quinta-feira, 27 de outubro de 2016

EUA: UM DESTRUIDOR DE DEMOCRACIAS E PILHADOR DE NAÇÕES



A midiotização pelo mundo afora, leva o povo a acreditar que governos não simpáticos aos EUA, são governos ditatoriais, mesmo que tenham sido eleitos pelo voto dos seus concidadãos, como o caso de Assad na Síria e Maduro na Venezuela.

Valter Xéu*

Na época do George Bush, a mídia e os serviços de inteligências do ocidente propagaram para o mundo de que países como o Irã, Iraque e Coreia do Norte formavam o Eixo do Mal que colocava o mundo em perigo e a propaganda dizia: 'Ou você está conosco, outra contra nós'. 

Todos os países que não são simpáticos ou que contrarie os interesses dos Estados Unidos, a forte propaganda de manipulação trata de disseminar pelo mundo de que aquele governante é um ditador.

E assim é feito com a Síria, onde apesar de Assad ter vencido duas ou três eleições presidenciais, recebeu o carimbo de ditador pelo simples fato de contrariar os interesses dos Estados Unidos e ter sido eleito, a propaganda dissemina pelo mundo de que foi uma eleição fraudulenta e isso o ocidental não aceita como aceitou o resultado da eleição em que Bush venceu Al Gore. 

Os Estados Unidos destruíram o Iraque com a propaganda de que o país possuía armas de destruição em massa o que não era verdadeiro e isso foi atestado pelas próprias forças de ocupação.

Como a mentira já não colava nos quatro cantos do mundo e inventaram de que estavam levando a democracia a um pais governado pelo ditador Saddam Hussein e que até então, tinha sido aliado dos americanos. Hoje os iraquianos vivem em situação muito pior, com conflitos de toda natureza onde os grupos diversos recebem armas do ocidente para guerrearem entre si enquanto as Halliburton da vida segue tranquila roubando o seu petróleo. Halliburton foi administrada pelo ex-vice-presidente americano Dick Cheney: Tutti cosa nostra...

A mesma coisa aconteceu com a Líbia que depois de Israel era o segundo IDH do Oriente Médio segundo a ONU. Mesmo assim, precisaram formar uma coalizão internacional de 46 países para derrubar e assassinar Khadaffi. 

E usando o pretexto de que estavam derrubando um ditador, destruíram o pais, onde grupos rivais armados pelo ocidente se matam e as Halliburton...

Depois do Afeganistão, Iraque e Líbia chegou à vez da Síria onde os norte americanos acreditavam que seria muito mais fácil e ai houve o engano, pois Assad resistiu e de imediato trataram de disseminar pelo mundo de que ali era mais um ditador e como midiotizado é uma praga que existe em todo o planeta, Assad passou a ser demonizado pelo simples fato de ter enfrentado as forças criadas pelos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Arábia Saudita, Qatar, Turquia (que parece esta mudando de lado depois do tal golpe em que acusam os norte americanos) e a cumplicidade de Israel que oferece ajuda médica e vez por outra derruba aviões da força aérea da Síria que ousa bombardear as forças do Estado Islâmico nas imediações das Colinas de Golan.

Com a chegada dos russos as coisas mudaram de um Assad quase derrotado para um presidente mais forte no poder.

Os russos lá estão com a anuência do presidente sírio enquanto as forças ocidentais que não tiveram autorização são meras invasoras. E isso fere a carta da ONU e a soberania Síria, mas a ONU não vale nada para as potências do ocidente, onde na sua maioria participam da força agressora que é a OTAN = Organização Terrorista do Atlântico Norte e que no final dos anos 80 bombardeou Belgrado capital da Iugoslávia em pleno coração da Europa, mas como diz um amigo Croata, "naquela época não existia o Putin".

Na questão de Aleppo, vários grupos terroristas estão no domínio da cidade perpetrando toda desgraça sobre a população, usando armas químicas, mas o culpado é Assad que ousou enfrentá-los.

Na Venezuela, apesar de Chávez e Maduro terem sido eleitos pelo voto da maioria da população, a mídia e o atual governo golpista do Brasil, Argentina e Paraguai trata os governantes venezuelanos como ditadores o que parece até piada.

O de lá eleito pelo voto direto é ditador.

O golpista do Brasil, o que é?

Na Venezuela depois do fracassado golpe com armas em que Chávez foi preso e voltou nos braços do povo, à direita e seus apoiadores internacionais mudaram de tática e usaram a mesma que destronou o governo ucraniano, defenestrado com denuncias de corrupção e hoje uma quadrilha de corruptos estão no poder com a ajuda do "campeão da democracia".

Usaram desse expediente aqui e estão usando o mesmo na Venezuela onde de repente desapareceram dos supermercados os gêneros alimentícios  ​​sabotados pela burguesia empresarial.

O governo criou uma espécie de Cesta do Povo o que se mostrou ineficaz contra o desabastecimento e assim os grandes grupos econômicos com ajuda externa que despejam bilhões de dólares para acumpliciar mídia e uma parte dos parlamentares. Com o judiciário a coisa é bem diferente do que é o daqui.

Maduro que não tem um perfil Dilma Rousseff e nem na sua equipe republicanos covardes, reage às provocações e recebe o carimbo de ditador pela sua ousadia em resistir.

O pior de tudo isso, é que a midiotização geral leva a "boiada" a acreditar que realmente ele é um ditador, enquanto o nosso aqui é um democrata e que aquele pais destruidor de países, é nada mais, nada menos que o verdadeiro campeão da democracia no mundo e a "boiada" acredita.

Ô, raça!

Em tempo

Lula precisa fazer o mesmo que Maduro faz na Venezuela, Rafael Correa no Equador, Evo Morales na Bolívia e o que diz o escritor Moniz Bandeira, que é o envolvimento dos Estados Unidos em toda essa trama em que participa a mídia, o congresso e o judiciário e denunciar isso para o mundo, pois existe um interessado maior no enfraquecimento do país e esse interessado, o mundo sabe quem é.

Isso é o que tem de ser feito.

*Valter Xéu é diretor e editor dos portais Pátria Latina e Irã News. analista politico do Palestina Liberation, Pravda e diversas publicações no Brasil e exterior

Pravda.ru

OS ESTADOS UNIDOS VÃO REFORMAR-SE OU DILACERAR-SE?



Thierry Meyssan*

Ao observar a campanha eleitoral presidencial norte-americana, Thierry Meyssan analisa a ressurgência de um velho e grande conflito civilizacional. Hillary Clinton acaba de declarar que esta eleição não versava sobre programas, mas sobre a questão de saber «Quem são os Americanos?». Não é baseados em questões políticas que os tenores republicanos acabam de retirar o seu apoio ao seu candidato, Donald Trump, mas antes a propósito do seu comportamento pessoal. Segundo o nosso autor, até à data presente, os Norte-americanos eram emigrantes vindos de horizontes diferentes e aceitando submeter-se à ideologia de uma comunidade especial. É este modelo que está em vias de se desfazer, com o risco de estilhaçar o próprio país.

No decurso do ano de campanha eleitoral norte-americana que estamos a acabar de atravessar, a retórica mudou profundamente e uma clivagem inesperada surgiu entre os dois campos. Se, à partida, os candidatos falavam de assuntos basicamente políticos (tais como a repartição de riqueza ou a segurança nacional), agora eles tratam principalmente de sexo e dinheiro.

Foi este discurso, e não as questões políticas, o que fez explodir o Partido Republicano –-cujos principais líderes retiraram o apoio ao seu candidato–- e que reformula o tabuleiro político, fazendo ressurgir uma clivagem civilizacional muito velha. De um lado, a senhora Clinton pretende ser politicamente correcta, enquanto do outro «O Donald» fez voar em estilhaços a hipocrisia da antiga «primeira Dama».

De um lado, Hillary Clinton promove a igualdade homens/mulheres, muito embora ela jamais tenha hesitado em atacar e emporcalhar as mulheres que revelavam ter-se deitado com o seu marido; que se apresenta não pelas suas qualidades pessoais, mas enquanto esposa de um anterior presidente, e que ela acusa Donald Trump de misoginia porque ele não esconde o seu gosto pela espécie feminina. Do outro lado, Donald Trump denuncia a privatização do Estado, e a extorsão de personalidades estrangeiras pela Fundação Clinton, sempre que queriam obter acesso ao Departamento de Estado; a criação do ObamaCare, não no interesse dos cidadãos mas para benefício dos Seguros médicos; e vai até ao ponto de pôr em causa a idoneidade do sistema eleitoral.

Estou perfeitamente ciente que a maneira como Donald Trump se exprime encoraja de facto o racismo, mas não acho de todo que isto esteja no centro do debate eleitoral apesar do martelar que os média(mídia) pró-Clinton fazem a propósito.

Não é indiferente que, aquando do escândalo Lewinsky, o presidente Bill Clinton tenha apresentado as suas desculpas à Nação e tenha reunido Pastores para rezar pela sua salvação. Enquanto ao ser posto em causa por factos parecidos, numa gravação áudio, Donald Trump se tenha contentado a apresentar as suas desculpas às pessoas atingidas, sem fazer apelo a membros do clero.

A clivagem actual retoma a revolta de valores dos Católicos, de Ortodoxos, e de Luteranos, contra os dos Calvinistas, representados nos Estados Unidos principalmente pelos Presbiterianos, Baptistas e os Metodistas.

Mesmo se os dois candidatos foram educados na tradição puritana (Clinton como Metodista e Trump como Presbiteriano), H.Clinton retornou à religião pela morte do seu pai e participa hoje em dia no grupo de oração dos chefes do estado-maior das forças armadas, The Family («A Família»- ndT), enquanto Trump segue uma espiritualidade mais interiorizada e não frequenta habitualmente os templos.

É claro, ninguém fica fechado nos padrões em que foi criado. Mas, quando se age sem reflexão, podemos reproduzi-los de forma inconsciente. A questão do ambiente religioso de cada um pode portanto ser importante.

Para entender o que está em jogo, é preciso voltar à Inglaterra do século XVII. Oliver Cromwell derruba, com um golpe de Estado militar, o rei Carlos Iº. Ele pretendeu instaurar uma República, purificar a alma do país, e assim fez decapitar o antigo soberano. Criou um regime sectário inspirado nas ideias de Calvino, massacrou os Irlandeses papistas em massa, e impôs um modo de vida puritano. Concebeu também o sionismo: ele chamou à atenção para os judeus em Inglaterra e foi o primeiro chefe de Estado, no mundo, a reivindicar a criação de um Estado judeu na Palestina. Este episódio sangrento é conhecido com o nome de «Primeira Guerra civil britânica».

Após a restauração da monarquia, os Puritanos de Cromwell fugiram da Inglaterra. Eles instalaram-se nos Países Baixos, de onde alguns de entre eles partiram a bordo do Mayflower para as Américas (os chamados “Pais Peregrinos"), enquanto outros fundaram a comunidade Afrikaner na África Austral. Aquando da guerra de independência dos Estados Unidos, no século XVIII, reviu-se o confronto dos Calvinistas contra a Monarquia britânica, de tal modo que nos manuais actuais de História Britânica, designam-na como a «Segunda Guerra civil».

No século XIX, a Guerra de Secessão opôs os Estados do Sul (sobretudo habitados por colonos católicos) aos do Norte (principalmente habitados por colonos protestantes). A História dos vencedores apresenta este confronto como uma luta pela Liberdade face à Escravatura, o que é pura propaganda (os Estados do Sul aboliram a escravatura durante a guerra, quando fecharam uma aliança com a monarquia britânica). Com efeito, regressa-se ao enfrentamento dos Puritanos contra o Trono inglês, razão pela qual certos historiadores falam aqui de uma «Terceira Guerra civil britânica».

Durante o século XX, este enfrentamento interno da civilização britânica parecia ultrapassado, fora o ressurgimento dos Puritanos ao Reino Unido com «os cristãos não-conformistas» do primeiro-ministro David Lloyd George. Estes últimos dividiram a Irlanda e dedicaram-se a criar o «Lar nacional judaico» na Palestina.

Seja como fôr, um dos conselheiros de Richard Nixon, Kevin Phillips, consagrou uma volumosa tese a estas guerras civis, constatando que nenhum dos problemas estava resolvido e anunciou uma quarta volta [1].

Eu não duvido que H. Clinton será a próxima Presidente dos Estados Unidos, ou que se Trump fosse eleito, ele seria rapidamente eliminado. Mas, em alguns meses, assiste-se a uma ampla redistribuição eleitoral sobre o fundo de uma evolução demográfica irreversível. As Igrejas vindas dos Puritanos não somam mais que um quarto da população e basculam para o campo Democrata. O seu modelo aparece como um acidente histórico. Ele já desapareceu na África do Sul e não poderá sobreviver ainda por muito mais tempo, nem nos Estados Unidos, nem em Israel.

Para além da eleição presidencial, a sociedade dos EUA deve evoluir rapidamente ou irá dilacerar-se novamente. Num país onde o juventude rejeita maciçamente a influência dos pregadores puritanos, não é mais possível mover a questão da igualdade. Os puritanos idealizam uma sociedade onde os homens são todos iguais, mas não equivalentes. Lorde Cromwell queria uma República para o Ingleses, mas só depois de ter massacrado os papistas Irlandeses. É assim que actualmente nos Estados Unidos, todos os cidadãos são iguais perante a lei mas, em nome dos mesmos textos, os tribunais condenam sistematicamente negros enquanto encontram circunstâncias atenuantes no caso de brancos tendo cometido crimes ou delitos equivalentes. E, na maioria dos Estados, uma condenação penal, mesmo por um excesso de velocidade, basta para retirar o direito de voto. Por conseguinte, brancos e negros são iguais, mas em alguns Estados, a maioria dos negros tem legalmente sido privada do seu direito de voto. O paradigma deste pensamento, em política externa, é a «solução de dois Estados» na Palestina: iguais, mas acima de tudo não equivalentes.

Foi o pensamento puritano que orientou as administrações do Pastor Carter, de Reagan, de Bush (o Sr. e o Jr. são dois descendentes directos dos “Pais Peregrinos”), de Clinton e de Obama a apoiar o wahabismo, em contradição com os ideais propagados pelo seu país, e hoje em dia a apoiar o Daesh(E.I.).

No passado, os “Pais Peregrinos” fundaram comunidades em Plymouth e Boston, que foram mitificadas na memória colectiva americana. Contudo os historiadores são rigorosos. Eles afirmavam construir o «Novo Israel» e escolheram a «Lei de Moisés». Eles não colocaram a Cruz nos seus templos, mas, sim as Tábuas da Lei. Muito embora cristãos, atribuíam mais importância às Escrituras Judaicas que aos Evangelhos. Eles obrigaram as suas mulheres a tapar a cabeça com véu e restabeleceram os castigos corporais.


[1] The Cousins’ Wars («As Guerras dos Primos» - ndT), Kevin Philipps, Basic Books, 1999.

*Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire e da conferência Axis for Peace. As suas análises sobre política externa publicam-se na imprensa árabe, latino-americana e russa. Última obra em francês: L’Effroyable imposture: Tome 2, Manipulations et désinformations (ed. JP Bertrand, 2007). Última obra publicada em Castelhano (espanhol): La gran impostura II. Manipulación y desinformación en los medios de comunicación(Monte Ávila Editores, 2008).


Hipermercados: uma verdadeira «ditadura» comercial sobre fornecedores e consumidores



As práticas comerciais (abusivas) dos grandes hipermercados constituem uma autêntica «ditadura», com que esmagam, em baixa, o escoamento e os preços à produção nacional. Os produtores de leite, por exemplo, perdem muito dinheiro para continuar a produzir.

João Dinis – AbrilAbril, opinião

Há anos que vimos dizendo que os grandes Hipermercados praticam uma autêntica «ditadura» comercial, com que esmagam, em baixa, o escoamento e os Preços à Produção Nacional, enquanto promovem as Importações desnecessárias.

Assim, também muito contribuem para agravar os défices alimentar e da balança de pagamentos agro-alimentar do nosso País.

Os grandes Hipermercados, globalmente considerados, detêm uma posição hegemónica no comércio agro-alimentar, e dois grandes grupos de «matriz nacional» (embora paguem impostos fora do País…) detêm posição dominante e tendem já para posições monopolistas. Pelo meio, usam e abusam de práticas comerciais que consideramos serem mais do que abusivas, como acontece, constantemente, com as «Promoções» e as «Marcas Brancas» (as suas marcas próprias). Estes são expedientes «violentos» com que especulam e, na prática, espoliam os seus Fornecedores de direitos de propriedade material e intelectual sobre os respectivos Produtos.

Mas também impõem as suas (dos Hipermercados) próprias escolhas aos Consumidores, pois são as gerências de cada Hipermercado que, em primeiro lugar, decidem que produtos é que entram em «promoção» ou em «marca branca» e em que condições comerciais é que isso acontece a cada momento. Ou seja, os Hipermercados escolhem primeiro aquilo que (e como) os Consumidores vão depois «escolher» nas prateleiras, onde há, sempre, os produtos-chamariz… E assim manipulam os Consumidores.

Os grandes Hipermercados também se aproveitam da falta de informação e do baixo poder de compra de vastas camadas da nossa População para manipular preços e marcas e, também assim, acirrar a concorrência entre as várias cadeias de distribuição-comercialização, sempre à custa dos Fornecedores e dos próprios Consumidores. Por assim dizer, as dificuldades económicas de centenas de milhar de Famílias acabam por ser um «filão» que os grandes Hipermercados exploram em proveito próprio…

E é perante tais práticas comerciais (abusivas), é neste difícil contexto nacional que, por exemplo, os Produtores de Leite estão a perder muito dinheiro para continuarem a produzir. E, no contexto, outros Produtores Nacionais também «são obrigados» a perder dinheiro…

Em Espanha, os Hipermercados de matriz nacional espanhola dão prioridade ao escoamento da produção agro-alimentar espanhola!

Em Espanha, as grandes cadeias de Hipermercados de matriz espanhola têm estado a dar toda a prioridade ao escoamento, nas suas prateleiras, da Produção Nacional Espanhola de Leite e Carne (e não só) a Preços razoáveis.

É uma situação que sobretudo interessa aos Produtores Espanhóis e a Espanha, mas que não deixa de ter legitimidade em termos da soberania alimentar de «nuestros hermanos».
Como repetidamente insinuam, os donos dos Hipermercados de matriz portuguesa gostam de se fazer passar por grandes «patriotas», com toda a preocupação deste mundo pelo escoamento da Produção Nacional…

Pois se tais senhores são assim tão «bonzinhos» para a Produção Nacional como apregoam ser, por que razão, afinal – como em Espanha fazem os espanhóis em relação à produção espanhola – por que razão, dizíamos, não mandam eles dar prioridade, em Portugal, ao escoamento da Produção Nacional a melhores Preços à produção – e de imediato à Produção Nacional de Leite e Carne (de entre outras) – através das suas prateleiras comerciais?!... Pois, pois, o problema é que, de entre outras «habilidades», eles são uns grandes demagogos…

Hipermercados constituíram-se como um Estado dentro do Estado!

Na montagem do seu «império», os Hipermercados têm contado com a maior «colaboração» dos sucessivos governos e de outros órgãos de soberania. Assim, emergem como outros daqueles senhores «que mandam nisto tudo», ou em quase tudo… São, já, um Estado dentro do Estado Português. E sabem-no bem, e disso tiram os maiores lucros!

As práticas que impõem e as posições que ocupam ao longo da cadeia de produção – transformação – comercialização – consumo – ofendem claramente várias disposições da Constituição da República Portuguesa. São inconstitucionais.

Salvo alguns «arrufos» de ocasião, de facto, da parte dos vários governos tem havido falta de coragem política para legislarem e para fiscalizarem, a sério, a actividade comercial dos Hipermercados. Preferem, governos e governantes, aproveitar iniciativas desviantes em relação ao essencial, como acontece com as «eternas» discussões sobre os ditos «Códigos de Boas Práticas Comerciais», que, reafirmamos, os Hipermercados respeitarão apenas, como e quando isso lhes der lucros…

E por que razão não interveio já sobre isto da «ditadura» dos Hipermercados o Presidente da República?

O Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, actual Presidente da República, gosta de falar sobre (quase) tudo. Curiosamente, e apesar de para isso mesmo já ter sido instado, ainda não disse nadinha sobre esta situação muito anómala e que afecta, directa e indirectamente, milhões de Portuguesas e de Portugueses. Será que, de facto «valores mais altos se alevantam» (…), senhor Presidente da República?...

Temos, pois, que continuar a luta!

É necessário regulamentar pela via legislativa e fiscalizar a actividade comercial dos grandes hipermercados!

MARCELO EM CUBA COM… FIDEL CASTRO




A foto do momento em que Marcelo e Fidel se encontraram

Marcelo Rebelo de Sousa está de visita a Cuba

O Presidente da República está de visita oficial a Cuba e apesar de o momento mais relevante, em termos diplomáticos, ser o encontro com o líder cubano, Raúl Castro, fica também para a posteridade o encontro entre Marcelo e o histórico líder Fidel Castro.

O momento do encontro que decorreu ontem, quarta-feira, foi publicado pelo Granma, órgão oficial do comité central do Partido Comunista de Cuba.

Adianta o Granma que foram vários os temas de conversa entre Fidel e Marcelo, incluindo “a amizade entre ambas as nações” mas também destacando a posição de Portugal de não ser a favor dos bloqueios económicos a Cuba.

No artigo divulgado na edição online, o jornal refere que o Presidente português destacou a aprovação pelas Nações Unidas, na quarta-feira, de uma resolução reclamando o levantamento do embargo económico dos Estados Unidos a Cuba.

Fidel Castro agradeceu o apoio de Portugal e destacou a "firmeza do povo" cubano, disposto a "não esquecer os elevados danos humanos e económicos provocados pelo bloqueio".

O antigo chefe de Estado recordou o "caráter brutal e inumano" dessa política, que "o povo de Cuba jamais aceitará", acrescenta o órgão oficial do Partido Comunista Cubano.

O jornal ilustra o "amistoso encontro" com uma fotografia em que Fidel Castro aparece com o tradicional fato de treino azul escuro, sentado, sorridente, com Marcelo à sua frente com fato completo da mesma cor e gravata azul clara. Na foto surge ainda uma terceira pessoa, sentada entre os dois.

A conversa incidiu sobre "diversos temas da agenda internacional e sobre as relações de amizade entre os dois países", acrescenta o jornal.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou a aprovação, na quarta-feira, de uma resolução da Assembleia-geral das Nações Unidas, a 25.ª, a favor do levantamento do embargo norte-americano a Cuba imposto em 1962, que contou pela primeira vez com a abstenção dos Estados Unidos.

A resolução, que é anualmente apresentada por Cuba foi aprovada por 191 dos 193 países-membros das Nações Unidas, com as abstenções dos Estados Unidos e de Israel.

A abstenção de Washington na votação na ONU segue os apelos do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que o Congresso norte-americano, dominado pelos conservadores do Partido Republicano, aprove o levantamento do embargo, na sequência da normalização de relações entre os dois países, que restabeleceram relações diplomáticas em julho de 2015.

Recorde-se que de Portugal marcaram presença nesta visita a Cuba a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Teresa Ribeiro, o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, e os deputados António Filipe, do PCP, Idália Serrão, do PS, Hélder Amaral, do CDS, e ainda José Luís Ferreira, d’Os Verdes. O Bloco de Esquerda não esteve representado.

Pedro Filipe Pina com Lusa, em Notícias ao Minuto

SHAUBLE? “NINGUÉM NOMEOU ESTA FIGURA COMO REGEDOR COLONIAL”



O ministro das Finanças de Merkel voltou a dizer o que pensa sobre a governação portuguesa e há quem não lhe poupe críticas.

O ministro das Finanças alemão estava em Bucareste, na Roménia, para um evento quando voltou a falar de Portugal e das políticas seguidas no país.

Para Wolfgang Schäuble, Portugal “estava a ter muito sucesso até entrar [em funções] o novo governo”. O alemão adiantou até que chegou a dizer ao seu congénere luso, o ministro Mário Centeno, que o Executivo estaria “a correr um grande risco” a não seguir com as políticas do anterior Governo.

As declarações citadas pela Bloomberg chegaram até Portugal e têm merecido críticas. No Facebook, o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro escreveu mesmo, sobre Schäuble, que “ninguém nomeou esta figura como regedor colonial para ‘advertir’ ou deixar de ‘advertir’ o que quer que seja”.

O deputado do PS defende ainda que se prevê, para Portugal, “a saída do Procedimento por Défices Excessivos e o défice mais baixo da história da democracia, coisa que as suas políticas radicais nunca conseguiram...”, criticou.

Pedro Filipe Pina – Notícias ao Minuto

PREÇO DISPENDIOSO DA DEMOCRACIA: PAGAMOS QUASE 100% A ALGUNS PARTIDOS E 10% AO PCP



Que a democracia sai cara são alguns a dizê-lo e a maioria a comprovar, pagando. São milhões e milhões de euros que os portugueses – queiram ou não – entregam aos partidos políticos. Independentemente dos cortes orçamentais que afetam os portugueses a conta certa da fatura das subvenções estatais aos partidos é gigantesca. No espectro político-partidário à direita o PSD é rei e senhor do “dá cá o meu quer passes fome ou não”, o CDS nem tanto, o PS também sai caro mas não tanto quanto os alaranjados de Passos Coelho. À esquerda vimos o BE com uma enorme dependência financeira, enquanto o PCP é o campeão da quase auto-suficiência. Observa-se que a direita mais ressabiada sai muito cara. Pudera, é lá que estão os grandes tubarões que devoram até ao tutano o que é de todos os portugueses. Aos seus olhos é muito provável que nos vejam como prostitutos e prostitutas. Senão teriam todos os motivos para se sentirem mal e resolverem ser muito mais auto-suficientes financeiramente.

Vimos na foto Passos Coelho e Belmiro Azevedo, o patrão do grupo Sonae (tão amigos que eles são), em acção de campanha nas eleições legislativas de 2011 - aquela campanha eleitoral que marcou definitivamente Passos e Relvas como chefes da ala vigarista dos pseudo sociais-democratas alaranjados. O que espanta é que houve um número avassalador de eleitores que nem por Passos se fazer rodear de um tal Belmiro negreiro se sentiram avisados do que lá vinha: pobreza, fome, exploração selvagem à moda de Belmiros e quejandos. Assim foi. Assim ainda é. Até quando? Há quem diga às bestas em situações semelhantes: abram os olhos mulas! 

A seguir: o artigo retirado de AbrilAbril. (MM / PG)

Financiamento dos partidos: nem todos são dependentes do Estado

CDS-PP, PSD e BE são os partidos com menor independência financeira

A capacidade de angariar receitas próprias parece tarefa difícil para os partidos, cuja dependência do Estado chega aos 97%. O PCP é excepção – o peso das subvenções estatais ronda 10% das receitas totais.

O financiamento público aos partidos políticos em Portugal representou, em média, nos últimos cinco anos, mais de 70% das suas receitas. Mas as contas dos partidos com representação na Assembleia da República mostram situações muito díspares.

Analisando apenas as contas dos cinco maiores partidos entregues no Tribunal Constitucional (TC), aqueles que tiveram receitas superiores a 1 milhão de euros nos últimos cinco anos, os valores oscilam entre os 10 e os 97% do total das receitas arrecadadas, excluídas as contas das campanhas eleitorais, cujo financiamento tem um enquadramento próprio.

O campeão do financiamento público é o CDS-PP, com valores sempre acima dos 90%. Apesar de as contas entregues não discriminarem essa componente das outras fontes de receita, os relatórios que a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, que funciona junto do TC e tem competência para as fiscalizar, mostram que, em 2011, o peso dos dinheiros públicos nos cofres do Largo do Caldas foi de 96,25%. Mas, o valor recorde dos últimos cinco anos é alcançado no ano seguinte, já com o CDS-PP instalado no governo, em que as transferências de dinheiros públicos totalizaram 97,22%. Os relatórios das contas de 2013 a 2015 não estão ainda disponíveis, mas pelo valor declarado de receitas, é possível concluir que o valor não terá descido dos 90%.

Em contraste, o PCP surge como o partido que menos depende das subvenções públicas para a sua actividade. O valor mais elevado registou-se em 2012, com 12,75% das receitas provenientes dos cofres do Estado. Foi a única vez nos últimos cinco anos em que o valor ultrapassou os 12%. O ano seguinte foi aquele em que o financiamento público teve a menor influência, 9,9% do total de receitas. Em todo o período, os comunistas demonstraram uma capacidade muito superior de recolha de quotizações e contribuições dos seus militantes, mais do dobro do que PS e PSD, e muitas vezes mais que o BE e o CDS-PP.

O PSD terminou o ano passado com mais de 7 milhões de euros de subvenções públicas, mais de 80% do total das suas receitas. O ano de 2013 foi o único em que o peso desta fonte de receitas desceu abaixo dos 80%. O PSD viu as suas receitas caírem em 2015, fruto do corte da subvenção aos partidos que a Assembleia Legislativa Regional da Madeira concede. Até então, o partido recebia anualmente cerca de 2,5 milhões de euros, o que representava cerca de um quarto do total de financiamento público – mais do que o CDS-PP, o PCP e o BE recebem anualmente.

O PS é o partido em que o financiamento público teve as maiores variações. Se em 2012 representou 56%, em 2011, 2013 e 2014 rondou os 75%. No último ano, em que o partido chegou ao governo, o valor desceu para 65%, fruto de um aumento do valor cobrado em quotas e outras contribuições de militantes. Ainda assim, muito longe da capacidade do PCP – nas contas do PS de 2015, o peso desta rúbrica foi de 21,5%, enquanto nas contas dos comunistas representou um terço do total.

A evolução das contas do BE mostra uma crescente dependência das subvenções públicas ao longo dos últimos cinco anos. No ano da chegada da troika e da redução do seu grupo parlamentar para metade, o partido dependia em 75% do dinheiro público que entrava nas suas contas, valor que até desceu ligeiramente em 2012. No ano seguinte, o valor saltou para perto dos 80% e, no último ano, chegou mesmo a ultrapassar os 86%.


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