sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Finalmente | NOVO GOVERNO TIMORENSE TOMA POSSE PARA A SEMANA



Após quase um mês de se conhecer os resultados oficiais das eleições legislativas timorenses – em que a Fretilin foi a mais votada - parece que os partidos políticos chegaram ao consenso de se comprometerem a formar uma coligação governamental ou a aprovarem o governo no parlamento em conformidade com o programa negociado.

Sabe-se que a Fretilin conseguiu a integração no governo do partido liderado por Taur Matan Ruak, o PLP, e que logo após ter sido apurada a vitória do partido de Alkatiri o Khunto anunciou o seu apoio à formação de governo em coligação. Assim, entre os três partidos estará assegurada a maioria de deputados no parlamento. Fretilin 23, PLP 8, Khunto 5. Num total de 65 parlamentares a Assembleia Nacional conta com a maioria dos partidos coligados, 36 deputados.

Apesar destas contas da comprovada maioria da coligação foi ponto de honra dos responsáveis da Fretilin contar com o apoio de todos os partidos, numa espécie de governo de consenso nacional. Com esse objetivo Mari Alkatiri tem vindo a insistir no modelo. Aparentemente foi o que conseguiu.

O partido de Xanana Gusmão tem sido o mais renitente em aceitar a derrota e a vitória escassa da Fretilin, pautando-se por criar dificuldades com dissimuladas discordâncias relativas ao modelo governativo. Perante os resultados afirmou-se logo da oposição, notório fruto do ressabiamento e choque por ter sido preterido para segundo plano pelos eleitores, que ao contrário de anteriormente deram a vantagem eleitoral à Fretilin por mais mil votos e mais um deputado, para além de também terem preferido o PLP e o Khunto. A perder saíram os partidos que mais têm governado Timor-Leste, o CNRT e o PD (Partido Democrático).

Será no decorrer da semana que vem que decerto haverá governo em Timor-Leste por via da escolha do eleitorado timorense. Entretanto o CNRT de Xanana Gusmão engoliu um pouco do seu orgulho ferido e declara que apesar de ser oposição poderá apoiar o governo de coligação… O que é muito pouco no dito se considerarmos que Xanana Gusmão é useiro e vezeiro na particularidade de criar crises, instabilidades e duradouras manipulações para tirar vantagens que lhe possibilitem continuar no pódio da governação – como tem acontecido ao longo dos anos de independência de Timor-Leste.

Atualmente importa acreditar que tudo vai acontecer positivamente e em prol dos reais interesses dos timorenses, em prol da estabilidade que o país tem tido, principalmente neste últimos anos. Assim aconteça.

A seguir, se continuar a ler, ficará a saber o que diz o CNRT de Xanana ao governo de coligação. Também o PD tem a sua palavra empenhada em afirmar que “vai ajudar a viabilizar o próximo Governo”. Sejamos otimistas e esperemos que os interesses pessoais e partidários de uns quantos não se sobreponham aos interesses em falta, prementes e efetivos dos timorenses, principalmente dos mais carenciados, dos que deixaram de acreditar em tudo que promete Xanana Gusmão. A penalização infligida ao CNRT também assim o demonstrou.

MM = AV | Página Global

MOÇAMBIQUE | O povo precisa de um Governo mais humano



@Verdade | Editorial

A seriedade de um pais vê-se em pequenas coisas, sobretudo na capacidade do Governo dar respostas aos problemas pontuais da sua população, tais como o acesso à saúde, educação, entre outros serviços básicos. Mas o que se assiste no nosso país é uma situação verdadeiramente clamorosa e preocupante. Não se justifica que, em 42 anos de independência nacional, os moçambicanos continuem a viver como indigentes e morrerem por falta de assistência médica e medicamentosa.

Aproximadamente 50 porcento da população moçambicana continua a consumir água imprópria e a situação é mais crítica nas zonas rurais. A população tem recorrido aos rios e riachos para beber, apesar de a construção de uma fonte de água não ultrapassar um milhão de meticais. Aliado a isso, está o problema relacionado com a falta de saneamento do meio. Todos os anos, centenas de moçambicanos morrem por causa de doenças hídricas, situação essa que se pode evitar, mas o Governo prefere investir em viaturas para este e aquele ministro ou deputado.

Diante essa dura realidade, o Governo pouco ou quase nada faz para reverter essa preocupante situação que coloca o país num dos piores países para se viver. Pelo contrário, continua hipotecar o futuro do povo, colocando- o numa situação de indigência.

Como se isso não bastasse, Moçambique é também um dos piores países para as pessoas de terceira idade viverem. É vergonhoso para um país que se diz sério, quando situações dessa natureza acontecem. Esses factos revelam claramente que, nos últimos 42 anos, o Governo da Frelimo não se preocupou em dar dignidade a vida dos moçambicanos. Têm sido 42 anos de pseudo-políticas que empurram o país para um situação insustentável, através de endividamentos ocultos e as suas actividades sem impacto visível na vida dos moçambicanos. Não obstante o país dispor de inúmeros recursos naturais, a condição de vida dos moçambicanos tende a deteriorar-se a cada dia que passa, devido ao Governo da Frelimo que se tem mostrado incompetente, apático e insensível relativamente ao sofrimento de milhões de moçambicanos.

Um dos revoltantes e bizarros exemplos da falta de compaixão e respeito para com o povo é a realidade que se vive no distrito de Moma, na província de Nampula. Nessa parcela do país, o hospital rural não possui meios circulantes, com destaque de ambulância para a transferência de pacientes, e, como consequência disso, pelo menos uma pessoa já perdeu a vida.

Não se pode esperar o desenvolvimento do país e melhoria na qualidade de vida quando, todos os dias, moçambicanos morrem por falta de serviços básicos que o Governo tem a obrigação de prover.

Votar perto de casa não é para todos em Angola



Alguns eleitores na Huíla não poderão votar perto de casa. Fizeram o registo eleitoral na província no sul de Angola, mas muitos foram colocados em assembleias de voto a milhares de quilómetros. CNE confirma reclamações.

Rosa Filipe atualizou o registo eleitoral na província da Huíla e, por isso, estava à espera de ir votar numa assembleia próxima da sua residência. Mas ficou preocupada quando percebeu que viu que a 23 de agosto terá de ir votar à província do Uíge, no interior-norte, e não tem condições para ir até lá.

"É difícil. Para além de ser muito distante, estou a passar por dificuldades financeiras. Então, não vai dar para lá ir", lamenta a eleitora.

Além de Rosa Filipe, estima-se que, pelo menos, 50 eleitores na província da Huíla tenham sido colocados em assembleias afastadas das suas casas.

Francisco António também fez o registo eleitoral na cidade do Lubango, na Huíla, mas ficou surpreendido quando o seu nome apareceu numa assembleia na província de Cabinda, a cerca de dois mil quilómetros de distância.

Francisco António, que não vai votar por não ter dinheiro para ir até Cabinda, sublinha que o seu direito ao voto está a ser violado. "É um dever do cidadão votar, mas também é um dever do Estado proporcionar condições para que o cidadão vote [próximo de] onde vive. Sinto-me mal, porque, neste caso, nem cidadão sou", afirma.

Reclamações na CNE

Têm chegado à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) várias reclamações de eleitores que "viram a sua pretensão de votar numa determinada localidade não concretizada na Huíla", confirma o porta-voz Longa Paquete.

"Preocupa-nos saber que há eleitores que, por algum motivo que temos depois de estudar internamente,  terão sido deslocados de determinadas localidades  para onde deviam exercer o seu direito de voto para outras", afirma o porta-voz. Ainda assim, a Comissão Eleitoral diz não será possível resolver o problema antes das eleições da próxima quarta-feira.

Na semana passada, depois de dúvidas levantadas pela oposição sobre uma alegada transferência de eleitores para mesas de voto distantes da área de registo, a CNE informou que a indicação do ponto de referência dado pelos eleitores no ato de registo eleitoral não determinava a sua assembleia de voto.

A CNE constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda.

Lusa | Deutsche Welle

ANGOLA | As eleições e os partidos políticos



Na próxima semana, os angolanos vão uma vez mais às urnas para elegerem os governantes que hão-de exercer o poder até 2022.

Jornal de Angola | opinião


Faltam poucos dias para o pleito eleitoral, um acontecimento que tem a particularidade de o partido no poder, o MPLA, apresentar um novo candidato a Presidente da República, João Lourenço, um experimentado quadro da formação política que governa o nosso país desde a nossa a Independência, e que soube, com sabedoria e coragem, contornar inúmeros obstáculos para preservar a unidade e a soberania nacional, um feito que entrou definitivamente na história de resistência do povo de Angola.

Institucionalizado o Estado Democrático de Direito nos anos 90 do século passado, os angolanos passaram a realizar eleições multipartidárias para escolha dos seus governantes, as quais têm sido geralmente marcadas por uma adesão massiva dos eleitores às urnas, o que mostra que tem havido no país um grande interesse dos cidadãos pela vida politica e uma vontade de nela participar, fazendo no momento do voto as suas opções.

 A 23 de Agosto de 2017, o povo angolano vai exercer novamente a soberania através do sufrágio universal, livre, igual, directo e secreto, num processo eleitoral em que vão ser eleitos o Presidente da República, o Vice-Presidente da República e os deputados à Assembleia Nacional.

BARCELONA | Moussa Oukabir. O radical de 17 anos ao volante da carrinha em Las Ramblas



Terá sido este jovem, de 17 anos, o autor material do atropelamento massivo em Las Ramblas, Barcelona. Há dois anos, escreveu nas redes sociais que queria "matar todos os infiéis".

Moussa Oukabir, de 17 anos, terá sido o autor material do atropelamento massivo em Las Ramblas, Barcelona. É neste jovem que está concentrada a investigação policial neste momento, com as autoridades a admitirem que o jovem terá roubado documentos ao irmão para alugar a carrinha. O irmão apresentou-se na polícia logo após o atropelamento, numa altura em que as suas fotografias já estavam a circular como suspeito.

Logo após o atropelamento, foi noticiado que alguém saído da carrinha (presumivelmente, o condutor) teria fugido da viatura. Segundo o El Mundo, que cita fontes policiais, Moussa Oukabir terá conduzido a carrinha que provocou a morte de pelo menos 13 pessoas e mais de 100 feridos. Após o crime, com um boné na cabeça, fugiu a correr do centro da cidade.

Moussa estaria armado, a julgar pelos alertas difundidos pelas autoridades após o incidente. Dois homens foram detidos — um marroquino e um de Melilla — mas logo se soube que nenhum deles seria o condutor.

A investigação policial está a ter em conta o testemunho de Driss Oukabir, que na quinta-feira foi detido em Ripoll, na esquadra policial a que se dirigiu, garantindo que na altura do atentado estava ali mesmo, em Ripoll (Girona), e não em Barcelona. De acordo com Driss, o irmão — o mais novo de cinco irmãos — terá roubado o passaporte do irmão mais velho, de 28 anos, para conseguir alugar não só a carrinha de Barcelona mas, também, outra que foi apreendida horas depois na zona de Vic.

Moussa Oukabir — cujo nome completo é Moussa Oukabir Soprano — vive em Barcelona, ao passo que Driss mora mais a norte, em Ripoll. A identificação de Driss foi encontrada no local do crime, em Barcelona, pelo que inicialmente a investigação se concentrou no irmão mais velho — um homem que, segundo o The Telegraph, esteve detido em 2012 por suspeita de abuso sexual.

Quem é Moussa, o irmão mais novo?

Quanto ao irmão mais novo, Moussa, que continua sem paradeiro conhecido, começam a surgir algumas informações sobre o seu historial. Segundo os jornais espanhóis, Moussa terá feito alguns comentários de teor racial, contra os não-muçulmanos, numa rede social, há dois anos. Na rede social Kiwi, perguntaram-lhe o que faria se se tornasse líder absoluto do mundo: “Matava todos os infiéis e deixaria apenas os muçulmanos continuarem com a religião”, terá escrito. Um país onde nunca viveria? “No Vaticano”.

Moussa terá viajado recentemente até Marrocos e, segundo o La Vanguardia, regressou a Espanha no último dia 13, poucos dias antes do crime. Não há informações consensuais sobre a data de nascimento do jovem — o La Vanguardia diz que Moussa terá já cumprido o 18º aniversário, mas a informação não foi confirmada. O ministro da Administração Interna do governo catalão não quis confirmar a identidade do suspeito.

Segundo o El País, as autoridades acreditam que o jovem pertencia a uma célula terrorista composta por 12 pessoas. Cinco destas foram mortas no outro ataque em Cambrils, três estão detidas — faltam, portanto, quatro (incluindo Moussa), que estão a monte.

Uma jovem que será amiga de Moussa Oukabir, que falou com o jornal catalão mas que preferiu permanecer anónima, diz-se “surpreendida com tudo isto” porque o jovem era um “rapaz normal e muito simpático”. Moussa é descrito pela mesma jovem como um rapaz “um pouco calado e que nunca procurava problemas” — “tinha um grupo de amigos, todos marroquinos, mas falava catalão perfeitamente. Acho que veio para cá com três anos de idade”.

Edgar Caetano | Observador

HÁ PORTUGUESES ENTRE AS VÍTIMAS DA LA RAMBLA | Leia em Observador: Portuguesa entre os 14 mortos de Barcelona


MATANZA EN LA RAMBLA




"El Estado Islámico (ISIS, en sus siglas en inglés) golpeó ayer el corazón de Barcelona y dejó al menos 13 muertos y más de 100 heridos en el atentado más grave que sufre España desde el 11-M y el primero yihadista desde entonces. A las 16.50 horas, una furgoneta se lanzó contra los centenares de personas que se encontraban en La Rambla. Los Mossos confirmaron que se trata de un atentado coordinado. El autor material del atropello masivo se dio a la fuga y sigue en paradero desconocido. La policía catalana ha detenido a dos personas. Una de ellas es Driss Oukabir, que presuntamente alquiló el vehículo. La otra, cuya identidad se ignora, fue detenida en Alcanar (Tarragona), donde los Mossos sospechan que, junto a otras personas, estaba preparando un artefacto explosivo." (El País, com foto)

É assim que o jornal El Pais toma por abertura e manchete o que ontem à tarde ocorreu em La Rambla, Barcelona. Sobre o ataque terrorista quase todos os jornais de Espanha e da UE fazem manchete. A caça ao homem toma proporções enormes em Espanha, Moussa Oukabir é o presumível condutor do veículo que causou tanta mortandade e ferimentos a mais de 100 pessoas, incluindo estrangeiros que passeavam àquela hora na zona pedonal de Barcelona, na La Ramba.

O irmão do presumível condutor está detido. Driss Oukabir é um jovem de 17 anos que, segundo declara o irmão, mais velho, roubou-lhe o seu passaporte para alugar a carrinha com que investiu brutalmente contra os peões em La Rambla.

Há minutos ocorreu a homenagem às vítimas na praça principal de Barcelona. Muitos milhares esgotaram o referido espaço e cumpriram um minuto de silêncio, aplaudindo depois efusivamente e com comoção os que foram pasto da violência terrorista.

Pelas cidades europeias acontecem de vez em quando este tipo de ataques terroristas, o ISIS reivindica-os, como agora aconteceu neste ataque em Barcelona.

Resta-nos prestar-lhes homenagem e perguntar: onde acontecerá a seguir nova barbaridade?


PG, com El País | Foto EFE

Última hora:

O QUE PREPARA O PRESIDENTE MACRON



Thierry Meyssan*

A inquietação apodera-se dos Franceses que descobrem —embora um pouco tarde— não conhecer o seu novo Presidente, Emmanuel Macron. Interpretando as suas recentes declarações e os seus actos em relação ao relatório que redigiu em 2008 para a Comissão Attali, Thierry Meyssan antecipa a direcção para a qual ele está «En marche!» («Em marcha»).

Desde o acidente cerebral de Jacques Chirac, a França não mais teve uma presidência efectiva. Durante os dois últimos anos do seu mandato, ele deixou os seus ministros Villepin e Sarkozy digladiarem-se entre si. Depois, os Franceses elegeram duas personalidades que que não chegaram a personificar a função presidencial, Nicolas Sarkozy e François Hollande. Então, eles escolheram guindar Emmanuel Macron ao Eliseu, pensando, assim, que impetuoso jovem era capaz de assumir a governança.

Contrariamente às campanhas eleitorais precedentes, a de 2017 não foi alvo de debates de fundo. Quando muito, pudemos constatar que todos os pequenos candidatos (isto é, aqueles que não eram apoiados pelos grandes partidos) contestaram profundamente a União Europeia, que todos os candidatos principais içavam, esses sim, aos píncaros.

O essencial da campanha foi um folhetim quotidiano denunciando a suposta corrupção da classe política em geral, e do candidato favorito, François Fillon, em particular; uma narrativa típica de «revoluções coloridas». Como em todos estes modelos, sem excepção, a opinião pública reage apoiando o «bota-abaixismo» : tudo o que era velho estava corrompido, tudo o que era novo era certo e bom. Ora nenhum dos crimes de que todos falavam foi provado.

Nas revoluções coloridas precedentes, a opinião pública levava de três meses (a Revolução do Cedro, no Líbano) a dois anos (a Revolução das Rosas, na Geórgia) a acordar e a descobrir ter sido manipulada. Ela voltou a virar-se então para o que restava da primeira equipe. A arte dos organizadores das revoluções coloridas consiste, pois, em realizar sem espera as mudanças que os seus comanditários entendem operar nas instituições.

O AUTO-DE-FÉ DO PONTAL



Nuno Ramos de Almeida | jornal i | opinião

A liderança do PSD está desesperada e pretende agitar as águas com um discurso importado de Trump. A esse falso populismo é preciso contrapor uma política popular que promova a igualdade social e dar o poder à maioria da população

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, parece querer colmatar a sua falta de capacidade de mobilizar os seus militantes e de chegar à população macaqueando uma espécie de discurso racista da supremacia branca. O problema desse discurso é que, para além de abrir uma caixa de Pandora, pode ter consequências dramáticas, baseia-se, como é frequente, em mentiras disfarçadas de meias verdades. O patrono do candidato racista de Loures afirma que a nova lei da imigração vai permitir uma invasão de imigrantes façanhudos de faca nos dentes e impedir a expulsão de sanguinolentos facínoras imigrantes. “O que é que vai acontecer ao país seguro que temos sido se se mantiver esta possibilidade de qualquer um viver em Portugal?”, queixa-se Passos Coelho, que argumenta que a nova lei faz com que o Estado perca a possibilidade de expulsar alguém que tenha cometido crimes graves.

Argumentar que há uma nova lei da imigração que causa todas essas maleitas é saber que se está a mentir. Por todo e por junto, foram dadas novas redações aos artigos 132, 88 e 89 da lei que regulamenta a imigração. Na sua formulação anterior, o artigo 132, excetuando casos de atentado à segurança nacional ou à ordem pública e de um conjunto de situações, não permitia que fossem expulsos estrangeiros que tivessem nascido em território português, tivessem filhos menores a cargo em território português e se encontrassem em Portugal desde idade inferior a dez anos. Devido a vários casos de pessoas que foram expulsas por crimes menos graves, como no caso de roubo, a nova formulação da lei apenas vem precisar que, com exceção de suspeita fundada da prática de crimes de terrorismo, sabotagem ou atentado à segurança nacional ou de condenação pela prática de tais crimes, as pessoas não podem ser expulsas nos casos previstos anteriormente. Defende-se que quem nasceu ou sempre viveu em Portugal e tem filhos cá, depois de pagar as suas contas à justiça, deve ficar no país em que sempre viveu e com a sua família.

TERRORISTAS



Rafael Barbosa | Jornal de Notícias | opinião

1. Os assassinos voltaram a atacar uma cidade europeia, de novo usando um veículo para matar de forma indiscriminada. Foi nas Ramblas de Barcelona, como já antes tinha sido na marginal de Nice, num mercado de Natal de Berlim, no Parlamento e na ponte de Londres (dois ataques), ou numa zona pedonal de Estocolmo. É cedo para tirar conclusões, mas há coincidências óbvias que não podem ser ignoradas. Tudo indica que o ataque de Barcelona corresponda ao perfil dos anteriores: um ato brutal de terroristas islâmicos. Os ataques foram sempre levados a cabo por estes radicais, tal como foram sempre reivindicados pelo Estado Islâmico, cujos líderes são os promotores deste género de terrorismo de baixo custo, fácil de planear e executar, aleatório e, por isso, ainda mais assustador. Como sempre acontece nos primeiros momentos, fica a amarga sensação de que os terroristas estão a ganhar esta guerra, que não tem campo de batalha, nem exércitos, nem regras de combate, nem objetivos. Resta-nos esperar que o tempo, como também sempre tem acontecido, esbata a sensação de desespero e que a vida prossiga. Talvez pareça um pouco pueril, quando o sangue ainda mancha as Ramblas, mas vale a pena citar Anne Hidalgo, presidente da Câmara de Paris: "Barcelona e Paris são cidades de partilha, de amor e de tolerância. Estes valores são mais fortes do que o terrorismo hediondo e cobarde". Se não acreditarmos nisto, vamos acreditar em quê?

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