os bilhetes.

5. Governo angolano nega que pedido ao FMI seja resgate económico - Quem pediu ajuda ao FMI foi Angola, calma, o Zé Eduardo está muito bem. Se for preciso até empresta ao FMI.


Portugal. COM ISABEL DOS SANTOS PRESA AO BPI, ACABA ESPECULAÇÃO NO BCP



O BPI anunciou o fracasso das negociações entre o CaixaBank e Isabel dos Santos e quem está a reagir é o BCP. É que com o fim do acordo cai também a especulação em torno do banco liderado por Nuno Amado.

BPI anunciou o fracasso das negociações entre os espanhóis do CaixaBank e a angolana Isabel dos Santos. Um desfecho inesperado que colocou o BPI novamente num impasse. Mas quem está a reagir é o BCP. É que com a empresária angolana "presa" ao BPI, termina a especulação de um investimento seu no BCP.

As acções do BCP seguem a cair 5,28% para 0,0354 euros, tendo já chegado a afundar um máximo de 8,76%. Esta forte queda dos títulos do banco liderado por Nuno Amado surge depois de a instituição ter escalado 13,26% na última semana, suportada pela especulação em torno do sector financeiro.

Mas, o anúncio deste fim-de-semana, que decretou o fim das negociações entre o banco catalão e a Santoro acelerou uma correcção acentuada das acções do BCP, num momento em que o BPI continua sem negociar.

"Os investidores acreditavam que após a resolução da estrutura accionista do BPI poderia existir espaço e agenda para um cenário de ‘fusões & aquisições’ no sector bancário português e que envolvesse o Millennium-BCP", adianta João Queiroz, responsável pela sala de mercados da GoBulling. O mesmo especialista acrescenta ainda que "poderia ter alguma lógica reconfigurar a actual participação da Sonangol".

Mas, sem acordo no BPI, a expectativa dos analistas é que Isabel dos Santos continue condicionada ao banco, sem espaço para equacionar o investimento noutra instituição, como poderia ser o caso do BCP.

"O BCP precisa de uma solução para a sua situação complicada", mas "um bloqueio tão grande de Isabel dos Santos no BPI significa menos oportunidade para alcançar um acordo no BCP", explica um analista que preferiu não ser identificado.

"Poderá ser ainda cedo para considerar que a empresária Isabel dos Santos irá alienar a sua participação de 18,6% no capital do BPI", refere Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos.

Como a negociação entre o CaixaBank e Isabel dos Santos previa a venda da posição da Santoro ao banco catalão havia no mercado a especulação de que a empresária angolana poderia entrar no capital do BCP, após a saída do BPI.

Tal como o Negócios avançou no mês passado, a entrada de Isabel dos Santos no BCP seria uma das opções em cima da mesa para o banco liderado por Nuno Amado mobilizar capitais privados que lhe permitam reembolsar a última fatia de apoio estatal.

Para Albino Oliveira, "tendo em conta o preço oferecido pelo CaixaBank (e a possível oposição por parte dos accionistas minoritários, sendo certo que o banco Espanhol apenas precisa de obter mais 6% para atingir o mínimo de 50%) e o facto de continuar por resolver o tema da exposição a grandes riscos (imposto pelo Banco Central Europeu), ambos sugerem que o ambiente continuará a ser de incertezas".

Patrícia Abreu - Negócios

PETRÓLEO EM PORTUGAL? QUEM VEM P'RA JANTAR?



As notícias da entrega da concessão da exploração de combustíveis fósseis em terras do Algarve ao empresário Sousa Cintra têm abundado. Importa perceber que os problemas da exploração de combustíveis fósseis são generalizados. Mas no festim das concessões em Portugal, importa conhecer quem veio para jantar.

João Camargo*

Nos últimos dias as notícias acerca da entrega da concessão da exploração de combustíveis fósseis em terras do Algarve ao empresário Sousa Cintra, especialista em falências (das suas próprias empresas) têm abundado. Importa perceber que os problemas identificados acerca da exploração de combustíveis fósseis são generalizados e que tanto é uma loucura entregar concessões a quem não tem conhecimento técnico sobre esta atividade como a quem tem. Mas no festim das concessões em Portugal, importa conhecer quem veio para jantar.

Na semana passada o Sexta às Nove, da RTP, atraiu bastante atenção para a opacidade do processo da entrega de 3000 km quadrados no Algarve ao empresário Sousa Cintra, por um período de 40 anos para a exploração de combustíveis fósseis. Esta concessão atravessa 14 dos 16 concelhos algarvios e é altamente polémica, com oposição dos municípios, empresários, associações ambientalistas e movimentos sociais locais.

A reportagem explora várias inconsistências, desde o facto de os serviços da Direção Geral de Energia e Geologia terem emitido um parecer negativo e, três meses depois, o Diretor-Geral Carlos Almeida ter revertido este parecer, o facto da empresa Portfuel de Sousa Cintra não ter funcionários e conhecimento técnico para fazer exploração de hidrocarbonetos, o facto de já existir um furo mandado fazer por outra empresa de Sousa Cintra, a Domus Verde, em Aljezur, para prospeção de petróleo (embora a autorização fosse para um furo de água e ser proibido pelo contrato de exploração de petróleo fazer prospeção neste momento), o facto do anterior Ministro do Ambiente, José Moreira da Silva, ter entregue a concessão a 10 dias das eleições legislativas e de o mesmo ministro ter no final nomeado a sua Chefe de Gabinete para o regulador destes contratos, a Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis.

Estas são apenas algumas das questões em cima da mesa. São contrabalançadas pelo Presidente da Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis (ENMC), Paulo Carmona, que declara que se "Se encontrar petróleo ganharemos todos, se não encontrar ganha o Estado", revelando a linha de argumentação de que as concessionárias estariam a fazer o favor de um serviço de análise geológica ao Estado Português e que até poderiam eventualmente a vir a explorar petróleo ou gás se se descobrissem reservas, e que encontrar petróleo dá dinheiro a ganhar a alguém que não aos concessionários. Sousa Cintra segue também esta orientação, declarando que o que mais interessa é "Saber se já ou se não há" combustíveis fósseis no Algarve. O empresário destaca que para si individualmente é um "investimento de risco", mas que o Governo ganha sempre porque fica com o estudo geológico.

No final da reportagem ficou claro o desconforto do atual governo com este imbróglio. O Secretário de Estado da Energia, Jorge Sanches, diz que não admite ainda a rescisão do contrato pois o mesmo está a ser apreciado juridicamente pelo regulador. Ora, começamos com um grave problema que ultrapassa amplamente os contratos: o regulador é a Entidade Nacional para o Mercados dos Combustíveis. Ora, o contrato assinado entre a Portfuel e o Estado foi assinado por Sousa Cintra de um lado, e Paulo Carmona, do outro. Este último é o Presidente da Direção do "regulador" que vai avaliar juridicamente os contratos que o próprio assinou. Na reportagem ficou ainda expressa a posição ambígua do regulador, pois Paulo Carmona defendeu (como tem feito em sessões públicas) a exploração dos combustíveis fósseis. A Entidade Nacional para o Mercado dos Combustíveis (ENMC) é, por um lado, promotora, e por outro lado, reguladora desta atividade. Algo não bate certo.

Mas ficarmos presos nos detalhes contratuais da exploração onshore (em terra) de combustíveis fósseis no Algarve é insuficiente para avaliar um processo destes. A concessão no Algarve à Portfuel foi atribuída 10 dias antes das eleições legislativas mas cinco dias depois, isto é, cinco dias antes das eleições legislativas, foram atribuídas à Australis Oil & Gas Portugal duas concessões em terra, com uma área de 3780 km quadrados na zona centro-oeste do país. O contrato foi assinado entre a ENMC e a Australis Oil & Gas Unipessoal Lda., empresa com capital social de 5000 euros constituída em Março de 2015.

Esta empresa, criada só para assinar o contrato, tem como base a Australis Oil & Gas Ltd, resultante da compra em 2014 da australiana Aurora Oil & Gas pela canadiana Baytex Energy. A aquisição teve como principal motivação a expansão da canadiana para a capacidade de extracção não convencional de combustíveis fósseis, nomeadamente gás e petróleo de xisto através do método de fracking e fracking horizontal. É da Aurora Oil & Gas que vêm os técnicos da Australis, especialistas na extracção de gás e petróleo de xisto que têm como principal operação Eagle Ford, no Texas. Num encontro em Setembro de 2015 na Fundação Calouste Gulbenkian Ian Lusted, um dos diretores da Australis, foi perentório: "A Australis reconhece que está aqui a convite do governo português", e já identificou nas concessões 17 alvos específicos para furos de exploração. O mesmo Ian Lusted, em entrevista à Business News, na Austrália, revelou mais detalhes: "Falámos com os portugueses e ficámos com as concessões, com a vantagem de que todos os dados já estão recolhidos sem nunca terem sido testados.(...) É uma entrada barata, com muito pouco investimento, que pode ser muito rentável com uma pequena subida no preço do petróleo.". Neste sentido, e revisitando as declarações à RTP do presidente da ENMC, Paulo Carmona, desaparece o "risco" que os concessionários privados teriam de assumir. Fica só a exploração e o rendimento que se obtém da mesma, além dos efeitos secundários óbvios. E se a preocupação com a viabilidade económica da operação da Portfuel no Algarve existe, é preciso destacar que a Baytex, empresa-mãe da Australis, tem uma dívida superior a 1,9 mil milhões de euros e perdeu mais de 90% do seu valor só em 2015. Já valeu 5 mil milhões de euros e agora não passa dos 550 milhões, estando a sua sobrevivência em questão.

vançando da terra para o mar, a Kosmos Energy, empresa americana, obteve duas concessões offshore em Peniche, por "Negociação Directa". Os perigos da exploração de petróleo no mar são evidentes, mesmo quando se trata de uma exploração distante. As fugas profundas como ocorreu no Golfo do México com a BP e as marés negras soam o maior alarme, mas a poluição difusa é permanente. A Kosmos tem ampla experiência nisto. A empresa, sediada em Dallas, tem explorações offshore no Suriname, no Gana, no Senegal, na Mauritânia, no Sahara Ocidental e em Marrocos. A empresa colocou-se numa situação polémica em Dezembro de 2014, ao ignorar uma resolução das Nações Unidas, iniciando exploração de petróleo na costa do Sahara Ocidental, território ocupado por Marrocos. Assinou um contrato com o governo marroquino e começou a explorar os combustíveis fósseis, violando a lei internacional que proibia a extração no Sahara Ocidental. Mas é do Gana que nos vem a informação mais interessante: a Kosmos teve direito a ser estrela de cinema no documentário de 2013 "Big Men: Power, Money, Greed and Oil" (Homens Importantes: Poder, Dinheiro, Cobiça e Petróleo). A história é simples: como a concessão de petróleo offshore no Gana foi conseguida pela Kosmos Energy através de um processo marcado pela corrupção de funcionários públicos, governantes e pela exploração financeira sem olhar a quaisquer limites ou consequências. Além de processos dúbios, de derrames que ficaram por limpar e de multas por pagar , a Kosmos negociou um acordo de mais de 10 milhões de dólares para encerrar uma ação por fraude financeira acerca das reservas potenciais das suas concessões.

Continuando mar adentro há mais concessões e mais empresas, no Alentejo e no Algarve, destacando-se a Partex, a GALP, a Repsol e a ENI. Um mês antes das eleições legislativas foram assinadas as concessões: a 4 de setembro. De ilustres a ilustres desconhecidas, estas empresas são as maiores e mais experientes às quais foram entregues as concessões no país. Nem por isso deixam de ser empresas que se caracterizam pelos seus derrames petrolíferos, pela opacidade operativa, pela violação de direitos humanos e das vontades das populações locais onde operam.

A espanhola Repsol derrama petróleo. Muito. E em muito sítios. Em terra e no mar. A recente vitória da população das Ilhas Canárias, onde foi bloqueada a tentativa da Repsol e do governo de Madrid de começar a exploração de combustíveis fósseis no mar do arquipélago, aumentou o escrutínio e revelou crimes da Repsol:na Argentina antes da Repsol ter sido expulsa pelo governo, em Tarragona, no Mediterrâneo, onde teve pelo menos 16 derrames, no Alaska, onde a empresa avança à procura da expansão para o Ártico. Mas a própria Repsol, justiça lhe seja feita, não se esconde: entre 2007 e 2011, declarou 7111 derrames, isto é 3,9 derrame por dia, em média.

Quem avança mais determinadamente para a exploração do Ártico, na esperança que a seguir a Obama venha um presidente mais "oleado", é a ENI, empresa italiana de capitais públicos e privados, que se posiciona na Noruegapara a exploração de combustíveis fósseis num pólo em degelo. Com mais de 60 anos de atividade, esteve na vanguarda de muitos processos de abertura, concessão e exploração de gás e petróleo pelo mundo, estando presente em 83 países. Talvez o Delta do Níger, na Nigéria, seja o exemplo acabado de como a experiência é relevante: em 2014 a ENI reportou 349 derrames de petróleo só nesta concessão. Mas está a melhorar, porque em 2013 tinham sido 500. Estas contas no entanto não batem certo com as contagens que faz no seu site, mas este revela importante informação em relação às suas operações na Nigéria, Argélia, Angola, República do Congo, Egito e Líbia: a quantidade de roubos e vandalismo ocorrentes nas concessões e nos oleodutos é a imagem de marca da exploração contra a vontade das populações pobres, destruindo os ecossistemas, a pesca, a agricultura e as condições de habitabilidade. Há apenas um mês atrás morreram mais três pessoas num oleoduto da ENI na Nigéria. No ano passado em julho morreram outros treze. Mas a história de violência começa muito atrás, e acompanha acorrupção usada por empresas como a ENI, a Total ou a Shell para adquirir as concessões e manter a extração do petróleo sem contrapartidas para as populações. A maldição do petróleo na Nigéria faz-se da atividade de empresas como esta, com a exploração sem regras, com a violência e a injustiça como orientação, protegidas por milícias e mercenários. A ENI e as suas subsidiárias são ainda acusadas de usar métodos deste tipo na Argélia e no Cazaquistão. A agressividade da empresa é inclusivamente louvada: a sua persistência em ficar na Líbia durante uma guerra civil para explorar as gigantes reservas enquanto a mortandade se espalha entre a população é notável e torna clara a sua história – que a sua única prioridade é fazer muito dinheiro, doa a quem doer.

A GALP Energia, no que diz respeito a extração de petróleo, basicamente obtém contratos que outras operadoras executam. As suas concessões pelo mundo (principalmente no Brasil, em Angola e Moçambique) são operadas pela Petrobras, pela ENI, pela Total, pela Chevron. Esta empresa tem como sede fiscal a Holanda, onde as holdings não pagam impostos sobre os dividendos das empresas subsidiárias. Em 2015 um lucro de 639 milhões de euros.

Acabamos na Partex, que é seguramente um dos nomes menos conhecidos em Portugal. Talvez porque é pouco associado à sua casa mãe, a Fundação Calouste Gulbenkian. Apesar de quase só ser conhecida pela sua filantropia e mecenato, a Gulbenkian obteve, em 2012, só através da venda de gás e petróleo pela Partex, receitas no valor de 1470 milhões de euros. E apesar de no meio do escândalo dos Panamá Papers o presidente da Gulbenkian e também presidente da Partex Oil & Gas, Artur Santos Silva, defender o fim das offshores, a Partex Oil and Gas Corporation tem sede fiscal nas Ilhas Caimão. E as subsidiárias da Partex que exploram petróleo em Oman, no Cazaquistão, no Brasil, na Argélia e em Angola têm sedes fiscais no Panamá, nas Ilhas Caimão, no Liechtenstein e em Portugal. Bem prega o Frei Tomás... O mecenato da Fundação Gulbenkian obtém-se também pelo facto da Corporação Partex, holding do grupo, não ser taxada sobre os seus lucros ou outros ganhos. Offshores para receber dinheiro de concessões offshore, como aquelas que a Gulbenkian quer começar no Algarve, poderão melhorar a política cultural, mas o ambiente, seguramente que não.

Mas dizem-nos que não devemos temer porque há um regulador para garantir que tudo correrá segundo as regras e as leis. O problema é que este regulador, a Entidade Nacional para os Mercados de Combustíveis, é o mesmo que foi criado para garantir que não existe um cartel entre as petrolíferas para concertar os preços do gasóleo e da gasolina e cujo falhanço é visto todos os dias em todas as auto-estradas do país, quando vemos antes das bombas de gasolina que os preços são sempre, por divina providência, iguais. É também o regulador que não costuma ver problemas quando os preços da gasolina e do gasóleo sobem na sequência, do preço do petróleo atingir máximos históricos, ou quando os preços os preços da gasolina e do gasóleo sobem na sequência do preço do petróleo bater no fundo. É o regulador cujo controlo flexível sobre os monopólios da GALP, da REPSOL, da AGIP (ENI), da Total, vai agora ser replicado na "regulação" de um novo monopólio que o Estado inventou.

O que interessa avaliar neste processo não é a dúbia reputação e capacidades das empresas que obtiveram os concessões, não é o timing suspeito da atribuição das concessões nem são os contratos leoninos que atribuirão a estas empresas todos os lucros e deixarão os riscos entregues aos ecossistemas e às populações em terra e no mar. Porque as reputações não são dúbias, sabe-se por todo o mundo o que são as empresas petrolíferas. Porque não é suspeito o timing, é garantido que era preciso continuar a entregar concessões de bens comuns (como são por maioria de razão, o ambiente e os ecossistemas) para tentar obter trocos para abater nos défices públicos. Porque os contratos leoninos são só a continuação da entrega da riqueza a empresas privadas, como acontece nas mais de 100 parcerias publico-privadas e concessões que Portugal tem e que explicam as suas auto-estradas e aeroportos vazios, os seus estádios de futebol abandonados, as suas mais de 300 barragens e as que ainda se querem construir "porque há um contrato".

Portugal não deve explorar gás ou petróleo porque fevereiro de 2016 foi o fevereiro mais quente desde que há registos de temperatura. Não deve explorar combustíveis fósseis porque 2015 foi o ano mais quente desde que há registos. E porque antes de 2015, 2014 fora o ano mais quente até então. E porque dos dez anos mais quentes de que há registo, nove foram desde 2000, e o décimo foi 1998. Porque é a combustão de combustíveis fósseis que provoca esse aquecimento. Porque para conseguirmos manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2ºC, temos de manter 80% das reservas conhecidas de combustíveis fósseis debaixo do solo, e não procurar novas reservas. Porque Portugal tem um potencial solar enorme, de 2200 a 3000 horas de sol anuais, e tem uma produção solar insignificante. Portugal não deve explorar gás ou petróleo porque, além de isso não significar qualquer entrada de riqueza no país, já que os contratos são ridículos para o Estado e, além disso, as empresas são especialistas a fugir aos impostos (legal e ilegalmente), porque a indústria petrolífera cria muito poucos empregos e destruirá milhares de postos de trabalho já existentes no turismo, na pesca e na agricultura. Porque perante um planeta e uma economia global que cada vez mais desinvestem dos combustíveis fósseis, o país não pode continuar a facilitar a vida a patos bravos e a empresas com as mãos sujas de sangue e de petróleo, mesmo que alguém tenha tido um dia a infeliz ideia de assinar dez contratos estúpidos. É que, apesar dos convidados para jantar serem terríveis, a própria refeição nunca passou de veneno para nós.

*Artigo de João Camargo publicado em sabado.pt a 12 de abril de 2016

*Esquerda.net

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Portugal. Segurança Social deixa sem prestações de desemprego mais de 372 mil desempregados



O Estado português atribuiu cerca de 250 mil prestações de desemprego em março, deixando sem estes apoios mais de 372 mil desempregados, de acordo com as contas feitas pela agência Lusa com base nos últimos dados oficiais disponíveis.

e acordo com os dados disponibilizados hoje na página da Segurança Social (www.seg-social.pt), em março existiam 249.837 beneficiários de prestações de desemprego, menos 6.305 pessoas do que em fevereiro e o equivalente a 40% do último número total de desempregados contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (estimativas provisórias de fevereiro).

Os últimos dados divulgados pelo INE, relativos a fevereiro, contabilizavam um total de 622,2 mil desempregados, com a taxa de desemprego a situar-se nos 12,3% (uma subida de 0,2 pontos percentuais face a janeiro).

Das prestações contabilizadas pela Segurança Social, 123.205 referem-se a mulheres e as restantes 126.632 dizem respeito a homens.

Os números da Segurança Social incluem o subsídio de desemprego, subsídio social de desemprego inicial, subsídio social de desemprego subsequente e prolongamento do subsídio social de desemprego, prestações que atingiram em março o valor médio de 455,34 euros, face aos 450,37 euros registados um ano antes.

ICO //CSJ - Lusa

Portugal. Ministro das Finanças assume preocupações de Portugal com crise angolana



"É sempre um problema quando um parceiro -- um parceiro dinâmico -- enfrenta este tipo de problemas", destacou Mário Centeno, acrescentando que os "problemas económicos de Angola são uma preocupação para Portugal não só no setor bancário, mas para toda a atividade económica", face ao estreitar de relações económicas entre os dois países na última década e apesar daquele país representar, atualmente, menos de 3% das exportações.

A atividade financeira constitui um problema ainda maior "face à volatilidade típica deste setor", adiantou Mário Centeno, considerando, no entanto, que o risco de Angola "tem sido gerido" nos últimos meses e dando como exemplo o caso do BPI.

"Mesmo assim é algo que precisamos de acompanhar, nesta dupla perspetiva: é um país que tem uma importância crescente para nós, para a nossa economia, para as nossas empresas e precisamos de conseguir de lidar com isso nesta perspetiva", frisou.

Questionado sobre a possível criação de um 'banco mau', já sugerida pelo primeiro-ministro António Costa, o ministro das Finanças sublinhou que "é preciso fazer alguma coisa para estabilizar o sistema bancário" e assumiu que o Governo está "à procura de uma solução para reduzir o crédito malparado" na banca, no atual contexto regulatório, descartando riscos para os contribuintes.

"Estamos à procura de uma solução que não inclui recorrer ao dinheiro dos contribuintes", garantiu Centeno, para quem o atual contexto regulatório europeu impede que isso aconteça".

Sobre eventuais preocupações dos investidores face ao que aconteceu com o BES e às novas regras europeias de 'bail-in' (resgate interno) salientou que todos os países se prepararam para o novo quadro regulatório - que vai ser implementado ao abrigo da Diretiva de Recuperação e Resolução Bancária" (BRRD, na sigla inglesa), a partir de 01 de janeiro de 2016 - e que é necessário "evitá-lo" face à atual situação da banca.

Quanto ao impacto das taxas de juro negativas sobre os bancos declarou que "é preciso encontrar uma maneira de a banca voltar a ser rentável", reconhecendo que os juros baixos são um problema a esse nível.

"As baixas taxas de juro, algumas até negativas, têm um impacto sobre os bancos portugueses e devem ser acompanhadas com cuidado", disse o ministro das Finanças, frisando que "os riscos devem ser divididos entre todos os participantes".

RCR // MSF - Lusa

Angola. O DITADOR NARCISISTA



Raul Dinis, opinião

A política é o exercício daquilo que é de todos e para todos, daí a generosidade é a essência material da sua natureza. A politica não pode representar uma inútil miscelânea medieval assente nalguma paralisante conjunção entre a corrupção e o abuso de poder.

O PAÍS NÃO PODE MAIS CONTINUAR NAS MÃOS DE UM DITADOR NARCISISTA MALIGNO COMO JES, O REGIME TERÁ QUE TORNAR-SE FORÇOSAMENTE INTELIGENTE E NAVEGAR PELA TRANSPARÊNCIA E SEM EXIGUIDADES CLAREAR A GESTÃO PÚBLICA PARA QUE SEJA APRESENTADA A PRESTAÇÃO DE CONTAS AO SOBERANO.

Faz-se necessário e urgente controlar os excessos de JES e do MPLA. Hoje, as praticas do MPLA ultrapassam de longe a linha do razoável a todos os níveis. JES e seus pares sequestraram o MPLA e por detrás dele atacam a fortaleza basilar dos fundamentos que fortalece os mecanismos geram as liberdades democráticas sustentadas na constituição.

AFINAL O QUE FEZ O DITADOR JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS DE RELEVANTE QUE ALTERASSE A VIDA DOS ANGOLANOS PARA MELHORIA DE SUAS VIDAS?

Além de enriquecer sua família e transformar a sua filha russa em bilionária, e na rainha da gatunagem, na mais corrupta de Angola e quiçá do mundo, que feitos de relevante importância para a vida dos angolanos terá realizado o presidente nos 37 anos de poder absoluto?

O INSUCESSO DAS REFORMAS POLITICO-ADMINISTRATIVAS, AGRAVADAS AOS SUCESSIVOS PLANOS SOCIOECONÔMICOS E FINANCEIROS MAL ELABORADOS E FRACASSADOS, CONDUZIRAM O PAÍS A UMA INSUSTENTÁVEL RUINA FATAL.

Toda essa panóplia se deve a incapacidade de José Eduardo dos Santos perceber o país e o povo que detinha nas mãos enlodadas de pegajosa sujeira. O país está completamente desajustado a caminho a caminho de uma angustiante depressão asfixiante. O país mais se parece viver um momento virtual surrealista, com o descarrilamento invulgar e inadmissível.

O PAÍS NECESSITA DE REENCONTRAR-SE, O POVO ANGOLANO PRECISA UNIR-SE E ALUDIR AO FENÔMENO QUE O UNIU NO PASSADO NA LUTAR PELA INDEPENDÊNCIA, HOJE VERGONHOSAMENTE MUTILADA. O PAÍS NÃO PODE RENDER-SE NEM DEPENDER CADA VEZ MAIS DO HOMEM QUE DEPREDA DIARIAMENTE A SUA EXISTÊNCIA COMO UMA NAÇÃO.

José Eduardo dos Santos é um ser humano terminantemente imprestável, não serve para nada, apenas serve para faz o verbo encher. JES faz o que não devia fazer, não ouve aos que deveria escutar, Ele relativiza tudo a sua pessoa e a sua vontade expressa. Ele transformou-se no seu único conselheiro, só a si mesmo se ouve. JES sente-se senhor absoluto da verdade expressa como se de um deus e dono exclusivo de Angola se tratasse.

O HOMEM DAS MENTIRAS E DAS INTRUJICES AGORA DIZ QUE VAI SAIR DA VIDA POLITICA ATIVA, DEBALDE. JES NÃO SABE FAZER OUTRA COISA SENÃO MENTIR E REFUGIAR-SE ESCUDADO NO MPLA PARA MANTER O PODER PELO PODER SOBRE RÉDEAS.

JES não deu cumprimento a nenhum dos programas de governo escrutinado no pleito eleitoral de 2012, no qual ostentava o slogan de crescer mais para melhor distribuir, o que realmente ouve após o escrutínio foi roubar mais para enriquecer a sua família e os amigos de saque nacionais e internacionais.

A PROMESSA DE ESCALPELIZAR A CORRUPÇÃO ENDÊMICA QUE GRASSA EM TODA EXTENSÃO DO REGIME FOI POR ÁGUA ABAIXO. É EVIDENTE QUE ESSA PREMISSA JAMAIS SERIA CUMPRIDA, POIS, REMOVER A CORRUPÇÃO SERIA O MESMO QUE JES SANEAR-SE A SI MESMO.

A democracia foi um sonho abruptamente derrubado pelo imperador da corrupção, ao invés dela, JES introduziu a vontade dele acima da constituição, o sistema de governação no país está assente na corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e no nepotismo.

ATÉ O DIABO ESTÁ DE ACORDO QUE HAJA MUDANÇAS DRÁSTICAS PARA ALTERAR O RUMO QUE ANGOLA ESTÁ A SEGUIR. ATÉ O INFERNO CONCORDA QUE JES SE VÁ EMBORA E LEVE CONSIGO A SUA ENDIABRADA FILHARADA PARA LONGE DA VIDA DOS ANGOLANOS.

O problema único do diabo teme é o de perder o controle do inferno ao levar JES com ele para o ardente do inferno. O medo do diabo reside na eventualidade de JES ser mais popular que lúcifer no inferno com as praticas de torturas contra o povo angolano que de longe ultrapassam a imaginação da própria maldade encarnada no diabo.

TANTA É A MALDADE QUE ACABARAM POR AJUDAR OS ANGOLANOS A PERDER O MEDO, HOJE O POVO CONFRONTA A TIRANIA E ENFRENTA HOJE DE PÉ O VELHACO DITADOR.

Até a mesmo substituição do ditador da liderança do país, a mesma terá como condição sine qua non passar pela entronização no poder de um de seus filhos piratas.

O FALECIDO CANÇONETISTA PORTUGUÊS ZECA AFONSO TINHA RAZÃO QUANDO ENTOAVA O CÂNTICO QUE DIZIA, ELES COMEM TUDO E NÃO DEIXAM NADA. NO CASO ANGOLANO, ELES COMERAM E CONTINUAM A COMER TUDO E NÃO DEIXAM NADA.

A principal meta o programa do MPLA de JES seria o de desenvolver politicas de restauro da economia e consagrar o crescimento do “PIB” produto interno bruto, o que não aconteceu mesmo com os biliões adquiridos da exportação do óleo e dos diamantes. O MPLA delapidou o erário publico por completo e agora recorre ao FMI, que vergonha, eles comeram tudo sem deixar nada.

FORAM ENUMERAS ÁS ENCENAÇÕES NA CAMPANHA ELEITORAL EM 2012, E TUDO APENAS PARA PERPETUAR O DITADOR NO PODER.

Tudo não passou de balelas, não ouve desenvolvimento em nenhumas dessas propostas escrutinadas nas eleições passadas. O que houve isso sim foi o crescimento abrupto da corrupção a dignidade do cidadão foi torpedeada ao extremo e o povo foi severamente penalizado nos seus direitos mais elementares constitucionalmente defendidas na CRA.

Angola. REFORMAS DOMINAM DISCUSSÕES COM O FMI



As reformas económicas em curso no país, para combater a desaceleração económica, estiveram no centro do discurso do ministro das Finanças, Armando Manuel, em Washington, no quadro das reuniões da Primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Armando Manuel, que falou no sábado num painel sobre ideias para combater a desaceleração da economia mundial, recordou que Angola, perante a queda do preço do petróleo, gizou uma estratégia que visa introduzir no país um novo ciclo económico menos dependente desta matéria-prima.

O ministro das Finanças frisou que um dos sectores que mais atenção recebe do Executivo é o da agricultura. A par da agricultura, Armando Manuel destacou o sucesso da reforma tributária e a entrada do país nos mercados internacionais com a emissão, em finais do ano passado, dos Eurobonds. 

O painel abordou questões relacionadas com o impacto da descida do preço das matérias-primas, procurando perceber porque o crescimento global permaneceu tão baixo. No debate, participaram os ministros das Finanças da Bolívia, Luís Alberto Arce, do Paquistão, Ishaq Dar, da Ucrânia, Natalie Jaresko, além do vice-presidente do Banco Mundial, Jan Walliser.

A intervenção de Armando Manuel marcou o encerramento da participação de Angola nas reuniões da Primavera do FMI e Banco Mundial, a que se seguiram encontros com a agência Moody’s.

Entretanto, na altura em que se discutia o impacto da descida dos preçõs das matérias-primas, o mais recente relatório sobre o mercado divulgado pela Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP) revelava uma quebra na extracção petrolífera da Nigéria, em 39,4 mil barris por dia, e o aumento no mesmo período de 18,3 mil na produção de Angola, colocou o país na primeira posição em África em Março.

A produção angolana de petróleo em Março, de acordo com fontes secundárias, chegou a 1,778 milhões de barris por dia, enquanto a da Nigéria baixou para 1,722 milhões. Tendo por base a informação oficial dos países produtores, a Organização dos Países Produtores de Petróleo revelou que Angola produziu em Março 1,782 milhões de barris de petróleo por dia, um aumento real de 15 mil, tendo a Nigéria comunicado uma quebra na produção de 67,5 mil para 1,677 milhões de barris por dia.

Esta foi a segunda vez em cinco meses que Angola ultrapassou a Nigéria na extracção de petróleo, depois de em Novembro de 2015 ter produzido 1,722 milhões de barris por dia, um aumento de 115 mil por dia, contra uma produção nigeriana de 1,607 milhões mensais, com uma quebra real de 250 mil diários.

A OPEP informou ainda que a produção dos países-membros do cartel situou-se em Março numa média de 32,25 milhões de barris por dia, um acréscimo marginal de 15 mil, com aumentos mais significativos do Irão, Iraque e Angola e reduções igualmente mais significativas dos Emirados Árabes Unidos, Líbia e Nigéria.

Jornal de Angola

Angola. RECOLHA COERCIVA DE QUASE 200 MIL ARMAS É UM ALERTA



A comissão técnica nacional que coordena o processo de desarmamento da população civil recolheu em todo o país durante oito anos 199.392 armas de fogo de vários calibres, anunciou sábado, no Sumbe, o coordenador, Paulo de Almeida.

A campanha de recolha de armas de fogo em posse ilegal da população fez sábado oito anos desde o seu início e o acto central de balanço aconteceu na capital do Cuanza Sul. O segundo comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, que presidiu ao acto no Largo da Liberdade, considerou que, ao fim de oito anos, o balanço é positivo. Paulo de Almeida lembrou que o processo ainda não está concluído, pelo facto de ainda existirem armas nas mãos de cidadãos civis.

O comissário-chefe disse que a comissão regista em média a recolha coerciva de cinco a dez armas/dia das mãos de indivíduos envolvidos em actividades criminosas. Esta média preocupa a comissão, segundo Paulo de Almeida.

O oficial superior da Polícia Nacional lembrou que a campanha serve para sensibilizar e mobilizar as populações a entregar armas de fogo em sua posse ao longo dos anos.

O coordenador da comissão técnica indicou que durante o processo de desarmamento da população civil foi possível fazer a revisão e aprovação da lei sobre o uso de armas de fogo pelas empresas de segurança privada, promover a iniciativa de revisão da Lei sobre o uso e porte de armas, incentivar a adesão ao Protocolo da SADC sobre o combate ao tráfico e comércio ilícito de armas ligeiras e de pequeno porte. O vice-governador para o sector económico, Franklin Fortunato e Silva, que testemunhou ao acto central das comemorações do oitavo aniversário da campanha de desarmamento da população civil, em representação do governador provincial, Eusébio de Brito Teixeira, sublinhou que é preciso chamar a atenção de todos para uma reflexão sobre a necessidade do desarmamento da população civil. O governante apelou aos cidadãos que ainda insistem em possuir, de forma ilegal, armas de fogo para aderirem à campanha. Disse que a insistência em ter arma de fogo ilegal configura uma clara desobediência às normas de convivência social.

Colaboração de todos


Fortunato e Silva pediu a colaboração dos órgãos de difusão massiva e da sociedade para contribuírem na luta contra este fenómeno porque põe em causa a tranquilidade e a ordem públicas. As comemorações, que decorreram sob o lema “Se és consciente desarma a tua mente”, ficaram marcadas por manifestações culturais que retrataram as consequências que o cidadão podem ter ao possuir uma arma de fogo ilegal em casa. Foram ainda destruídas publicamente armas de fogo em estado obsoleto. No acto estiveram presentes membros do Governo Provincial, representantes do Ministério do Interior, das Forças Armadas Angolanas, dos partidos políticos, autoridades tradicionais, religiosas e da sociedade civil.

O Plano Nacional de Desarmamento da População Civil iniciou em 2008, com objectivo de recolher, armazenar e ter sob custódia de todas as armas ligeiras e de pequeno porte, possuídas de forma ilícita. De 1999 a 2007 foram recolhidas aproximadamente 200 mil armas de diversos calibres e restando ainda uma cifra indeterminada em posse da população.

O processo envolve a remoção dos instrumentos de violência da sociedade e, também, a capacidade do indivíduo pensar que é capaz de empreender actos violentos, tendo como principais grupos alvos, os delinquentes, ex-militares, polícias, trabalhadores de empresas de segurança e sistemas de auto-protecção e outros civis armados.

Victor Pedro, Sumbe – Jornal de Abgola - Foto: Victor Pedro

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