Durante
o debate sobre a segunda revisão ao programa de ajustamento à Grécia, Paulo
Rangel (PSD), Pedro Silva Pereira (PS) e João Ferreira (PCP) criticaram o atual
presidente do Eurogrupo.
Esta
quinta-feira, durante o debate sobre a segunda revisão ao programa de
ajustamento à Grécia, no Parlamento, os eurodeputados portugueses Paulo
Rangel (PSD), Pedro Silva Pereira (PS) e João Ferreira (PCP) lançaram
farpas ao presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e defenderam a sua
demissão imediata. Naquela que deveria ser uma reunião com os olhos postos em
Atenas, acabou por se tornar um pedido de saída em praça pública.
“Eu
aqui, no Parlamento Europeu, digo-lhe cara a acara e olhos nos olhos, que nós
não nos satisfazemos com um simples pedidos de desculpas. O senhor presidente
do Eurogrupo não tem condições para continuar”, afirmou o
social-democrata Paulo Rangel. “Senhor Dijsselbloem, aqui, numa instância
que representa os povos europeus, digo-lhe: só tem uma saída, é demitir-se e
demitir-se o quanto antes”, realçou.
Pedro
Silva Pereira também não se poupou em palavras críticas: “As explicações que
veio dar a este Parlamento sobre as suas inaceitáveis declarações sobre os
países do sul chegam tarde, não apagam a gravidade dos seus insultos e não lhe
devolvem nem a credibilidade nem as condições politicas para prolongar o seu
mandato como presidente do Eurogrupo”, afirmou o eurodeputado socialista.
“Mostrar-lhe
a porta da rua, como lhe fizeram os eleitores do seu país, seria, para não ir
mais longe, um ato de elementar bom senso e civilidade. Mas o facto de ainda se
sentar aí diz muito do estado miserável a que tudo isto chegou”, disse, por sua
vez, João Ferreira, do PCP. “Senhor Dijsselbloem, apesar de ainda ocupar essa
cadeira, não se iluda: aquilo que representa não tem futuro”, acrescentou.
Ainda
esta manhã, Jeroen Dijsselbloem reforçou a ideia de que as suas
declarações ao Frankfurter Allgemeine Zeitung foram mal interpretadas
e que nunca pretendeu ofender os países do sul da Europa. O presidente do
Eurogrupo enfatizou que a última coisa que pretende é criar divisões na zona
euro. Recorde-se que o líder do Eurogrupo já tinha comentado as polémicas afirmações
ao jornal, recusando-se a emitir um pedido de desculpas oficial.
Mariana Bandeira | Jornal Económico
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