Kumuênho
da Rosa| Jornal de Angola | opinião
O
dia político ontem bem pode ser considerado prato cheio. A poucas semanas do
início oficial da campanha eleitoral foi interessante acompanhar as três
principais forças políticas mostrarem ao que vêem.
Apesar
de ser ainda prematuro tirar-se conclusões sobre o que podem vir a ser os
resultados das eleições de 23 de Agosto, o certo é que facilmente se percebe
que estas eleições não serão iguais a qualquer outra das três até aqui
realizadas. Mas há-de interessar sempre uma apreciação, de certo modo, sobre as
leituras possíveis e imaginárias à volta das escolhas dos candidatos em relação
aos locais para desenvolverem actividades.
Este fim de semana temos Isaías Samakuva, o candidato da UNITA na Huíla, um território que segundo as contas da CNE e os dados do Censo da População e Habitação representa a segunda maior praça eleitoral, enquanto Abel Chivukuvuku faz o seu trabalho na província do Zaire, outra praça eleitoral importante.
Do ponto de vista da história, essas duas províncias foram claramente dominadas pelo MPLA nos últimos actos eleitorais, e a deslocação dos candidatos da UNITA e da CASA-CE tanto podem ser entendidas como incursões atrevidas em zonas proibidas ou demonstrações de vontade de disputar voto por voto ali onde se pensa ou se entende como zonas de influência de outro partido.
Mas o país inteiro pôde acompanhar essas movimentações de três dos candidatos às eleições de 23 de Agosto através dos meios de comunicação e das redes sociais. Em matéria de eleições as redes sociais representam um avanço portentoso, no que respeita ao acompanhamento e mesmo o escrutínio dos actos dos candidatos durante as diferentes fases do processo.
É proibido ignorar o facto de hoje, por causa das facilidades das novas tecnologias de informação e comunicação, claramente impulsionadas pela Internet, aportam ao processo eleitoral uma dinâmica incomparavelmente superior à que tínhamos com os meios convencionais, como a rádio e a televisão.