Jornal
de Angola | editorial
Um
dos grandes problemas que temos e que é motivo de constantes comentários por
parte dos cidadãos é o mau serviço que é prestado por muitos hospitais
públicos.
Há
ainda muitos problemas por resolver ao nível do atendimento aos pacientes nas
unidades hospitalares do Estado, onde, por diversas razões, os doentes não são
muitas vezes bem tratados e chega a faltar o que é básico, como luvas e
seringas.
Sabemos que está a ser feito um grande esforço para se mudar o actual quadro da assistência médica e medicamentosa nos nossos hospitais e há a esperança de que muita coisa venha a mudar nas unidades hospitalares nos próximos tempos.
É preciso apostar na promoção da gestão dos hospitais, colocando as pessoas certas para gerir unidades hospitalares com elevada competência, no interesse de todos os cidadãos. Há pessoas( pacientes) que ficam com medo de ir a um hospital público, porque não querem correr o risco de serem ignorados por técnicos da Saúde que têm a obrigação de assistir os doentes com humanidade.
É necessário que se reforce o sector de Inspecção da Saúde com técnicos que estejam dispostos , por exemplo, a percorrer as unidades hospitalares do Estado situados em todos os municípios, para se saber de facto o que lá acontece, em termos de assistência médica e medicamentosa.
Os hospitais do Estado são unidades que devem prestar um bom serviço aos cidadãos e neles devem trabalhar técnicos que sejam capazes de estar à altura de assumir as suas responsabilidades, enquanto trabalhadores de um serviço público.
Os profissionais da Saúde que trabalham nos hospitais devem aplicar no seu
trabalho diário o que aprenderam nos seus cursos e ter amor ao próximo. Tem de
se acabar com os maus tratos aos doentes, por acção ou
omissão.
Os hospitais são construídos para salvar vidas humanas, pelo que devem ser combatidas todas as práticas que atentam contra a dignidade da pessoa humana. Que os gestores hospitalares estejam atentos às situações que ocorrem nas unidades que dirigem, para agirem com oportunidade, a fim de os problemas serem resolvidos com celeridade.
Que se inicie uma nova era de responsabilização de todos os que têm o dever de tratar bem dos doentes que acorrem aos hospitais públicos, que devem ter as condições necessárias para atendimento excelente à todos, independentemente da condição económica de cada um.
É importante que se instalem nos hospitais públicos, de qualquer dimensão, guichés de reclamações para que os cidadãos que recebem tratamento possam colocar neles as suas preocupações. Os gestores dos hospitais devem tomar conhecimento destas reclamações, pois estas podem ajudá-los a saber de muitas situações irregulares que se passam nas suas unidades hospitalares e assim tomarem as medidas adequadas para a sua correcção.
Acredita-se que se os gestores hospitalares estiverem ao corrente do que se passa nas unidades que dirigem, podem evitar muitos problemas. Um gestor hospitalar deve antecipar-se aos problemas. Não deve esperar que os problemas aconteçam. Deve fazer tudo para evitá-los, tomando as medidas preventivas.
Em face dos graves problemas que existem nos nossos hospitais públicos,
importa que trabalhem neles gestores com elevada capacidade para resolver
os problemas, sem que haja necessidade da intervenção permanente dos órgãos de
direcção central do Ministério da Saúde. Os gestores existem para superar os
problemas, incluindo a garantia de um tratamento condigno aos pacientes
que procuram as suas unidades hospitalares.
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