Raul
Diniz, opinião
Apoiar
João Lourenço deve ser considerado um acto voluntarioso e da exclusiva
responsabilidade da militância atenta do MPLA, é de facto um proposito
necessário em nada reprovável.
Porém,
esse esforço de apoiar a candidatura de JL como cabeça de lista, não é de modo
algum um sinal de apoio a JES, e, muito menos significa apoiar Bornito de
Sousa, o insigne ministro de JES sensor da fraude eleitoral em marcha.
A
militância não pode continuar no decrepito conformismo medieval de
procrastinação eterna.
Os
militantes extra CAPs do MPLA, terão de ser pacientes em aceitar humildemente
abandonar a dinâmica individualista, que permitirá sair do ostracismo da
pirâmide profaníssima do sistema político messiânico inoperante, imposto pelo
ditador José Eduardo dos Santos.
Não
sabemos quais foram os objetivos que levaram JES a apresentar o nome de JL ao
comité central, nem a razão que o levou a colocá-lo nessa saia justa de
torna-lo em um inexpressivo cabeça de lista, sem que JL ao menos detenha na mão
a presidência do MPLA. No mínimo essa candidatura é bizarra, porém necessária e
útil.
Sabemos
que o MPLA é expugnável como qualquer outro partido, sobretudo por permanecer
mais de 40 anos no poder. Por isso existem motivos óbvios que ajudam a clarear
a necessidade dos militantes aceitar apoiar a candidatura de João Lourenço,
como cabeça de lista do MPLA.
A
primeiro delas, seria analisar os efeitos dessa candidatura a curto, médio, e
longo prazo, a avaliação não deve conter nenhuma leviana concepção, a avaliação
deve ser vista como necessidade única posta, que poderá levar o MPLA e o país a
uma mudança radical benéfica.
Acresceria
outras inflexões interrogativas como as seguintes: quais os benefícios que essa
candidatura traria para o país e para o futuro do MPLA? Quais os objetivos que
a candidatura preconiza alcançar?
Será
que se trata de uma candidatura tampão, que serve apenas para proteger o
ditador e a sua família e acólitos? Não seria uma candidatura que surge para
continuar a postergar os direitos inalienáveis das nossas liberdades de ir e
vir, de expressão e de manifestação pública?
Em
segundo lugar avaliaria a condição que levaram a apresentação de João Lourenço
como cabeça de lista do MPLA. Fica claro que apesar da segunda reflexão parecer
produzir alguma substancia, na verdade uma e a outra são taxativamente de uma
evidente ambivalência discricionária.
O
cidadão tem o direito de conhecer qual será a plataforma eleitoral de João
Lourenço.
A
esse respeito as perguntas são inúmeras, de todos os gostos, porém, destaco
apenas algumas; Que João Lourenço teremos nas próximas eleições? Ou melhor
ainda, João Lourenço renovara o MPLA? JL está talhado para realizar uma
governação transparente? Sairá bonito na fotografia familiar de “M”
eventualmente renovado?
João
Lourenço terá de satisfazer não só a curiosidade da militância do “M”, como a
toda sociedade civil e castrense votante, falando claramente de quais são as
suas reais intenções, ou seja, o que pretende fazer com a Sonangol e a Endiama.
O
eleitor quer saber de JL, se manterá a filha de sua excelência o tirano
inescrupuloso JES, a excêntrica Isabel dos Ovos Santos, na presidência da
Sonangol? E quanto ao outro filho malandro do ditador, Filomeno dos Santos
Zenú, continuará a brincar de dono do nosso dinheiro, empregue no simulacro
fundo soberano EDUARDINO?
Temos
o dever de tudo fazer para nos livrar de uma vez por todas, do barão exportador
absoluto da corrupção, e promotor enigmático da desordem social, econômica, e
financeira de Angola.
Além
disso, os militantes e amigos do MPLA querem muito saber como aparece como
segundo cabeça de lista o sinistro Bornito de Sousa O camarada João Lourenço,
enquanto cabeça de lista, cabe-lhe escolher o seu par, e prepara-lo para essa
batalha eleitoral.
João
Lourenço é dos nossos, é batalhador, e sabe muito bem o que quer, ao contrário
do refinado intriguista bajulador, e corrupto Bornito de Sousa. Nós os
militantes adversários de JES e da sua quadrilha, conhecemos bem JL, e a toda
sua família da qual faço vênia.
Ainda
sobre Bornito falaremos num próximo texto aqui, no Planalto de Malanje Rio
Capopa
Não
convém a JL tornar-se prisioneiro da fraude eleitoral já em marcha, essa
situação vai fragiliza-lo e torná-lo-á futuramente refém do ditador infame, e
Bornito será utilizado como seu permanente polícia.
Nós
militantes do MPLA, sabemos que Bornito de Sousa é um descarado caloteiro, não
paga as dividas milionárias ao credor (leia-se povo angolano) que o tornaram
rico, e o promoveram automaticamente para o escalão máximo de um dos fabulosos
herdeiros da corrupção endêmica, que grassa por toda administração do estado.
Taxativamente
JL não precisa da fraude para se eleger, vamos ajuda-lo a vencer esse pleito,
sem ter por perto o malicioso Bornito de Sousa. Bornito de Sousa está
caracterizado pela maioria absoluta dos angolanos, como exímio bajulador
especializado em intrigas.
Ainda
Sobre Bornito de Sousa, vamos documenta-lo aqui em outro texto.
Sem
falsas modéstias, a atual momento que o MPLA atravessa, transporta-nos
lastimavelmente a uma situação crítica medieval abalável, e seriamente
desconfortante. Essa situação leva-nos a outros inviáveis patamares que urge
detectar e resolve-los.
Seria
um erro crasso continuar a procrastinar a exigível mudança de rumo que o MPLA
tanto precisa. Enquanto militante do MPLA, entendo que devamos aceitar a
situação de mudança como uma necessidade, que nos levará a exautorar de uma
forma perene, a oligarquia delinquente do poder.
Mesmo
sabendo tratar-se de uma mudança limitadíssima, o facto é que exige uma
imediata aceitação cabível e tolerante da militância inteligente. O país está
sitiado e, essa mudança poderá potenciar a formula de democratizar
estruturalmente o MPLA. Todos os militantes juntos ainda somos poucos para
retirar o MPLA do estado de letargia amorfa que o degrada cada vez mais.
É
preciso fazer-se alguma coisa já para retirar o MPLA do tradicional
fissuramento inqualificavelmente antidemocrático de partido-estado, afastar o
MPLA da letargia amorfa latente em que fora mergulhado é tarefa difícil, mas
possível.
Essa
colagem de partido-estado, que caminha lado a lado desde a fundação mediática
da republica popular de Angola, deixaram seviciadas marcas profundas na
população que inviabilizaram até o momento a democratização não só do MPLA,
como também do país.
É
tempo de mudança apesar do momento ser tortuoso, acredito que tal situação
produzirá uma providencial alteração substancial na forma de agir do MPLA, a
partir do momento em que o ditador for apeado e/ou mesmo torpedeado da
aparatosa máquina do poder executivo.
Se
JES e sua família forem de uma vez erradicado do poder, o MPLA será forçado a
deixar de lado o insustentável ostracismo, que ajudou a fundia-lo no oceano da
obscuridade letárgica, onde se encontra.
Aqueles
que, como eu não se reveem nos importunáveis CAPs, por sinal trata-se de
verdadeiras centrais de excentricidades irascíveis, onde os impiedosos
corruptos passeiam impunemente a sua inusitada vaidade de imponentes cidadãos
de consciência congelada.
Ainda
assim, a massa militante pensante, aqueles que caminham distanciados dos ideais
defendidos pelo do EDUARDISMO no interior do MPLA, com elegância, e, movidos de
elevado espirito altruísta, deveríamos propor-nos em apoiar a candidatura de JL
a presidência da república.
Não
vamos novamente aceitar ser trados como carneiros, tratam-nos como soberanos
enquanto votamos e, como escravos descartáveis após votar. Os militantes e os
cidadãos não podem de maneira nenhuma servir apenas como armas de arremesso,
para justificar as variáveis contradições políticas existenciais do ditador.
Ajudar
a eleger o camarada João Lourenço é uma necessidade de mudança urgente, penso
que JL merece o benefício da dúvida. Apoiar JL não significa estender a mão a
Bornito de Sousa, e muito menos apoia-lo nessa odisseia falseadora de resultados
eleitorais fraudados.
Sem comentários:
Enviar um comentário