Após quase um mês de se conhecer os resultados oficiais das eleições
legislativas timorenses – em que a Fretilin foi a mais votada - parece que os
partidos políticos chegaram ao consenso de se comprometerem a formar uma
coligação governamental ou a aprovarem o governo no parlamento em conformidade
com o programa negociado.
Sabe-se
que a Fretilin conseguiu a integração no governo do partido liderado por Taur
Matan Ruak, o PLP, e que logo após ter sido apurada a vitória do partido de
Alkatiri o Khunto anunciou o seu apoio à formação de governo em coligação. Assim,
entre os três partidos estará assegurada a maioria de deputados no parlamento. Fretilin
23, PLP 8, Khunto 5. Num total de 65 parlamentares a Assembleia Nacional conta
com a maioria dos partidos coligados, 36 deputados.
Apesar
destas contas da comprovada maioria da coligação foi ponto de
honra dos responsáveis da Fretilin contar com o apoio de todos os partidos,
numa espécie de governo de consenso nacional. Com esse objetivo Mari Alkatiri
tem vindo a insistir no modelo. Aparentemente foi o que conseguiu.
O
partido de Xanana Gusmão tem sido o mais renitente em aceitar a derrota e a vitória escassa da Fretilin,
pautando-se por criar dificuldades com dissimuladas discordâncias relativas ao modelo
governativo. Perante os resultados afirmou-se logo da oposição, notório fruto
do ressabiamento e choque por ter sido preterido para segundo plano pelos
eleitores, que ao contrário de anteriormente deram a vantagem eleitoral à
Fretilin por mais mil votos e mais um deputado, para além de também terem
preferido o PLP e o Khunto. A perder saíram os partidos que mais têm governado
Timor-Leste, o CNRT e o PD (Partido Democrático).
Será
no decorrer da semana que vem que decerto haverá governo em Timor-Leste por via
da escolha do eleitorado timorense. Entretanto o CNRT de Xanana Gusmão engoliu
um pouco do seu orgulho ferido e declara que apesar de ser oposição poderá
apoiar o governo de coligação… O que é muito pouco no dito se considerarmos que
Xanana Gusmão é useiro e vezeiro na particularidade de criar crises, instabilidades
e duradouras manipulações para tirar vantagens que lhe possibilitem continuar
no pódio da governação – como tem acontecido ao longo dos anos de independência
de Timor-Leste.
Atualmente
importa acreditar que tudo vai acontecer positivamente e em prol dos reais
interesses dos timorenses, em prol da estabilidade que o país tem tido,
principalmente neste últimos anos. Assim aconteça.
A
seguir, se continuar a ler, ficará a saber o que diz o CNRT de Xanana ao
governo de coligação. Também o PD tem a sua palavra empenhada em afirmar que “vai
ajudar a viabilizar o próximo Governo”. Sejamos otimistas e esperemos que os
interesses pessoais e partidários de uns quantos não se sobreponham aos
interesses em falta, prementes e efetivos dos timorenses, principalmente dos mais
carenciados, dos que deixaram de acreditar em tudo que promete Xanana Gusmão. A
penalização infligida ao CNRT também assim o demonstrou.
MM
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