domingo, 30 de abril de 2017

1.º de Maio: CGTP comemora em 40 localidades e UGT concentra-se em Viana do Castelo


A CGTP comemora na segunda-feira o Dia do Trabalhador com iniciativas festivas e de protesto em 40 localidades, em defesa da "Valorização do Trabalho e dos Trabalhadores", enquanto a UGT escolheu Viana do Castelo para assinalar a data.

Em todas as capitais de distrito e muitas outras localidades do continente e das ilhas vão realizar-se manifestações, concentrações, convívios e iniciativas culturais, desportivas e lúdicas que evocam os 131 anos dos acontecimentos de Chicago, que levaram à criação do dia do trabalhador.

Naquela data foi realizada uma jornada de luta pela redução da jornada de trabalho para as oito horas, que foi reprimida com violência pelas autoridades dos Estados Unidos, que causaram a morte a dezenas de trabalhadores e condenaram à forca quatro dirigentes sindicais.

Para a CGTP, esta é também uma data que homenageia os portugueses que, durante a ditadura fascista, lutaram pela liberdade e por melhores condições de vida e de trabalho, por emprego com direitos, salários e horários dignos.

Neste 1.º de Maio, a Intersindical salienta que a luta dos trabalhadores contribuiu para derrotar e afastar o governo do PSD/CDS e para conseguir o aumento do salário mínimo nacional, a recuperação dos quatro feriados, a reposição dos salários e das 35 horas na Administração Pública. Por isso, defende que "é preciso intensificar a luta em cada local de trabalho, empresa e sector, desenvolver a acção reivindicativa, na defesa dos interesses da classe dos trabalhadores".

“JOGAR” COM A VIDA DOS OUTROS. DESPOLETAR O SUICIDO NOS JOVENS É CRIME?


BALEIA AZUL, O “JOGO” SUICIDÁRIO AO ALCANÇE DOS INTERNAUTAS

Devem ser os especialistas a pronunciar-se se o convite ao suicídio de modo tão elaborado como o jogo a que chamam Baleia Azul é crime e se os responsáveis pela sua existência na Internet estão ou não a cometer uma ilegalidade grave que conduz a que jovens mais volúveis e inexperientes sobre contrariedades e a importância da vida se suicidem. Certo é que o jogo – se àquilo se pode chamar jogo – tem conduzido imensos jovens ao suicídio. O jogo, só por si, enquadra-se no desrespeito pela integridade física dos que nele participam e desprezo pelas suas vidas, trabalhando-os psicologicamente, por etapas, a que se automutilem e culminem suicidando-se. Se a gravidade da existência dos métodos e de instigadores do referido jogo que leva jovens a suicidar-se não tem enquadramento criminal devia de ter. Compete aos estados, aos legisladores, preservarem a vida dos jovens que caem em tal jogo sem que as suas capacidades mentais e psicológicas, entre outras, estejam devidamente desenvolvidas para rejeitarem serem participantes em tal absurdo.

A seguir, se continuar a ler, entenderá muito melhor o que é isso do “Baleia Azul” e como “génios” da desgraça da humanidade se divertem e lucram contribuindo para alterar mentes jovens ou frágeis comportamentalmente. Hoje conhece-se que os convidam a automutilarem-se e, no auge, a suicidarem-se. Lá virá o dia em que complementarão  o “jogo” com outros "derivados", como, por exemplo, o assassinato dos pais, dos irmãos, de amigos… De tudo aquilo em que resulte “trabalhar” as mentes mais voluveis. Legislação para combater tudo isso é urgente.

CT | PG

ESPANHA CONSTITUI ARGUIDO “TUGA” PROTEGIDO PELO MPLA


A Justiça espanhola constituiu como arguido e quer ouvir o luso-angolano Guilherme Taveira Pinto como figura central no caso de corrupção que investiga a sobrefacturação na obra de construção do mercado abastecedor de Luanda, em Angola.

O juiz espanhol José de la Mata afirma que Taveira Pinto recebia as transferências feitas por empresas espanholas e distribuía-as pelos “seus verdadeiros beneficiários finais”.

A notificação faz um relato dos vários pagamentos feitos e os indícios colocam em evidência “a existência de uma estratégia concertada e executada entre Taveira e determinadas pessoas com vínculo ao consórcio para obter contratos com as autoridades angolanas através da entrega de dinheiro, presentes, viagens a altos funcionários responsáveis pela adjudicação e/ou execução dos mesmos. Estas dádivas eram sufragadas através da sobrefacturação dos orçamentos apresentados às autoridades angolanas”.

O documento aponta ainda vários responsáveis técnicos angolanos e a “estreita relação” que Taveira Pinto tinha com um alto dirigente político angolano e um antigo embaixador de Angola em Espanha, que agora é governador de uma província angolana.

Estas diligências são feitas no âmbito da investigação à “Mercasa”, uma das principais empresas públicas espanholas, que faz a gestão dos mercados abastecedores nas principais cidades do país.

A empresa assinou, através da comparticipada “Mercasa Incatema”, uma série de contratos para realizar um projecto para um mercado abastecedor em Luanda, num total de 533 milhões de euros, dos quais terão sido pagos 20 milhões de euros em comissões.

OS AFECTOS ENTRE PORTUGAL E ANGOLA E O RACISMO ENCAPOTADO | Rafael Marques de Morais


Há exatamente um ano o jornalista Alberto Castro, radicado em Londres, colaborador do PG, chamava-nos à atenção para um artigo no Maka Angola, da autoria de Rafael Marques de Morais, sobre aspetos subordinados ao título acima mencionado. A centralização do tema exposto é o racismo encapotado e o branqueamento da história. Dizia-nos então em adenda Alberto Castro: “Depois desse artigo, suspeito que Rafael Marques vá perder muitas das relações "afetuosas", diretas e indiretas, que tem em Portugal”.

Passou um ano. Consideramos que não foi perceptível que a perda de “afetos” de Rafael Marques de Morais em Portugal tenha sido declarada e significativa. Quererá isso mostrar que há portugueses que preferem meter a cabeça na areia e nem se manifestarem? Ou, então, que estão de acordo com aquilo que Rafael Marques expõe no texto? Que apresentamos  a seguir se continuar a ler. Não esqueça, desde que o escreveu até hoje passou um ano. Desconhecemos repercursões reativas.

MM | PG

Guiné-Bissau | "Vai ser muito difícil cumprir Acordo de Conacri", afirma analista


Opiniões dividem-se quanto ao cumprimento do Acordo de Conacri. Para o analista Luís Barbosa Vicente, retirada da ECOMIB do país é precipitada.

Como anunciado esta terça-feira (25.04) em Bissau, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) poderá aplicar sanções internacionais aos políticos da Guiné-Bissau que colocarem entraves à "implementação harmoniosa” do Acordo de Conacri que visa precisamente acabar com o impasse político naquele PALOP (País Africano de Língua Oficial Portuguesa).

O documento, apesar de ter sido rubricado pelos diferentes atores políticos guineenses, há seis meses em Conacri, capital da República da Guiné, ainda não foi cumprido na sua totalidade e, segundo Nabi Bangoura, ministro de Estado e secretário-geral da presidência da Guiné-Conacri, que se deslocou a Bissau, os políticos guineenses têm agora 30 dias (todo o mês de maio) para aplicarem as diretrizes do acordo que prevê, nomeadamente, a formação de um Governo de consenso com participação de todos os partidos representados no Parlamento da Guiné-Bissau.

Em entrevista à DW África, Luís Barbosa Vicente, analista e professor universitário, afirma que a CEDEAO pode tomar as medidas que entender, mas que as sanções que pensa aplicar em relação aos atores políticos e à retirada das forças da ECOMIB (contingente de soldados da África Ocidental estacionado em Bissau) é misturar um assunto político civil com um assunto militar. Segundo este analista, a CEDEAO precisa "ter muita cautela”. "A Constituição da República não foi respeitada quando foi assinado o Acordo de Conacri. [O Acordo] nunca devia ter sido assinado nos moldes em que foi”, afirma Luís Barbosa, lembrando que um dos primeiros pontos do Acordo - que o Presidente escolheria alguém de acordo com o consenso dele não foi, claramente, respeitado."

PORTUGAL À SOMBRA DE AMBIGUIDADES AINDA NÃO ULTRAPASSADAS – II


Em saudação aos 60 anos do MPLA, aos 52 anos da passagem do Che por África e aos 43 anos do 25 de Abril… e assinalando os 50 anos do início do “Exercício ALCORA” e os 50 anos do início da Guerra do Biafra.


3- Há 50 anos, em Abril de 1967, (dois anos depois da passagem do Che pelo Congo e do início da primeira linha da frente progressista e informal entre Dar es Salam e Brazzaville, envolvendo e apoiando os esforços da FRELIMO e do MPLA), o “Ministro da defesa sul-africano Pier W. Botha”visitou secretamente Lisboa, avistando-se “com Salazar, com Franco Nogueira (Negócios Estrangeiros), Gomes de Araújo (Defesa) e Silva Cunha (Ultramar)”, dando “início formal do apoio militar da África do Sul à guerra colonial em Angola (leste e sudeste) e Moçambique (Tete), sob impulso e inspiração doutrinal do célebre general A. P. Fraser, teórico da contrassubversão, recém-empossado como chefe das Forças de Combate Conjuntas da África do Sul”… (Prefácio à Primeira edição do livro “ALCORA – O acordo secreto do colonialismo”, pag. 10, Fernando Rosas).

O início do Exercício ALCORA ocorreu precisamente na mesma altura do início da Guerra do Biafra (1967/1970) e integrando ingredientes sócio-políticos comuns no âmbito da formulação da internacional fascista na parte austral do continente africano.

Sob os pontos de vista ideológico e doutrinário, começava a haver uma aproximação entre as linhas maoistas e trotskistas, à esquerda e as mais reacionárias linhas da ortodoxia “cristã-ocidental”, na sua “cruzada” contra o comunismo, representado pela “ameaça soviética” e seus aliados.

Para o baluarte da internacional fascista, era imprescondível, “contra os ventos de mudança” que alimentavam o “perigo comunista”, “defender a civilização cristã ocidental”!…

O Governo de Salazar correspondia no Biafra às projecções da Aginter Press (componente das“redes stay-behind” da NATO, que integrava remanescentes nazis e fascistas da Alemanha, França e Itália, com vocação na América Latina e em África), pelo que aos enlaces comuns (a que se adicionaria a influência directa do “Le Cercle” por via do estímulo da então multinacional francesa do petróleo ELF Aquitaine), determinaram geoestratégias comuns que na África Austral potenciaram o Exercício ALCORA, no quadro dos interesses da internacional fascista (a ter presente “A guerra secreta de Salazar em África”, da autoria de José Manuel Duarte de Jesus, diplomata português e Inês de Carvalho Narciso).

A CASA VERMELHA ONDE O MASSACRE PALESTINO COMEÇOU


Historiador israelense resgata a limpeza étnica cometida contra os árabes, em 1948. Ele afirma: recuperar este episódio ocultado é, além de um dever moral, a única esperança de paz

Ilan Pappé | Outras Palavras

Não estamos de luto pela despedida.
Não temos o tempo nem as lágrimas.
Não compreendemos o momento de despedida.
Ora, é a Despedida. E nós ficamos com as lágrimas

- Taha Muhammad Ali (1988), um refugiado da vila de Saffuriyya

“Eu sou pela transferência compulsória;
não vejo nada imoral nela.”

- David Ben-Gurion em reunião do Executivo da Agência Judaica, junho 1938

O texto a seguir é o prefácio de A Limpeza Étnica da Palestina, livro em que o historiador israelense Ilan Pappé as brutalidades cometidas por seu país, em 1948 – e como elas geraram um conflito que perdura até hoje

A “Casa Vermelha” era uma típica construção do início de Tel-Aviv. Orgulho dos construtores e artesãos judeus que trabalharam nela nos anos 1920, foi projetada para sediar o escritório central do conselho local dos trabalhadores. Permaneceu como tal até que, em fins de 1947, tornou-se o quartel-general da Haganá, a principal milícia clandestina sionista na Palestina. Situada na Rua Yarkon, perto do mar, na região norte de Tel-Aviv, a construção compunha mais uma bela adição à primeira cidade “hebraica” no Mediterrâneo, a “Cidade Branca”, como seus literatos e seus doutores chamavam-na carinhosamente. Pois naquela época, à diferença de hoje, a brancura imaculada de suas casas ainda banhava a cidade inteira naquela intensa alvura, tão típica das cidades portuárias do Mediterrâneo daquela era e região.

Era um alento para olhos cansados, em sua mistura elegante de motivos Bauhaus com arquitetura palestina, uma mistura que se chamava “levantina”, sem nenhum sentido depreciativo. Assim também era a “Casa Vermelha”, com sua forma retangular simples agraciada com arcos frontais que emolduravam a entrada e apoiavam as sacadas em seus dois pisos superiores. Fora sua associação com um movimento de trabalhadores que lhe conferiu o apelido “vermelha”, ou talvez devido ao tom rosado que lhe dava o pôr do sol. A primeira razão deve ser a mais adequada, uma vez que o edifício continuou a ser associado à versão sionista de socialismo quando, em 1970, tornou-se o escritório central do movimento kibbutzim de Israel. Casas como esta, importantes reminiscências históricas do período do Mandato, motivaram, em 2003, a declaração de Tel-Aviv como um patrimônio mundial pela Unesco.

O CONSUMO NA COREIA DO NORTE: O CENTRO COMERCIAL KWANGBOK


Ruediger Frank

A constante enxurrada de desinformação e calúnia contra a República Democrática e Popular da Coreia intensifica-se nos media corporativos. Servis à batuta do império estado-unidense estes media fazem tudo o que podem para diabolizar um governo que quer viver pacificamente.   Agências de notícias e jornalistas presstitutos esmeram-se em propalar todas as invencionices dos serviços secretos da Coreia do Sul, até as mais inverosímeis.   Ao mesmo tempo, procuram ocultar os grandes feitos de um povo admirável.   Mesmo com o boicote a que é submetida, a RDPC conseguiu um nível de desenvolvimento técnico e científico que se equipara mesmo ao de países desenvolvidos e um padrão de vida para o seu povo que sobe a olhos vistos – apesar da colossal quantidade de recursos que, diante do belicismo estado-unidense, o país é obrigado a desviar para a sua defesa. 

O artigo abaixo foi escrito por um conservador.   Entretanto, apesar de algumas farpas, procura manter alguma objectividade e apresenta dados factuais.   O facto de ser preciso dizer que na Coreia do Norte o povo quer paz e que ali existem super-mercados – oh, espanto! – mostra bem a miséria do jornalismo ocidental. 

Devido a estes vislumbres de objectividade resistir.info resolveu publicar esta peça.

Durante minha última viagem à Coreia do Norte, em fevereiro de 2017, notei uma série de acontecimentos interessantes que ocorreram desde a minha visita anterior em maio de 2016. Eles incluem o desaparecimento das grades de ferro das janelas e varandas nos dois primeiros andares de edifícios residenciais em Pyongyang, uma mudança completa do design das placas de matricula dos carros, o surgimento de uma lotaria desportiva, o uso generalizado de bicicletas elétricas na capital e um número crescente de oportunidades de compras para uma crescente classe média.

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