Guiné-Bissau
some e segue com crise política sem fim à vista. Os esforços da comunidade
internacional têm sido frustrados pela complexidade das vontades dos políticos
guineenses. Prossegue o jogo do empurra das responsabilidades da durabilidade
das crises, a Missão da ONU, com representantes no país, demonstra não saber
como contribuir para solucionar os problemas que estão na origem dos
antagonismos entre as elites guineenses e aquela sua inaptidão já está a fazer
levantar vozes contra a própria organização. O que acontece é que há guineenses que se esquecem de que se não fosse as intervenções da Missão da ONU e outras organizações no país talvez já andassem a
contar cadáveres às dezenas, pelo menos.
A
elite guineense tem vindo a demonstrar o seu desapego aos reais interesses dos
guineenses e, consequentemente, do país. As crises vão e vêm sistematicamente e
nunca é o povo a causá-las. Os assassinatos de índole política sucedem-se, a
instabilidade é praticamente permanente. Tal demonstra que só uma elite com ADN
propenso a atos e comportamentos criminosos pode ignorar tão ostensivamente o
sofrimento dos cidadãos guineenses É o que vêm demonstrando há décadas. E isso é
lamentável. Até quando assim acontecerá?
Retirado
de Bambaram di Padida os textos que se seguem são ilustrativos da complexidade
da atual situação política na Guiné-Bissau. Hoje é assim, amanhã poderá ser o
seu contrário. Nem Parlamento nem partidos políticos, nem o Presidente da República, valem um caracol. É o que está à vista. Dir-se-ia que são gente indigna de
dirigir os destinos do país e dos cidadãos guineenses. O que se traduz no evidente
imerecimento do povo que subjugam com a vilania demonstrada ao longo de cerca
de quatro décadas.
CT / PG
Crise
Política e Parlamentar: DEPUTADOS EXPULSOS DO PAIGC RESPONSABILIZAM CIPRIANO
CASSAMÁ PELOS RISCOS QUE O PAÍS PODE INCORRER
O
Grupo de 15 deputados expulsos da fileira do Partido Africano da Independência
de Guiné e Cabo Verde (PAIGC) responsabiliza hoje, 24 de fevereiro 2017, o
Presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau (ANP), Cipriano
Cassamá, pelos danos causados ao parlamento e pelos riscos que o país pode
incorrer no futuro.
A
reação do grupo dos 15 deputados expulsos do partido libertador surge depois da
deliberação da Comissão Permanente da ANP, que chumbou o pedido de agendamento
do programa de governo, ter sido tornada pública.
Em
comunicado, os 15 deputados condenam ‘com veemência’ a atitude do presidente do
parlamento, que considera principal autor da crise que se vive até hoje, como
também “pelas sucessivas e flagrantes violações dos seus deveres, comprometendo
a imagem da instituição que representa bem como a própria imagem do país”.
Tumane
Mané, o também porta voz do grupo, foi quem leu o documento, no qual lê-se que
o grupo exige ainda a convocação, com caráter urgente, da reunião da Assembleia
Nacional Popular, que considera ser a instância suprema e única com
competências para deliberar, sobre o bloqueio do normal funcionamento do
parlamento.
Aguinaldo
Ampa - odemocratagb.com
PRS
CONSIDERA “INCONSTITUCIONAL E ILEGAL” A DELIBERAÇÃO DA COMISSÃO
PERMANENTE DO PARLAMENTO GUINEENSE
O
Partido da Renovação Social (PRS) considerou hoje, 24 de fevereiro 2017,
“inconstitucional e ilegal”, no espaço e no tempo, a deliberação da Comissão
Permanente da Assembleia Nacional Popular que chumbou o pedido de agendamento
do programa de Governo para a segunda sessão ordinária que, igualmente, não foi
agendada por falta de matéria de trabalho.
A
reação dos renovadores vem na sequência do repúdio à deliberação da Comissão
Permanente que, na quarta-feira, inviabilizou o pedido de agendamento do
programa de Governo de General Úmaro Sissoco Embaló por ser um Governo ilegal,
porque, segundo o argumento da Comissão Permanente da ANP, não resultou do Acordo
de Conacri.
Segundo
o documento lido na voz do porta-voz do partido, Victor Pereira, a decisão é
viciada, porque conforme disse a “Comissão Permanente não é competente para se
pronunciar sobre a legitimidade ou não do Governo e muito menos sobre a interpretação
do Acordo de Conacri”.
Para
esclarecer a situação de agendamento ou não da sessão, Victor Pereira explicou
que a bancada parlamentar do seu partido já avançou com um recurso à plenária
que, de acordo com o porta-voz, tem a competência de decidir sobre a marcação
da sessão.
A
decisão, segundo Victor Pereira, foi tomada porque o PRS foi obrigado a fazê-lo
depois da deliberação “inconstitucional e inexistente do presidente da
Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá”, justifica.
“A
Comissão Permanente apenas estaria habilitada a praticar os atos nos intervalos
das sessões, quer sejam ordinárias ou extraordinárias se Assembleia Nacional
Popular deveria agendar as quatro (04) sessões ordinárias por ser obrigatória,
condição sem a qual a Comissão Permanente não funciona validamente. Deste modo,
como a competência da Comissão Permanente depende do funcionamento das sessões
plenárias, portanto os atos assim praticados estão desprovidos de quaisquer
efeitos jurídicos por serem inexistentes”, assegurou o político, que,
entretanto, avançou neste particular que, a referida situação evidência que o
“elemento de bloqueio é o próprio presidente da Assembleia Nacional Popular,
por ser quem detém a competência de convocar as reuniões plenárias”.
Relativamente
ao agendamento do programa de Governo chumbado pela Comissão Permanente da ANP,
Victor Pereira informou que o programa é submetido à Assembleia Nacional
Popular acompanhado duma exposição do Primeiro-Ministro. Acrescentou ainda que
a reunião para apresentação do programa de Governo é marcada pelo presidente do
parlamento de acordo com o Primeiro-ministro, pelo que a Comissão Permanente
não tem qualquer intervenção no decorrer do aludido procedimento, por isso
considera inconstitucional e ilegal no espaço e no tempo a referida
deliberação.
Sobre
o ‘Acordo de Conacri’, Victor Pereira acusa o mediador da crise guineense de
falta da imparcialidade na resolução dos problemas, porque conforme disse,
Alpha Condé [Mediador da crise guineense] não conseguiu provar, em documento
assinado pelas partes, o consenso à volta de um nome para primeiro-ministro,
durante a negociação de Conacri.
“A
este senhor mediador/presidente, o Partido da Renovação Social quer chamar
atenção, de que apesar da crise política vigente, a Guiné-Bissau vive um clima
de paz social, onde ninguém é assassinado, e onde a ninguém é negado exercer os
seus mais elementares direitos. O mesmo já não se pode dizer, em alguns países
da sub-região, onde numa simples manifestação de reivindicação justa para
garantir o acesso ao ensino e à saúde se desemboca, na maior parte das vezes,
em violência e mortes”, notou.
“Chegou
ao nosso conhecimento de que o Presidente Mediador Alpha Condé e o presidente
da Comissão de CEDEAO, Marcel de Souza, prestarem falsos testemunhos, sobre o
desenrolar dos trabalhos em Conacri, contradizendo as posições do grupo que
descartou Augusto Olivais, numa tentativa de apoiar, os seus aliados, o
presidente do PAIGC, na pessoa de Domingos Simões Pereira, e Cipriano Cassamá, pondo
em causa a seriedade de todo este processo, perante a Cimeira, ao declararem
haver consenso em torno do nome de Augusto Olivais. Uma posição jamais
assumida, durante todo o processo de escolha, tanto pelo PRS, os 15 e como pelo
PND”, disse.
No
concernente às declarações proferidas em diferentes ocasiões por Domingos
Simões Pereira, líder do PAIGC, sobre a situação política do país, o PRS acusa
Domingos Simões Pereira de não se conformar em não voltar a ser o
Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, e terá estado “publica e internacionalmente
a promover maléfica e negativamente a imagem do país.
Assana
Sambú em Bambaram di Padida
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