quinta-feira, 23 de novembro de 2017

CUIDADO COM AS ARMADILHAS!



Martinho Júnior | Luanda 

Há demasiada interferência externa em relação a Angola neste momento, de que se está a aproveitar alguma "oposição" interna e por essa razão, em função dos interesses do MPLA, parece-me que é justo a ter muito mais sensibilidade em relação aos riscos, em especial àqueles provenientes dos Estados Unidos e das vias dos seus vassalos!...

Esse cuidado aconselha a que no MPLA, as medidas em curso sejam pesadas e balanceadas com outra acuidade, pois ao satisfazermos interesses de fora, pode-se não estar a encontrar soluções dentro e para dentro, algo que se pode reflectir negativamente no MPLA, mais do que já no passado desde 1985 e de Bicesse (31 de Maio de 1991) a esta parte!

Por outro lado, os interesses ligados à UNITA, (que também têm envolvências no CASA-CE), têm tido em paz livre curso a partir sobretudo da África do Sul (há outros circuitos em África e fora dela que concorrem para os mesmos objectivos), estando agora a ganhar força económica dentro de Angola, sem qualquer tipo de travão externo ou interno!

Dado o tipo dos enredos que as afectam (filosofias, doutrinas e ideologias), não serão (ainda) os interesses económicos ligados aos carcamanos que nos estão a entrar com guia às ordens e tudo, portas adentro?

Por que razão os Estados Unidos e seus vassalos não alertam sobre esses enredos?

A paz entre todas as sensibilidades sócio-políticas angolanas continua a ser uma plataforma saudável que permite consensos e diálogos que todos devemos cultivar de forma saudável e comprometida.

Aconselho com toda a humildade, se dão licença a este modesto soldado do MPLA, nossos camaradas dirigentes José Eduardo dos Santos e João Lourenço a, entre si e em nome da paz e do futuro, em nome das gerações que nos seguem de quem somos responsáveis vitais, a fazerem um balanço saudável e patriótico, em função dos interesses do MPLA e de todo o povo angolano, face à corrente situação, levando em especial atenção os riscos criados pelos “estímulos” externos (palavras suaves que significam na verdade “oportunas”, senão oportunistas ingerências e manipulações)!

O camarada João Lourenço não deve ser aconselhado, a meu ver, a estar a tomar decisões a reboque do que a conta-gotas vai chegando a partir do exterior (com a aparência de mensagens saudáveis) e a transmissão das pastas entre o camarada José Eduardo dos Santos e o camarada João Lourenço, é algo que tem que ver antes do mais e imperiosamente, entre os dois, no quadro da Presidência do MPLA, da Presidência do estado angolano e da presidência de todos nós, algo que merece o incondicional respeito, apoio e incentivo de todos os angolanos.

Há muitas tendências e sensibilidades fora do MPLA, que já se estão a aproveitar das iniciativas públicas, ou por via dos circuitos fechados, emanadas a partir dos Estados Unidos e dos que lhes prestam vassalagem, duma forma ou de outra e os patriotas (não os mercenários que houverem e possam continuar a haver) têm a obrigação de reforçar o papel do camarada Presidente João Lourenço nos encargos das decisões que pesam e beneficiam os interesses do MPLA, do estado angolano e de todo o povo angolano!

Tenho tido a experiência nos oito anos em que tento encontrar soluções para a reinserção social da comunidade da Acção Social Para Apoio e Reinserção, ASPAR, cujos membros estiveram ligados à Segurança do Estado, integrando-a nas estratégias saudáveis de paz que nos devem animar até ao fim de nossas vidas e em proveito das futuras gerações de angolanas e angolanos.

A comunidade de ex-membros tem sido deliberadamente vulnerabilizada, se não marginalizada, o que reforça o conselho: não queiramos assistir a mais sectores de angolanos justos a tomar um caminho idêntico, quaisquer que sejam os motivos, ou as motivações, ou as sensibilidades!

Podemos até andar depressa, mas seria indesculpável deixarmos os justos para trás e, quanto aos “pecadores” que embarcaram nas ilusões capitalistas neoliberais, em tantas armadilhas estendidas a partir do exterior ao longo das últimas três décadas, há que cuidar deles com as responsabilidades patrióticas inerentes aos supremos interesses de nosso povo, do estado angolano e do MPLA, pois as armadilhas que nos estão sendo estendidas em relação ao nosso futuro comum, assim o obrigam!

Reforce-se a cultura de inteligência em relação ao papel de Presidente de todos os angolanos, do camarada João Lourenço, por que o futuro nos contempla e nós todos, uns mais que outros por que as responsabilidades sócio-políticas assim o determinam, devemos ser patrioticamente parte integrante da solução indígena e não de problemas que estão a ser herdados por causa de qualquer tipo de assimilação!

Na parte insignificante que me toca enquanto soldado do MPLA, sou por UM SOCIALISMO QUE NOS UNE, por que jamais fui por um CAPITALISMO QUE NOS DIVIDE!

Martinho Júnior - Luanda, 20 de Novembro de 2017

(Nota pessoal, por que confesso que vivi e a história me absolverá: em saudação ao meu 2º filho que faz hoje 42 anos, já nascido numa Angola independente, nos Dembos e me acompanhou na travessia do deserto em Bentiaba com outros dois filhos, coisa que jamais se deveria recomendar às crianças do meu país).

Será que a América sobreviverá a Washington?



Paul Craig Roberts

Em colunas recentes publicadas no meu sítio web chamei a atenção para dois desenvolvimentos dramáticos e perigosos entre as duas principais potências nucleares.

Um foi a declaração pública do vice-comandante da Operação Comando dos militares russos numa recente conferência de segurança em Moscovo. O Ten. Gen. Viktor Poznihir, Vice-Chefe do Directório Principal de Operações das Forças Armadas Russas, declarou na Conferência Internacional de Segurança de Moscovo que o Comando de Operações do Comando Geral Russo concluiu que Washington está a preparar um primeiro ataque nuclear à Rússia. www.paulcraigroberts.org/2017/05/11/are-you-ready-to-die/

O outro é a informação de que os EUA estão a coleccionar DNA russo para o laboratório de armas da US Air Force, com a implicação de que os EUA pretendem investigar se pode ser criada uma bio-arma que só atinja russos. www.paulcraigroberts.org/2017/11/01/washingtons-barbarity-reaches-new-heights/

Tanto quanto posso verificar, estes espantosos desenvolvimentos nunca foram relatados nos media dos EUA. Alguém poderia pensar que a Casa Branca teria telefonado a Putin para dar garantais de que os EUA não estão a planear um ataque nuclear de surpresa à Rússia. Também se poderia pensar que a publicação de contratos dos EUA para [obter] DNA russo teria resultado imediatamente numa ordem do presidente Trump para interromper o referido projecto.

Mas nada disso. 

PORTUGAL | Infarmed? É fazer as contas



Ferreira Fernandes | Diário de Notícias | opinião


A decisão da sede do Infarmed ir de Lisboa para o Porto pareceu-me bem, para começo de conversa. No demasiado centralizado Portugal haver um movimento que contrarie o vício das prioridades - "que remédio, outra vez Lisboa..." - à partida leva vantagem. Foi isso que escrevi, ontem: regionalizar fortalece o todo. Mas dizê-lo não encerra a questão. Depois do inicial "dou de barato...", há que saber se a decisão não custa de mais em relação às vantagens, já com a regionalização incluída. Prós e contras, enfim. Ir para Viseu, por exemplo, também seria regionalização mas uma das funções do Infarmed é que especialistas seus possam ir com facilidade a Amesterdão, para contactos frequentes com a Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Ora, só uma cidade com aeroportos como a Portela ou Pedras Rubras podem garantir essa condição. Um pró para o Porto, pois regionaliza e liga-se à EMA com facilidade. Por outro lado, o caríssimo e moderno laboratório do Infarmed em Lisboa não é, dizem-me, transferível. Ponderou-se na decisão o custo adicional de outro laboratório, quando já temos um? Um contra, talvez, para o Porto... E assim por diante. O que eu quero dizer é que os interesses públicos têm de prevalecer numa escolha política. Entre eles, sim, também, o interesse dos 385 trabalhadores do Infarmed, com o grave incómodo de mudar. Mas, embora a ter em conta, os 385 não podem, nunca, ser o argumento prioritário. Porquê? Porque o Infarmed é do povo (cerca de dez milhões).

PORTUGAL | "O PCP não apoia o Governo. Viabiliza-o porque não o deita abaixo"- Miguel Tiago



Miguel Tiago, deputado do Partido Comunista Português, é o entrevistado de hoje do Vozes ao Minuto.

No Parlamento há cerca de 12 anos, Miguel Tiago tornou-se um dos nomes mais conhecidos no seio do PCP.  Os primeiros anos da sua juventude aproximaram-no de causas estudantis e, daí até à Juventude Comunista Portuguesa, foi um passo pequeno, tendo em conta a educação que teve.

O deputado, de 38 anos, cedeu uma entrevista ao Notícias ao Minuto onde falou sobre o início da sua vida enquanto militante do PCP, da atualidade, da 'Geringonça', do Bloco de Esquerda e do Presidente da República. 

Miguel Tiago recorda que a solução governativa à Esquerda, à qual não chamaria maioria parlamentar, surgiu num momento em que a Esquerda sentiu que tinha de 'travar' as políticas de Direita. 

Para que tal continue a ser possível, o deputado enfatiza que o PCP é essencial. E, embora os comunistas queiram fazer mais, não deixam de dar valor ao caminho de reposição que está a ser seguido.

Apesar disso, a ideia de 'juntos somos mais fortes' é contrariada por Miguel Tiago, convicto de que se a Esquerda estivesse, de facto, junta em apenas um partido, chegaria a menos franjas da sociedade. O Bloco de Esquerda merece-lhe ainda alguns comentários, por acreditar que tem muito mais atenção mediática do que o PCP.

Quanto ao Presidente da República, o deputado acusa a comunicação social de fazer de Marcelo Rebelo de Sousa uma figura religiosa, frisando que a busca por popularidade é um dos maiores objetivos do chefe de Estado.

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